Práticas educativas parentais de crianças com deficiência auditiva e de linguagem

Abstract

Comportamentos de pais e de filhos influenciam-se mutuamente. Crianças com alterações de linguagem relacionadas ou não à perda auditiva, podem apresentar dificuldades de relacionamento com os irmãos e seus pares. Assim, a investigação das práticas educativas parentais e do repertório comportamental infantil é fundamental para a busca de intervenções efetivas para essas crianças. O estudo tem como objetivos: (a) comparar o repertório positivo e negativo de mães e crianças com deficiência auditiva (DA) e distúrbio de linguagem (DL); (b) comparar cada uma das deficiências com grupo não clinico; (c) correlacionar comportamentos para cada uma das deficiências. Participaram deste estudo 72 mães, cujos filhos apresentavam DA (n = 27), DL (n = 19) ou compunha uma população não clínica (n = 26). O instrumento utilizado foi o Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais, que avalia a ocorrência de habilidades sociais aplicáveis às práticas educativas. Os resultados evidenciaram a associação entre práticas positivas e habilidades sociais, bem como entre práticas negativas e problemas de comportamento. O grupo de DL não apresentou mais problemas que as crianças não clínicas, sugerindo a participação de intervenções de caráter preventivo, facilitando a inclusão social. Por outro lado as crianças com DA apresentaram menos habilidades sociais, bem como suas mães, menos habilidades sociais educativas. Este estudo evidencia a importância da metodologia empregada na reabilitação de crianças com distúrbios da comunicação, sobretudo para aquelas com DA visando o beneficio de programas educativos de promoção do repertório parental positivo integrados aos objetivos da fonoterapia.

Estado da arte em revistas educacionais sobre estudos feitos com famílias de crianças com necessidades educacionais especiais no período de 2002 a 2011

“…Consta na Tabela 1 a categorização do público-alvo dos artigos selecionados. Segundo dados da Tabela 1, observa-se que as populações mais estudadas foram síndrome de Down (CAMARGO; TOREZAN, 2004;DALLABRIDA, 2007;HENN;PICCININI;GARCIAS, 2008;LUIZ et al, 2008;PETEAN;SUGUIHURA, 2005;DESSEN, 2007;DESSEN, 2003;DESSEN, 2006), totalizando oito publicações, o que corresponde a, aproximadamente, 22,22% do montante de artigos encontrados e, em seguida, os estudos feitos com diferentes populações (BARBOSA;ROSINI;BOLSONI-SILVA et al, 2010;FERRAZ;ARAÚJO;CARREIRO, 2010;SANINI et al, 2008;MENDES, 2008) e surdez (CANHO;NEME;YAMADA, 2006;MOTTI;PARDO, 2010;SCHEMBERG;SANTANA, 2009;ZANOLLI, 2007;YAMANAKA et al, 2010), ambas totalizando cinco publicações, o que equivale a 13,88%. É importante ressaltar que o termo diferentes populações refere-se à estudos realizados com públicos diversificados que incluíam tanto pessoas com NEE, quanto pessoas com desenvolvimento típico e atraso no desenvolvimento.…”

“…A Tabela 7 aborda as principais temáticas dos estudos empíricos realizados com diferentes populações. Observa-se, na Tabela 7, que existem cinco temáticas estudadas: atitudes parentais diante da inclusão dos filhos com necessidades educacionais especiais (BARBOSA; ROSINI; PEREIRA, 2007), atitudes parentais diante da inclusão dos filhos com surdez e distúrbio de linguagem (BOLSONI-SILVA et al, 2010), parceria colaborativa entre escola e família de crianças com síndrome de Down, deficiência intelectual, deficiência visual, paralisia cerebral, síndrome de West e síndrome de Costello (SILVA; MENDES, 2008), concepção de pais e professores sobre a inclusão do aluno com paralisia cerebral e síndrome de Down (FERRAZ; ARAÚJO; CARREI-RO, 2010) e comportamentos de apego entre mães e crianças com autismo, síndrome de Down e desenvolvimento típico em situação de brincadeira (SANINI et al, 2008). Sendo que cada uma delas possui um artigo.…”

“…Outro destaque está nas pesquisas que investigaram o impacto de uma criança com NEE na família ou a relação familiar estabelecida com essa criança ou, ainda, a caracterização da família dessas crianças FLEITH, 2009;AIELLO, 2005;FÁVERO;SANTOS, 2005;HENN;PICCININI;GAR-CIAS, 2008;PETEAN;SUGUIHURA, 2005;DESSEN, 2003;DESSEN, 2006;). Além disso, as pesquisas apontaram para uma preocupação sobre a concepção da família em relação à educação do filho e também para as concepções de pais e professores sobre o processo de inclusão das crianças (BARBOSA;ROSINI;BOLSONI-SILVA et al, 2010;CAMARGO;TOREZAN, 2004;DALLABRIDA, 2007;FERRAZ;ARAÚJO;CARREIRO, 2010;LUIZ et al, 2008;DESSEN, 2007;SCHEMBERG;SANTANA;MEN-DES, 2008;SILVEIRA;NENES, 2006;TAKASE;CHUN, 2010). Este dado é relevante, uma vez que demonstra a preocupação com o processo de inclusão de crianças com NEE e a necessidade de existir parceria entre a escola e a família.…”

“…BOLSONI-SILVA et al, 2010; CAMAR- GO;TOREZAN, 2004;AIELLO, 2005;CHACON, 2011;FLEITH, 2009;DALLABRIDA, 2007;DELIBERATO;MANZINI;GUARDA, 2004;FERRAZ;ARAÚJO;CARREIRO, 2010;GRAÇA et al, 2010;KRÜGER et al, 2011; LUIZ et al, 2008; MOTTI; PARDO, 2010; PEREIRA-SILVA; DESSEN, 2007; PETE-AN; SUGUIHURA, 2005; POSTALLI; MALASPINA; LAMÔNICA, 2004; MUNUE-RA; AIELLO, 2011; SCHEMBERG; GUARINELLO; SANTANA, 2009; SILVA; MEN-DES, 2008; TAKASE; CHUN, 2010), totalizando 20 publicações e uma porcentagem de 55,55%. O segundo periódico de maior publicação foi o de Psicologia: Reflexão e Crítica (BELLÉ et al, 2009; FÁVERO; SANTOS, 2005; NUNES; AIELLO, 2008; SA-NINI et al, 2008; SILVA; DESSEN, 2003; SILVA; DESSEN, 2006), com um total de seis artigos.…”

Mood Disorders in Individuals with Genetic Syndromes and Intellectual Disability

“…People with intellectual disabilities may exhibit significant limitations in adaptive behavior which can impair their social life (Denis et al, 2011;Koskentausta et al, 2007). These limitations can be caused by difficult management of psychiatric and emotional problems, such as shyness, phobias, mood changes, nervousness, somatic complaints, sadness, withdrawal, worries (Bolsoni-Silva et al, 2010;Walker et al, 2011).…”