RESUMO: Procuramos analisar a oposição entre os conceitos de local e universal, oposição que aparece em alguns textos críticos acerca da recepção internacional da obra de Machado de Assis que foram publicados ao longo da última década. Os críticos e pesquisadores cujas ideias comentamos, e cujos artigos compuseram um debate sobre a inserção da obra machadiana no cenário internacional, são, nomeadamente, Michael Wood, Roberto Schwarz e Abel Barros Baptista. Nossa análise e comentário sobre o debate entre eles desenvolvido conta ainda, como ponto de fuga, com nosso posicionamento de que o uso da disjuntiva local vs. universal comporta o risco de ocultar a realidade histórico-social em que o fenômeno literário está inserido. Faz-se necessário, portanto, buscar outras categorias que deem conta de forma mais equilibrada de toda a complexidade envolvida na produção e recepção literária, em geral, e na produção e recepção da obra machadiana, em particular.PALAVRAS-CHAVE: local; universal; crítica; recepção; Machado de Assis ABSTRACT: This paper analyzes the opposition between the concepts of regional and universal that can be found in some pieces of critical work, published during the last decade, about the international reception of Machado de Assis. The critics and researchers whose ideas we will examine and whose articles have composed a debate about the reception of Machado's work in the international scenery are, namely, Michael Wood, Roberto Schwarz and Abel Barros Baptista. Our analysis and examination of the debate developed between them also bring, as a horizon, our position according to which the disjunction regional vs. universal carries the risk of hiding the social and historical reality in which the literary phenomenon is placed. Due to that we believe it is necessary do search other categories able to deal in a more appropriated way with all the complexity involved in literary production and reception, in general, and in the production and reception of Machado's work, in particular.