A comunicação midiática e o Sistema Único de Saúde

Abstract

Este artigo discute a relação entre as redes de comunicação midiática e a constituição simbólica das políticas públicas de saúde representada pelo SUS. Sob este aspecto focalizamos a análise na maneira pela qual a mídia interpreta e reconfigura este campo da saúde na perspectiva das relações de poder, trabalhando com a idéia de que a comunicação midiática não é desenvolvida fora de um contexto de conflito, transformação e luta política na sociedade, que indica, produz e reproduz uma determinada forma de interpretação da realidade.

Interfaces e desafios comunicacionais do Sistema Único de Saúde

“…Deviation of funds, mismanagement, batches of drugs, sophisticated equipment that are damaged before they are used, and especially the lines of people, make up the body of images and information, largely related to the health care component and "almost always from an alleged inefficiency of the State, incompetence of authorities or professionals in the sector, leading to the construction of a symbolic order little reflective about the field of health policy represented by SUS." 24 Such positioning tends to be maintained even in favorable moments, as Machado' 25 analysis highlights on the positive perception of those who use SUS and the poor visibility of these results, or its transformation, on the pages of O Globo newspaper.…”

“…The studies based on critical perspectives of speech 24,[26][27][28] have highlighted not only what was said, but fundamentally the ways of saying, work that necessarily implies privileging certain categories, classifications -the concept of disease or health, but also what goes in the editorial of politics or science, with which illustration -that make up certain explanatory schemes, the truer the more naturalized are their tools of production of the real. Such references discharge any possibility to understand media as a space or tool at the service of society.…”

As dimensões do acesso aos serviços de saúde bucal na mídia impressa

“…Apesar de Peres et al (2012) terem observado a redução nas desigualdades no acesso e na utilização dos serviços odontológicos entre os indivíduos de maior e menor renda no Brasil entre 2003 e 2008, em determinados momentos a mídia apresenta o SUS não como um bem público, mas como um serviço gratuito. Oliveira (2000) corrobora essa ideia, afirmando que as imagens geradas pela mídia colocam o serviço público de saúde de forma negativa, citando-o como ineficiente, com mau atendimento, enquanto retrata o privado como modelo de organização e conforto, defendendo interesses desse setor e dando enfoque também às ações de instituições não governamentais. Como podem ser notadas, as notícias sobre serviços filantrópicos foram bem elucidativas nos dois jornais analisados, com destaque para as ações sociais de grupos de profissionais, igrejas e faculdades como forma de promover a saúde bucal aos menos favorecidos.…”

“…Todavia, percebe-se que as principais imagens e informações divulgadas pela mídia sobre o SUS geralmente estão associadas às mazelas e dificuldades do setor, contribuindo para a construção de uma representação pouco crítica sobre esse campo (Oliveira, 2000).…”

Media Valuations of Health Journalism and Health Dynamics in Brazilian Printed Media

“…In this sense, news that highlights the problems of the Brazilian health system (Oliveira, 2000), diseases considered the most severe, and those that kill the most predominate (Tabakman, 2013;Cavaca & Vasconcellos-Silva, 2015 " [...] it is very hard for the area of Public Health to get praise from the press" (Press Advisor).…”