Alimentação, sociedade e cultura

Abstract

Embora a antropologia da alimentação seja um campo que vem se consolidando gradativamente desde meados da década de 1960, algumas Dividido em sete capítulos principais, além da introdução e epílogo, a obra pretende esmiuçar as possibilidades e principalmente as necessidades de diálogo entre antropologia, sociologia, nutrição, gastronomia, entre outras disciplinas, que se dedicam à alimentação humana. As (graves) consequências dessa compartimentação disciplinar refl etem-se nas lacunas constatadas não só pelas pesquisas como na aplicação de ações relacionadas ao tema, conforme ressaltam Denise Oliveira e Silva e Maria do Carmos Soares de Freitas na nota elaborada para abertura da edição brasileira, pois: "A desconsideração das questões culturais vinculadas a alimentação e nutrição favoreceu por muito tempo o desperdício de recursos públicos." (p. 12).Essa falta de refl exão por parte de alguns profi ssionais vem modifi cando--se, e nesse sentido a contribuição do livro de Contreras e Gracia não é só grande como também um indicativo de que essa postura não é mais aceita consensualmente pelos seus pares. Chamando a atenção para o viés quase * Graduando em Ciências Sociais.

Scientific evidence on cultural influence in child care

“…It is evident that cultural aspects influence the customs of the population and, consequently, the behavior towards health conditioners and the health-disease process (14) . These findings corroborate a study that dealt with the different nuances generated by the dialogue between cultural aspects and food within society (26) .…”

Antropologia e nutrição: um diálogo possível

“…O forte valor simbólico de certos pratos típicos relacionava-se a identidades regionais, como o churrasco gaucho, cercado do ritual da comensalidade (Maciel, 1996). Esta autora detalhou as maneiras como ele é preparado, servido e compartilhado socialmente, pela mobilização de rede de relações sociais de troca, partilha, união e de estabelecimento de laços e relações sociais.…”

“…Assim, se o feijão com arroz é o comum, do dia-a-dia, a feijoada é especial, podendo ser também apresentada em ocasiões fora do comum, como quando se convida um estrangeiro à mesa, para mostrar um 'pouco do país ' (DaMatta, 1987 (Maciel, 1995 (Maciel, 1996).…”

“…Eram momentos da família, quando efetivamente pais e filhos, acompanhados ou não de algum parente próximo, se reuniam, compartilhando a comida mais farta, os pratos preferidos, o prazer de comer, alimentando simultaneamente os laços e as relações afetivas. Eram refeições coletivas, que contribuíam para a coesão grupal, em que a partilha da comida era também partilha das sensações (Maciel, 1996), ultrapassando a comida o significado cotidiano tão preso à recuperação.…”

Revista Farinha e Rapadura - Hábitos Culinários2

“…Pesquisa de Oliveira, Silva e Gaião (2018), que teve como objetivo estudar o ethos dos nordestinos através de entrevistas, evidenciou sentimentos como admiração, apego, eternidade, orgulho, paixão e amor dos respondentes pela terra natal. Além dessas, foram observadas falas ressaltando que as "preparações típicas" têm um custo considerável de produção em função dos gastos com seus ingredientes quando obtidos no Rio de Janeiro (respondentes 17 e 23), o que impossibilita que seu consumo ocorra de forma habitual, resultado que resguarda concordância comMaciel (2001) quando mencionou que os pratos típicos não são necessariamente cotidiados. Além disso, outro ponto levantado por um respondente refere-se a uma "qualidade duvidosa" dos ingredientes oriundos de seu estado de origem (respondentes 23):Importante ressaltar que, infelizmente, essas preparações típicas, em sua maioria, não fazem parte do cotidiano... São elaboradas em dias especiais, devido ao alto custo dos ingredientes que as compõe.…”