Eutanásia: pelas veredas da morte e da autonomia

Abstract

O artigo parte da pergunta: o estabelecimento de um conceito de morte, que possa ser considerado fidedigno e, portanto, consensual, seria premissa crucial para a legitimação moral da eutanásia? Procura responder, expondo os problemas que cercam as tentativas de uma definição - científica - de morte, no momento em que se tenta utilizá-la na tomada de decisões - éticas - em relação ao fim da vida, como no caso da eutanásia e do suicídio assistido. Baseia a argumentação na Lei de Hume, que proíbe a inferência de "valores" a partir de "fatos", e na concepção evolutiva de conceitos científicos, decorrente da distinção, de origem kantiana, entre o que é (coisa em si ou númeno) e o que é conhecido (ou fenômeno), e cuja principal conclusão, de tipo metodológico, é a incomensurabilidade entre a ordem dos fatos e dos valores, ou seja, uma definição de um evento/processo como a morte só pode ser comparada com outra definição pertencente à mesma ordem, o mesmo aplicável aos valores. De outro modo, o manuscrito procura delimitar um referencial alternativo para o debate, que, apesar de suas limitações, se mostra bastante útil para a argumentação bioética: o princípio da autonomia, intrínseco à ordem dos valores.

Suicídio entre Médicos e Estudantes de Medicina: Revisão de Literatura

“…Desde o início do curso médico, os estudantes aprendem a ver a morte como sua maior adversária, que ela deve ser combatida e, se possível, vencida em nome da ciência e da competência 25 . Essa lógica aprendida parece ser a vigente no meio médico e pode dificultar o debate e a exposição de profissionais que se posicionam contra 22,25 . Mesmo com dados alarmantes e superiores aos da população geral, foram ainda encontrados nos artigos analisados registros de subnotificações das mortes por suicídio na área médica.…”

Análise bioética do uso de recém-cadáveres na aprendizagem prática em medicina

“…Setting aside the specific scenario of learning at the moment of cardiopulmonary arrest (when patients are still considered viable and procedures are still being tried to reverse their clinical status, despite the fact that the concept of viability and of death itself are not without controversy 26,27 ), the analysis in this study concerns itself with scenarios in which the body is already lifeless and all resuscitation attempts have been made. We can finally state the question: is it right to use the newly deceased as a way to learn the motor skills of medicine, especially invasive procedures?…”

Brazilian Health Professionals’ Perception about Death: An Integrative Review

“…Death can be divided into clinical, biological, obvious, brain, psychic, legal and brain [2]. Death, whether insidiously or preceded by foreshadowing, enables the presence of reflexive posture and the review of concepts by closer to this process, family members and healthcare professionals.…”