2001
DOI: 10.1590/s0102-01882001000100006
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Getúlio e a seca: políticas emergenciais na era Vargas

Abstract: RESUMOEste artigo procura analisar as relações entre o Estado e os retirantes das secas de 1932 e 1942, durante o período de Getúlio Vargas como presidente. As intervenções realizadas para estabelecer um controle episódico sobre essa população migrante, que invadia e saqueava cidades e armazéns, podem abrir janelas de compreensão bastante amplas para examinar os mecanismos de constituição do poder de Vargas e a permanência do "trabalhismo" no Brasil, assim como as relações entre os modelos liberal e paternalis… Show more

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“…À época, não só o governo getulista, como também o governo do Ceará, adotaram medidas de eliminação da mendicância. Por causa da imensa quantidade de pessoas pobres e famintas migrando do sertão central para a capital e para o Cariri, o governo criou inúmeras zonas de segurança para confinar os retirantes (Neves, 2001 No entanto, a comunidade e o beato começaram a incomodar as autoridades. Além do crescimento do grupo e de seus princípios de autogestão, o episódio do "boi mansinho" acionou problemas com a elite (Alves, 1994).…”
Section: Episódio 01: O Campo De Concentração Do Buritiunclassified
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“…À época, não só o governo getulista, como também o governo do Ceará, adotaram medidas de eliminação da mendicância. Por causa da imensa quantidade de pessoas pobres e famintas migrando do sertão central para a capital e para o Cariri, o governo criou inúmeras zonas de segurança para confinar os retirantes (Neves, 2001 No entanto, a comunidade e o beato começaram a incomodar as autoridades. Além do crescimento do grupo e de seus princípios de autogestão, o episódio do "boi mansinho" acionou problemas com a elite (Alves, 1994).…”
Section: Episódio 01: O Campo De Concentração Do Buritiunclassified
“…No campo de concentração do Buriti, assim como para todo o contingente de migrantes da seca, o governo Vargas dispôs seu paternalismo, colocando em prática ações de emergência que incluíam oportunidades de "trabalho" na Amazônia, ir para a linha de frente da guerra civil em São Paulo (Abreu, 2011) ou padecer entre as cercas de arame farpado dos campos de concentração, esperando a porção de ração fornecida diariamente (Neves, 2001). É perceptível que as opções para esse grupo de pessoas eram o trabalho precarizado, a disposição de seus corpos à luta ou a promoção de alimento como caráter mínimo necessário à sobrevivência.…”
Section: Poder Sobre O Corpo Dos Pobresunclassified
“…A lógica da indústria da seca se materializava na realização de obras fantasmas ou faraônicas, como a construção de grandes açudes, barragens e poços perfurados em terras de fazendeiros (BAPTISTA; CAMPOS, 2013a). Ao mesmo tempo, a concepção de combate à seca estava por trás da execução de políticas emergenciais que atendiam aos interesses econômicos das elites dominantes, como a distribuição de alimentos, as frentes de serviço, o deslocamento populacional e, mais recentemente, a distribuição de água em carros-pipa (NEVES, 2001; ALVES, 2013).…”
Section: Assistencialismo E Políticas Emergenciaisunclassified
“…O artigo de Cebolo et al (2012), por exemplo, apresenta um panorama geral da crise de refugiados haitianos que migraram para a região norte do Brasil. Neves (2001) aborda os aspectos de controle social de imigrantes na região de secas durante a Era Vargas. Soriano e Valêncio (2012) analisam as variáveis de risco de colapso de barragem, considerando caráter ecossistêmico, climático e terrorismo.…”
Section: Revisão Da Literatura Nacionalunclassified