Sexualidade e Teoria Queer

Abstract

Este artigo parte de várias perguntas e inquietações que dizem respeito ao lugar dos estudos sobre sexualidade na arqueologia brasileira. Iniciamos apresentando a relação entre os estudos de gênero e os estudos de sexualidade, um pouco do legado da crítica feminista na formação da teoria queer e da perspectiva construtivista em bioarqueologia no que diz respeito às (re)considerações de sexo, sexualidade e gênero. Em seguida, mostramos como se instituiu, ao longo da década de 2000, nos Estados Unidos e nos países de língua inglesa em geral, o que vem se convencionando chamar de queer archaeology ou uma arqueologia informada pela teoria queer. Por fim, terminamos com a análise da exígua produção brasileira sobre sexualidade no âmbito da arqueologia e exortamos para que um campo de estudos de sexualidade comum à arqueologia e à antropologia seja constituído no Brasil. Palavras-chave: Arqueologia; Sexualidade; Teoria Queer. ABSTRACTThis article is based on several questions and concerns related to the place of sexuality studies in Brazilian archaeology. We begin by presenting the relationship between gender studies and sexuality studies, a little bit on the legacy of feminist critique in the formation of queer theory, and the constructivist perspective in bioarchaeology with regard to (re) considerations of sex, sexuality and gender. We then show how, throughout the United States and English-speaking countries, what has come to be known as queer archaeology or an archaeology informed by Queer theory was instituted throughout the 2000s. Finally, we end with the analysis of the limited Brazilian production on sexuality in the field of archaeology and we urge that a field of sexuality studies common to archaeology and anthropology be constituted in Brazil.

Sexualidade ancestral no parque nacional Serra Da Capivara – PNSC/PI – Brasil

“…Por isso, talvez, as figuras com conotações voltadas para as sexualidades tenham um papel importante, uma vez que este aspecto da vida humana é fundamental para a sobrevivência da espécie, e também como mediadora das relações sociais e individuais como apontam Freud (2012), Fuks, Basualdo & Braunstein (2013 e Gontijo & Schaan (2017). A temática das sexualidades é muito recorrente em inúmeras formas de expressão artísticas e culturais da humanidade, desde tempos imemoriais.…”

El género en perspectiva. 30 años de El Género en Disputa de Judith Butler

“…Aunque la propuesta de la teoría queer pudiera responder perfectamente a todas las alternativas que implica la diversidad contemporánea, existe una obstinación a seguir arraigándose a la visión de género como categoría, por ser esta, como ya se ha mencionado, una excelente norma y estructura de poder, que permite hacer explicaciones y predicciones sobre el comportamiento de las personas (Gontijo y Schaan, 2017). Sin embargo, así como lo señaló Judith Butler en El Género en Disputa, el género presume una falsa estabilidad, la cual queda de manifiesto ante la presencia cada vez mayor de individuos con posturas no binarias (Fraser, 2000).…”

Os sapatos de Scarlett

“…construção do desviante é central para a produção da normalidade. De uma perspectiva Queer nada deve parecer natural, o que nos permite desnaturalizar posições binárias constantemente assumidas, desafiar práticas heteronormativas e atuar no interior de um quadro de análise dedicado a pensar performatividade e processos de formação identitária (VOSS, 2000;DOWSON, 2009;BLACKMORE, 2011;ALBERTI, 2013;MARSHALL & ALBERTI, 2014;RUTECKI & BLACKMORE, 2016;GONTIJO & SCHAAN, 2017).…”

“…O que se pretende, aqui, é apontar para os subsídios que uma Arqueologia interessada sobre o tema do corpo e uma Arqueologia Queer (cf. GONTIJO & SCHAAN, 2017) podem oferecer às análises produzidas a partir do universo amazônico, em particular. Assim, no presente artigo, partimos de um breve debate sobre os trajetos teóricos no campo da Arqueologia que abriram espaço para que novos olhares e abordagens pudessem emergir sobre o tema da corporeidade.…”