Este ensaio analisa as noções de sujeito e de agência no pensamento de Judith Butler e a relevância de sua contribuição para a teoria social. O sujeito aparece constituído por meio de um processo de reiteração ritual de normas, mas que não o constitui totalmente, porque nas próprias dinâmicas do poder se encontra a condição da agência, entendida como resistência e capacidade de ação política. A agência é movida pelo desejo, e este se manifesta como a força inovadora e impulsora da mudança, porque é ele que ativa a consciência reflexiva acerca dos limites que o poder impõe ao sujeito, gerando resistência/agência. O pensamento de Butler traz uma contribuição original para a teoria social, pois possibilita a compreensão dos processos de resistência e de agência que emergem desde as "margens sociais", de sujeitos historicamente invisibilizados ou tidos como "subalternos" ou não inteligíveis, dentro de uma dada ordem social. Trata-se de uma agência que rompe com lógicas hegemônicas e permite ressignificar práticas sociais e subjetividades, colocando em cena novas cadeias reiterativas, que criam as condições para os processos de mudanças socioculturais.Palavras-chave: sujeito, agência, poder, teoria social.1. O artigo é parte da discussão teórica da minha tese de doutorado defendida em março de 2014, financiada pela CAPES/REUNI.
RESUMOConsiderando a relevância do conceito de gênero na produção do conhecimento e na compreensão dos comportamentos sociais, o presente ensaio busca descrever o processo de sua emergência e de sua construção e alguns de seus desdobramentos na trajetória dos estudos feministas, com destaque para a perspectiva pós-estruturalista, por ser a mais recorrente no conjunto dos estudos de gênero nesses últimos anos. Trata-se de um ensaio teórico-reflexivo que visa mostrar o estatuto desse conceito nos processos do conhecimento e a sua importância para as Ciências Sociais, disciplina que tem como problemática central a compreensão das relações sociais. Além de seu estatuto analítico, o conceito de gênero constitui uma proposta metodológica. Portanto, a maior valorização desse instrumental teórico nos processos de produção do conhecimento crítico caracterizase, hoje, como um dos aspectos que possibilita a construção de uma sociedade mais justa, igualitá-ria e equitativa. Palavras-chave: Conceito de gênero; Pós-estruturalismo; Conhecimento; Ciências Sociais. ABSTRACT
Resumo: O presente trabalho pretende evidenciar e analisar a relação dos movimentos e organizações da sociedade civil com o Estado, após a ditadura, acerca do processo de institucionalização das políticas com perspectiva de gênero no Brasil e no Chile. Trata-se de um estudo qualitativo, com base na metodologia interpretativa e comparativa, cujos dados foram levantados por meio de pesquisa bibliográfica, documental e de entrevistas semiestruturadas com ex-ministras dos governos de Michelle Bachelet e de Dilma Rousseff e com representantes de ONGs feministas. Os resultados da pesquisa apontam especificidades entre Brasil e Chile na relação Estado e sociedade que, em parte, resultaram da forma como esses países conduziram o seu processo de redemocratização. Também é possível constatar que o legado do envolvimento de mulheres feministas na elaboração e implementação de uma infinidade de políticas para a igualdade de gênero faz emergir novas formas de resistência no atual cenário de virada conservadora e autoritária.
Resumo Nas últimas décadas, as desigualdades de gênero foram reconhecidas como um problema social a ser enfrentado pelos governos nacionais, por meio de políticas públicas com transversalidade de gênero, em todos os setores estatais. O presente artigo tem por objetivo analisar as políticas educacionais com perspectiva de gênero promovidas pelos Estados brasileiro e chileno, no governo de Dilma Rousseff e Michelle Bachelet, identificando avanços, especificidades, desafios e disputas políticas protagonizadas com a emergência de atores reacionários e conservadores. Trata-se de uma pesquisa comparativa de caráter qualitativo, cujos dados são levantados por meio de pesquisa documental e entrevistas com ex-ministras e integrantes de ONGs feministas. Para a análise dos dados, elegemos os referenciais teóricos dos estudos feministas, de gênero e de políticas públicas. Resultados apontam especificidades tanto das disputas na agenda pública quanto das políticas implementadas que estão diretamente vinculadas aos contextos cultural, político e social desses países.
O presente trabalho evidencia o quadro atual da docência feminina nos cursos de graduação em teologia, bem como as condições postas que reproduzem a desigualdade de gênero, nesse campo do saber. A pesquisa foi baseada nos dados coletados por meio de um questionário enviado às instituições católicas de teologia e no Censo/2005 do INEP, sobre o ensino superior. Os resultados evidenciam uma participação reduzida de mulheres com índices elevados de desigualdade nos quadros da docência que, em parte, se deve às práticas culturais e institucionais reproduzidas e legitimadas por uma ordem simbólica androcêntrica, que tem sido hegemônica no espaço teológico. Entretanto, considera-se que apesar da presença feminina ser reduzida, ela é também significativa, uma vez que as mulheres começam a se constituir em sujeitos de saber e de poder em um lugar que, historicamente, foi reduto do sujeito masculino.Abstract: The present work shows the current situation of female teachers at the undergraduate courses in Theology, as well as the conditions that reproduce gender inequality in this field of knowledge. The research was based on the data collected through a questionnaire sent to the Catholic Institutions of Theology and on the 2005 INEP Census on Higher Education. Findings show a limited participation of women and high indexes of inequality in the teaching staff something that is partially due to the cultural and institutional practices that are reproduced and legitimated by an androcentric symbolical order that has been hegemonic in the theological space. However, we believe that, in spite of its limited numbers, the female presence is also significant in so far as the women are starting to become subjects of knowledge and of power in a place that has been traditionally a stronghold of the male subject.
ResumoEste ensaio de pesquisa analisa as concepções teóricas da noção de sujeito nas obras de dois intelectuais franceses, Touraine e Foucault. Trata-se de uma abordagem comparativa, na qual se busca estabelecer uma relação entre os aspectos que convergem e se distinguem na teoria social desses autores, procurando refletir sobre as suas contribuições para a compreensão da sociedade contemporânea, especificamente no que tange aos processos de subjetivação dos indiví-duos. Em razão disso, selecionaram-se as últimas obras da trajetória acadêmica desses intelectuais. Tanto Touraine como Foucault apontam contribuições teóricas para uma sociologia que não recorre aos grandes fenômenos históricos, mas que coloca em cena o esforço do sujeito no interior das microrrelações sociais, em suas contradições culturais, econômicas, políticas e pessoais.Palavras-chave: Sociologia do sujeito. Teoria social. Sociedade contemporânea.
A tarefa da docência superior, em algumas áreas acadêmicas, ao longo de muitos anos, foi considerada uma atribuição exclusiva do sujeito masculino. Este trabalho evidencia a participação feminina na docência no ensino superior de teologia, as dinâmicas de poder que produzem desigualdades de gênero, bem como as estratégias políticas que as mulheres constroem para constituírem-se sujeitos femininos de saber teológico, em um espaço historicamente estruturado como não inteligível para elas. Embora reduzida, a presença feminina nesse campo de saber torna-se significativa por desestabilizar uma ordem social que parecia ser sagrada e intocável. Palavras-chave:Fronteiras de gênero, Docência feminina, Teologia católica, Diferença sexual.
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