música, esse amálgama de letra e melodia, compõe a vida da sociedade contemporânea. Ela não somente constitui uma forma de expressão artística, mas também uma modalidade de entretenimento e um ramo da economia, a indústria da música, envolvendo uma legião de profissionais e rendendo dividendos portentosos. Como manifestação artística, a música pode ser entendida como uma criação híbrida que, congregando melodia e poesia, divide-se em gêneros e subgêneros diversos -o erudito (câmera, ópera, sinfônica), o popular (rock, gospel, samba Álvaro Neder discute as implicações do uso do termo música popular. Para ele, a leitura que os musicólogos tendem a realizar, caracterizando-a como uma música com característica de 'sofisticada' organização, gera problemas "definicional-teóricos". O autor se propõe a compreendê-la em seu dinamismo e sugere que o termo seja entendido por meio de suas relações (Álvaro Neder, "O estudo cultural da música popular brasileira: dois problemas e uma contribuição", Per Musi -Revista Acadêmica de Música, n. 22 (2010), pp. 181-96). Para uma análise dos impasses da música erudita no Brasil, as análises de José E. Martins são sugestivas. Ele destaca as transformações ocorridas no ensino musical no Brasil e aponta o espaço cada vez mais restrito dedicado à música erudita, em razão da crescente e acelerada ascensão da cultura de massa, impulsionada pela indústria cultural (José Eduardo Martins, "A cultura musical erudita na universidade: refúgio, resistência e expectativas", Estudos Avançados, v. 7,