Acompanhamento de pré-escolares agressivos: adaptação na escola e relação professor-aluno

Abstract

Estudo teve como objetivos: 1) verificar problemas de comportamento e aproveitamento acadêmico em um grupo de 11 alunos na fase final da pré-escola que foram indicados como agressivos no início da mesma; 2) avaliar a qualidade da relação professor-aluno da amostra. Instrumentos utilizados: TRF - teacher’s report form, entrevista sobre desempenho acadêmico e adaptação escolar e entrevista sobre qualidade da relação professor-aluno. Os resultados mostram que 63,5% dos alunos apresentam de um a quatro problemas externalizantes e/ou internalizantes. Os altos índices de comportamentos agressivos permanecem entre 45% dos alunos. Apenas 2 das 11 relações professor-aluno estudadas apresentam em alto grau os elementos positivos avaliados pela entrevista. Conclui-se que a maioria das crianças está exposta a fatores de risco, sem evidências claras de rede protetora suficiente para minimizar tais efeitos. Discute-se a possível trajetória a ser seguida pelas crianças e as possibilidades de ações em conjunto que poderiam reverter esse quadro.

O Engajamento Paterno como Fator de Regulação da Agressividade em Pré-Escolares

“…This indicates that aggressiveness should be distinguished as a state or a capability and that the aggressive behavior should be observable objectively; i.e., it is necessary to comprehend to what point and under what circumstances the aggression is maturative and adaptive for the individual. In this sense, studies on the development of aggressive behavior have sought to evidence the importance of differentiating between transient aggressive manifestations and stable manifestations (Picado & Rose, 2009). …”

Apoio comportamental positivo: estratégias educacionais aplicadas a comportamentos-problema de alunos

“…Essa estratégia pode estar relacionada ao uso de punições como forma de disciplina e correção de comportamentos inadequados por parte da criança. Tal estratégia além de ineficaz está relacionada ao aumento de comportamentos-problema (Bandeira & cols., 2006;Ferreira & Marturano, 2002;Ormeño & Williams, 2006;Picado & De Rose, 2009;) e a problemas de aprendizagem e socialização (Jacob, 2001;Marturano, 2004;Marturano & cols., 1997).…”

“…Esse alto custo é resultado de alguns subprodutos produzidos pela punição: depressão, raiva, ansiedade, redução da autoestima e contracontrole (expressas em atitudes de rebeldia e de enfrentamento). O uso freqüente de punições gera combinações perigosas entre esses subprodutos que interferem significativamente na aprendizagem e socialização das crianças (Jacob, 2001;Marturano, 2004;Marturano, Linhares, Loureiro & Machado, 1997) e favorecem, ainda mais, o desenvolvimento de comportamentos-problema (Bandeira & cols., 2006;Ferreira & Marturano, 2002;Ormeño & Williams, 2006;Picado & De Rose, 2009). Dessa forma, restam os seguintes caminhos para uma criança com comportamentos--problema: fracasso escolar, rejeição social, tornar-se vítima de preconceitos, baixa autoestima, depressão, ansiedade, agressividade, participação de grupos desviantes, saída da escola, abuso de substâncias e condutas criminosas (Gallo & Williams, 2006;Gomide, 2003;Patterson & cols., 1992;Webster-Straton & cols., 2004;).…”

“…Os estudos que procuram avaliar intervenções mostram-se ainda preliminares e com dados bastante incipientes. Em geral, as intervenções são realizadas com os pais (Baraldi & Silvares, 2003;Pinheiro, Haase, Del Prette, Amarante & Del Prette, 2006;Rios & Williams, 2008;Santos & Williams, 2006;Serra-Pinheiro, Guimarães & Serrano, 2005) e poucas intervenções são realizadas no contexto escolar (Ormeño & Williams, 2006;Picado & De Rose, 2009).…”

Aceitação e rejeição de alunos por seus professores em diferentes níveis escolares

“…Há também evidências da influência no sentido oposto: em comparação com alunos que não apresentam problemas de comportamento, os que possuem esses problemas em sala de aula são mais propensos a se envolver em relações negativas com o docente (Farmer et al, 2011;Picado & de Rose, 2009 (Buyse, Verschueren, Doumen, van Damme, & Maes, 2008;Henricsson & Rydell, 2004;Mash & Barkley, 1996;Murray & Greenberg, 2000;Nurmi, 2012;Rudasill, Rimm-Kaufman, Justice, & Pence, 2006;Silver, Measelle, Armstrong, & Essex, 2005).…”