2002
DOI: 10.1590/s0104-83332002000200004
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O sujeito no feminismo: revisitando os debates

Abstract: ResumoNo presente artigo, examino a condição disciplinar do sujeito no feminismo, sua identidade ambivalente e sua capacidade de agenciamento à luz das discussões sobre identidade, diferença, lugar e enunciação articulados pelas teorias feministas pós-estruturalistas. Tendo em vista que não podemos abordar questões sobre o(s) sujeito(s) e sua(s) identidade(s) sem examinarmos os vetores constitutivos dos mesmos, exploro como as teorias feministas têm sido capazes de oferecer definições alternativas (de uma maio… Show more

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“…Aqui, como em outros momentos de suas narrativas, é possível afirmar que elas assumem a posição de "mulher" como lugar político de fala, de ação e de reivindicação do seu devir sujeito, em um contexto masculino 6 , cuja posição também pode ser interpretada como uma espécie de essencialismo estratégico. Segundo Spivak (1989) apud Costa (2002), o essencialismo estratégico tem a ver com a produção de uma identidade de gênero fixa ou uma "idealização mínima", de um projeto feminista mais amplo, mesmo que insuficiente, problemático e contestado. Nesse sentido, de acordo com Costa, faz-se necessária a construção de pontos nodais e fixações parciais que permitem certa identificação em torno de uma categoria política "mulher".…”
Section: Pressupostos Teórico-metodológicosunclassified
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“…Aqui, como em outros momentos de suas narrativas, é possível afirmar que elas assumem a posição de "mulher" como lugar político de fala, de ação e de reivindicação do seu devir sujeito, em um contexto masculino 6 , cuja posição também pode ser interpretada como uma espécie de essencialismo estratégico. Segundo Spivak (1989) apud Costa (2002), o essencialismo estratégico tem a ver com a produção de uma identidade de gênero fixa ou uma "idealização mínima", de um projeto feminista mais amplo, mesmo que insuficiente, problemático e contestado. Nesse sentido, de acordo com Costa, faz-se necessária a construção de pontos nodais e fixações parciais que permitem certa identificação em torno de uma categoria política "mulher".…”
Section: Pressupostos Teórico-metodológicosunclassified
“…Há uma sobrevalorização das experiências das mulheres, como um ele-mento importante para a ação de ensinar e produzir teologia, que parece inverter a hierarquia de gênero. Entretanto, trata-se de invocação pública em favor do sujeito "mulher", na forma de um "essencialismo positivo", no sentido de Spivak (1989) apud Costa (2002). Costa (2002) argumenta que, dependendo do contexto social, sobretudo se este for marcado por uma poderosa estrutura masculina, "o essencialismo positivo ou estratégico é uma posição que as feministas devem arriscar, embora 'conscientes quanto aos limites do (auto)posicionamento -individual e coletivo' -, de forma que este posicionamento possa ser estrategicamente efetivo" (COSTA, 2002, p. 72) 11 para a vida e ação das mulheres.…”
Section: E Essa Situação Que Nos Oprime Nos Coloca Em Determinados unclassified
“…Contudo, segundo Cláudia Costa (2002), a heterogeneidade dos discursos não fragmenta e nem enfraquece a importância política do feminismo, uma vez que se faz necessário a construção de articulações entre as diversificadas posições de sujeito o que, por sua vez, compõe a força específica do feminismo diante dos outros movimentos ou dos discursos sociais. Tais articulações possibilitam ao sujeito algum espaço de agenciamento e de resistência e, por isso, de acordo com Costa (2002), o feminismo tem sido considerado, por vários teóricos vinculados as tendências pós--estruturalistas, como prática e discurso contestatório genuíno ou mesmo suficiente da teoria social atual. Desse modo, não nos interessa aqui, aprofundar o amplo e complexo debate histórico sobre a diferença que ocorreu no interior do movimento e da teoria feminista, uma vez que essas questões podem ser encontradas em uma vasta literatura dos estudos feministas.…”
Section: Pressupostos Teórico-metodológicosunclassified
“…Agora elas entram nesse espaço de saber posicionando-se como "mulher" e como sujeito de enunciação do conhecimento teológico, o que, de certo modo, produz o efeito de diagnóstico/analítico, isto é, acaba denunciando o falso universalismo que coloca o sujeito masculino como único agente racional, cuja questão é parte da agenda política das teólogas docentes. Poder-se-ia também interpretar essa postura como uma espécie de "essencialismo estratégico", defendido por Spivak (1989in Costa, 2002, a qual, consciente da necessidade da vigilância, para não cair na armadilha do essencialismo, adverte que seu interesse agora, "como professora e, de certa forma, como ativista é pela 'construção para a diferença' (build for difference), em outras palavras, significa pensar sobre o que se poderia estar fazendo ou dizendo estrategicamente, às vezes taticamente, dentro de uma estrutura institucional bastante poderosa" (Spivak, 1989in Costa 2002. Essa mesma realidade parece nos remeter à posição das teólogas que se nomeiam professoras e mulheres em um lugar acadêmico, historicamente configurado para o sujeito masculino "vocacionado" à vida clerical.…”
Section: Pressupostos Teórico-metodológicosunclassified
“…Tal contestação destaca a situacionalidade e localização do gênero e coloca os universalismos em suspeição pelo potencial de ocultação de posições de privilégio que eles contêm. Em adição, a prática e teoria feminista contemporânea transforma substantivamente o projeto político-epistemológico feminista, abrindo-o para muito além da luta por direitos e interesses de 'mulheres' para defini-lo como luta contra a sujeição, a opressão e a dominação sexistas, pelo reconhecimento e justiça social a grupos historicamente subalternizados pelo patriarcado capitalista, pelo colonialismo e imperialismo (FRANKLIN, 2001;BATTLE-BAPTISTE, 2011;GONZALEZ, 1984GONZALEZ, , 1988bLUGONES, 2014;COSTA, 2002;BRAH, 2006; entre outras). Daí que uma arqueologia feminista, portanto, pode ser muito mais que uma arqueologia de 'mulheres' (ou sobre 'mulheres') para ser uma arqueologia não opressiva; não sexista, não racista, não machista e não colonialista.…”
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