ResumoO artigo discute algumas questões relacionadas à droga talidomida, a partir de notícias da mídia impressa. As fontes utilizadas na pesquisa foram jornais editados na cidade do Rio de Janeiro entre 1959 e 1962. O estudo destaca o contexto histórico brasileiro que antecede a chegada da talidomida no Brasil, com ênfase em alguns aspectos relativos à indústria farmacêutica no cenário da década de 1950; traz algumas informações sobre o Instituto Pinheiros Produtos Terapêuticos S/A, o principal laboratório que produziu e comercializou a droga no país; demonstra como os jornais veicularam as primeiras propagandas incentivando a prescrição do medicamento e acompanha as notícias sobre os malefícios da talidomida; aponta quais ações foram tomadas para a retirada da droga do mercado brasileiro, uma vez que ela era amplamente comercializada no país naquele momento; conclui que a mídia impressa deu destaque moderado para a tragédia, que a talidomida circulou largamente pelo território nacional e sugere que a primeira geração de bebês vítimas da talidomida deve ser maior do que normalmente se supõe.
Este artigo analisa um conjunto de cartas escritas por mães e pais de autistas, publicadas no Jornal do Brasil na década de 1980. O trabalho busca contribuir, a partir de uma pesquisa documental realizada na imprensa periódica, com a ampliação de conhecimentos sobre aspectos relacionados à história do autismo no país. Objetiva demonstrar duas questões: que as correspondências publicadas no período expressaram variedade de posicionamentos em torno do entendimento do fenômeno do autismo; e que as cartas podem ser entendidas como expressões de advocacy de familiares interessados em ações de assistência aos autistas. Os resultados da pesquisa apontam para mães e pais transformando sua maternagem e paternagem em instrumento político.
Destacam-se alguns aspectos da hanseníase e da política de saúde para os hansenianos do Maranhão, na década de 1930. O equacionamento da doença no estado seguiu o compasso imposto pelas políticas nacionais de saúde centralizadoras, desenvolvidas no período varguista: mais vigilância sanitária sobre os portadores da moléstia e a construção de colônia de isolamento compulsório para doentes contagiantes caracterizaram sobremaneira a década no que tange à profilaxia da então chamada lepra. Achilles Lisboa foi o médico que melhor traduziu esse período, e seus discursos são aqui destacados, pois contribuíram para moldar com agressividade as políticas públicas de exclusão direcionadas aos hansenianos maranhenses.
Resumo O artigo analisa como o periódico Jornal do Médico, editado na cidade do Porto, em Portugal, divulgou o desastre da talidomida. A pesquisa percorreu as páginas da fonte desde o início de 1960 até o final de 1962. Aqui, objetivam-se apontar e discutir duas questões interligadas: a morosidade em publicar matérias sobre os efeitos deletérios do medicamento, vendido no país sob a denominação Softenon®, e a construção discursiva da isenção da responsabilidade do médico no fenômeno da iatrogenia medicamentosa.
Resumo O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão de literatura acerca da produção científica sobre a temática da violência obstétrica disponível na plataforma SciELO Brasil. Analises como esta vem sendo discutida, com especial atenção para a problematização da questão conceitual. Por meio do estudo exploratório, utilizando as técnicas de revisão bibliográfica e pesquisa documental, verificou-se que inexiste um consenso com relação à conceituação de violência obstétrica, uma vez que se trata de uma concepção ampla e complexa, bem como constatou-se que a discussão acadêmica é bastante recente, evidenciando diálogos com a literatura internacional, em particular com autores da América Latina. Palavras-chave: violência obstétrica, parto e nascimento, direitos sexuais e reprodutivos, revisão de literatura.
O presente artigo destaca que a farinha de mandioca constituiu a principal atividade de trabalho e a principal referência alimentar dos trabalhadores rurais da comarca de Paranaguá na segunda metade do século XIX. Com base na análise de um conjunto de inventários do período 1849-1887, é possível afirmar a existência de um modo de vida rural na comarca pautado pela quase onipresença da cultura material da farinha de mandioca.
O artigo analisa as representações sociais sobre sujeitos identificados com sorologia positiva para HIV e/ou adoecidos pela aids veiculadas pelo periódico Correio de Notícias entre os anos de 1987 e 1992. Buscou-se perceber como um veículo de comunicação com circulação expressiva no estado do Paraná construiu uma determinada imagem encarnada do soropositivo para o HIV, em um período em que a AIDS era comumente considerada um vaticínio de morte e no qual a imprensa correntemente utilizava-se do termo ‘aidético’. A partir dos dados obtidos, fez-se análise de conteúdo das matérias jornalísticas, com suporte na teoria das Representações Sociais. Identificou-se uma pluralidade de categorias temáticas, sobressaindo-se um conjunto de representações cujo significado mais imediato reforçou a estigmatização da pessoa com HIV e/ou adoecida pela AIDS a partir de sua associação com crime, delito e contravenção.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.