Filantropia, poder público e combate à lepra (1920-1945)

Abstract

Durante a Primeira República (1889-1930), a criação das Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra, na década de 1920, foi um marco nas relações entre as entidades assistenciais e os poderes públicos. Inicialmente aquelas entidades mantiveram autonomia decisória, mas suas diretrizes mudaram quando estabeleceram relações mais próximas com a política de combate à lepra, após a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, em 1930, no âmbito das reformas implementadas a partir de então, e, especialmente, durante a prolongada gestão de Gustavo Capanema à frente daquele ministério (1934-1945).

O Sanatório São Julião na mídia impressa campo-grandense (1941-1970): um estudo historiográfico

“…Ambos os grupos defendiam a política do isolamento, porém os humanísticos defendiam uma política de internação mais "humanitária", com internações domiciliares e construção de hospitais-colônia para a internação de, apenas, casos excepcionais. Por sua vez, os isolacionistas, grupo majoritário, composto prioritariamente por políticos, defendiam a construção de hospitais-colônia em cada estado do país e a internação compulsória, em massa, de todos os doentes (COSTA, 2007;SANTOS, 2011).…”

“…Com o estabelecimento do isolamento compulsório, o Estado firmava compromisso no sentido de zelar pelo bem-estar da população contaminada com a lepra e anunciava, por meio de propagandas, que os hospitais-colônia eram os estabelecimentos indicados para o doente internar-se, adquirir assistência médica adequada e cura para a enfermidade (OPROMOLLA; LAURENTI, 2011;SANTOS, 2011). Assim, como preconizava o Regulamento Sanitário de 1923:…”

Repercussion of Segregation in the Lives of Children Separated by Leprosy

“…Public health adopted the practice of compulsory isolation of leprosy patients in community hospitals, located in remote areas, as a prophylactic measure to protect the health of the healthy population [10]. The isolation of sick parents in colony-hospitals put into question the destiny of children who, although they had not the disease, were ignored by family and society because they fear the possibility of children act as a source of contagion, creating stigma [5].…”

“…It was up to the State to adopt primary schools to give shelter to the "orphans of living parents", preventing the abandonment of children, while it reduced its contact with the patient [10].…”

Mulheres da Federação das Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra, 1926-1947

“…História, Ciências, Saúde -Manguinhos, Rio de Janeiro I n studies of philanthropy and welfare concerning leprosy in Brazil, historians have noted the role played by certain women from the ruling classes, as of the mid-1920s, in supporting the patients through societies for the care of people with leprosy. These studies often note that these philanthropy and welfare activities were imbibed with an authoritarian nature and geared towards segregating the bodies of the poor, seen as potential foci of contamination of "healthy society" (Gomide, 1991;Ornellas, 1997;Monteiro, 1995Monteiro, , 1998Monteiro, , 2003Cunha, 2005;Santos, 2006Santos, , 2011Mattos, 2002;Poorman, 2006;Maciel, 2007;Curi, 2010;Nascimento, Marques, 2011;Carvalho, 2012;Leandro, 2013;Silva, 2016). However, the historiography has not investigated the socioeconomic status of the women involved in the leprosy cause.…”