Abstract:O texto discute a intrínseca relação entre colonialismo, ciência e dicotomia de gênero. A partir de temas e problemas das (ditas) arqueologias pré-histórica e histórica, enfatiza a participação da disciplina na legitimação e naturalização das concepções modernas de sexo e gênero. Discute também a institucionalização dessas assimetrias na arqueologia brasileira, defendendo a necessidade de uma arqueologia feminista e descolonial que expresse as particularidades da disciplina e sujeitos nela envolvidos. Palavras… Show more
“…E o da perspectiva queer? A resposta é desconcertantemente negativa: o tema da sexualidade está ausente da arqueologia brasileira, assim como a perspectiva queer, embora a crítica feminista e os estudos de gênero ocupem um certo lugar... reduzidíssimo (RIBEIRO, 2017).…”
Section: "Queer Archaeology": a Constituição De Um Campounclassified
Este artigo parte de várias perguntas e inquietações que dizem respeito ao lugar dos estudos sobre sexualidade na arqueologia brasileira. Iniciamos apresentando a relação entre os estudos de gênero e os estudos de sexualidade, um pouco do legado da crítica feminista na formação da teoria queer e da perspectiva construtivista em bioarqueologia no que diz respeito às (re)considerações de sexo, sexualidade e gênero. Em seguida, mostramos como se instituiu, ao longo da década de 2000, nos Estados Unidos e nos países de língua inglesa em geral, o que vem se convencionando chamar de queer archaeology ou uma arqueologia informada pela teoria queer. Por fim, terminamos com a análise da exígua produção brasileira sobre sexualidade no âmbito da arqueologia e exortamos para que um campo de estudos de sexualidade comum à arqueologia e à antropologia seja constituído no Brasil. Palavras-chave: Arqueologia; Sexualidade; Teoria Queer.
ABSTRACTThis article is based on several questions and concerns related to the place of sexuality studies in Brazilian archaeology. We begin by presenting the relationship between gender studies and sexuality studies, a little bit on the legacy of feminist critique in the formation of queer theory, and the constructivist perspective in bioarchaeology with regard to (re) considerations of sex, sexuality and gender. We then show how, throughout the United States and English-speaking countries, what has come to be known as queer archaeology or an archaeology informed by Queer theory was instituted throughout the 2000s. Finally, we end with the analysis of the limited Brazilian production on sexuality in the field of archaeology and we urge that a field of sexuality studies common to archaeology and anthropology be constituted in Brazil.
“…E o da perspectiva queer? A resposta é desconcertantemente negativa: o tema da sexualidade está ausente da arqueologia brasileira, assim como a perspectiva queer, embora a crítica feminista e os estudos de gênero ocupem um certo lugar... reduzidíssimo (RIBEIRO, 2017).…”
Section: "Queer Archaeology": a Constituição De Um Campounclassified
Este artigo parte de várias perguntas e inquietações que dizem respeito ao lugar dos estudos sobre sexualidade na arqueologia brasileira. Iniciamos apresentando a relação entre os estudos de gênero e os estudos de sexualidade, um pouco do legado da crítica feminista na formação da teoria queer e da perspectiva construtivista em bioarqueologia no que diz respeito às (re)considerações de sexo, sexualidade e gênero. Em seguida, mostramos como se instituiu, ao longo da década de 2000, nos Estados Unidos e nos países de língua inglesa em geral, o que vem se convencionando chamar de queer archaeology ou uma arqueologia informada pela teoria queer. Por fim, terminamos com a análise da exígua produção brasileira sobre sexualidade no âmbito da arqueologia e exortamos para que um campo de estudos de sexualidade comum à arqueologia e à antropologia seja constituído no Brasil. Palavras-chave: Arqueologia; Sexualidade; Teoria Queer.
ABSTRACTThis article is based on several questions and concerns related to the place of sexuality studies in Brazilian archaeology. We begin by presenting the relationship between gender studies and sexuality studies, a little bit on the legacy of feminist critique in the formation of queer theory, and the constructivist perspective in bioarchaeology with regard to (re) considerations of sex, sexuality and gender. We then show how, throughout the United States and English-speaking countries, what has come to be known as queer archaeology or an archaeology informed by Queer theory was instituted throughout the 2000s. Finally, we end with the analysis of the limited Brazilian production on sexuality in the field of archaeology and we urge that a field of sexuality studies common to archaeology and anthropology be constituted in Brazil.
“…Anette Laming-Emperaire, Niéde Guidon) e, particularmente, na Amazônia, nem todas são Betty ou Anna. E mesmo com diversos apontamentos de que, de fato, o número de mulheres arqueólogas vem aumentando com as novas gerações (SCHAAN, 2009;RIBEIRO, 2017), elas ainda não são tão reconhecidas quanto suas precursoras.…”
Section: Caladas Silenciadas Escondidas: Não Mais! Conclusões E Prounclassified
“…No Brasil, essas questões ganharam força um pouco mais tarde do que no panorama internacional, sendo que, apenas a partir da metade da década de 1990, trabalhos preocupados com gênero começam a ser publicados em território nacional (RIBEIRO, 2017) e, no contexto amazônico, somente a partir do início dos anos 2000, vemos um crescente interesse nessa perspectiva (p. ex. SCHAAN, 2001SCHAAN, , 2009BARRETO, 2005;GUAPINDAIA, 2008;MACHADO, 2012;MORAES & BEZERRA, 2012).…”
Section: Introductionunclassified
“…SCHAAN, 2001SCHAAN, , 2009BARRETO, 2005;GUAPINDAIA, 2008;MACHADO, 2012;MORAES & BEZERRA, 2012). Recentemente, o trabalho de Loredana Ribeiro (2017) e colaboradores (2017) buscou discutir assimetrias de gênero tanto no discurso arqueológico quanto na relação entre arqueólogas e arqueólogos no Brasil.…”
A produção científica sobre a Arqueologia Amazônica é marcada por duas mulheres, Betty Meggers e Anna Roosevelt. Apesar da inegável contribuição destas arqueólogas para as pesquisas posteriores, podemos afirmar que há equidade entre mulheres e homens na arqueologia dessa região? Realizamos um levantamento da bibliografia de artigos publicados nos últimos quinze anos, por autoras e autores brasileiros e estrangeiros, em treze periódicos nacionais e internacionais. Verificamos que, apesar da alta produtividade das mulheres na Arqueologia Amazônica, elas não são citadas de maneira proporcional, privilegiando-se os trabalhos de homens. Por fim, questionamos se as bibliografias selecionadas representam, de fato, o percentual de arqueólogas e arqueólogos em atividade ou se não são reflexo da iniquidade de gênero na ciência arqueológica. Palavras-chave: Arqueologia Amazônica; Produção Científica; Mulheres.
ABSTRACTThe scientific production on Amazonian Archeology is marked by two women, Betty Meggers and Anna Roosevelt. Despite the undeniable contribution of these archaeologists to the research that succeeded their work, could we affirm that there is equity between women and men on the archeology in this region? We have carried out a survey of the bibliography in articles published in the last fifteen years, by Brazilian and foreign authors, in thirteen national and international periodicals. We verified that, despite the high productivity of women in Amazonian Archeology they are not cited in a proportional manner, being noticed a privilege towards men's works. Finally, we question whether the bibliographic selections identified represent in fact the percentage of female and male archaeologists in activity or if they are not a reflection of gender inequity in the archaeological science.
“…feminista como imprescindíveis para se compreender o pensamento colonial moderno (LUGONES, 2014) presente nas sociedades ocidentais contemporâneas, e o Brasil do período ditatorial não fugiu à regra. Então, minha proposta é entender o período ditatorial brasileiro pela ótica de um feminismo descolonial, o que possibilita identificar os elementos desse pensamento atuante sob a lógica da continuidade das relações coloniais de poder (COSTA, 2014;RIBEIRO, 2017) que foram utilizados pelo aparato repressivo como dispositivo de violência.…”
O presente texto é um exercício interpretativo entre as relações de gênero e o mundo material da repressão em Centros de Detenção e Tortura no Brasil. Tomo como base a Arquitetura do DOPS/RS, além dos materiais e outros elementos não humanos utilizados para tortura de pessoas dentro desses espaços. Para tanto, me proponho a examinar esse meio material, através de seu entrecruzamento com os relatos de ex-presas(os) políticas, vistos sob a ótica do feminismo descolonial, com intuito de trazer à luz novos elementos da dinâmica repressiva brasileira, bem como, trabalhar a perspectiva de gênero como forma de valorizar os relatos de mulheres e de possibilitar a sua visibilidade nesse processo.
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