ResumoO artigo discute algumas questões relacionadas à droga talidomida, a partir de notícias da mídia impressa. As fontes utilizadas na pesquisa foram jornais editados na cidade do Rio de Janeiro entre 1959 e 1962. O estudo destaca o contexto histórico brasileiro que antecede a chegada da talidomida no Brasil, com ênfase em alguns aspectos relativos à indústria farmacêutica no cenário da década de 1950; traz algumas informações sobre o Instituto Pinheiros Produtos Terapêuticos S/A, o principal laboratório que produziu e comercializou a droga no país; demonstra como os jornais veicularam as primeiras propagandas incentivando a prescrição do medicamento e acompanha as notícias sobre os malefícios da talidomida; aponta quais ações foram tomadas para a retirada da droga do mercado brasileiro, uma vez que ela era amplamente comercializada no país naquele momento; conclui que a mídia impressa deu destaque moderado para a tragédia, que a talidomida circulou largamente pelo território nacional e sugere que a primeira geração de bebês vítimas da talidomida deve ser maior do que normalmente se supõe.
A síndrome da talidomida afetou o desenvolvimento de crianças brasileiras em fins da década de 1950 e posteriormente. A talidomida era vendida como antiemético e sonífero. Se consumida no período inicial da gestação provocava embriopatias diversas. Milhares de crianças em 46 países nasceram com ausência ou encurtamento dos membros superiores e/ou inferiores. Seus fabricantes não se responsabilizaram pelos efeitos colaterais e as crianças cresceram sob a proteção de seus pais e familiares, sem qualquer direito ou assistência devido a sua condição, por parte do Estado. Com o objetivo de compreender o processo de luta por direitos para as crianças com síndrome, nascidas entre 1959 a 1964, através de pesquisa documental, este artigo analisa o processo de judicialização e posterior construção de legislação em termos de direitos para esse grupo social. A luta por direitos foi morosa, chegando até a idade adulta dos sujeitos a que esta pesquisa se refere.
Resumo O estudo investiga o perfil familiar de mulheres que atuaram em importantes cargos com poder decisório na Federação das Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra em diversas localidades do Brasil. Utilizando a prosopografia como técnica e método de pesquisa, buscou-se agregar informações sobre mulheres que mantiveram relações estreitas com a política de saúde para a lepra no país, de meados da década de 1920 ao final da década de 1940. A pesquisa reforça o entendimento do assistencialismo feminino pautado no controle e gerenciamento dos preventórios e sugere que a posição social/profissional dos pais e/ou maridos das mulheres que desempenharam funções na federação também concorreu para que elas agissem pela causa da doença.
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