Vulnerabilidade de mulheres em união heterossexual estável à infecção pelo HIV/Aids: estudo de representações sociais

Abstract

O artigo discute as representações sociais de mulheres em união heterossexual estável no que diz respeito à vulnerabilidade à infecção pelo HIV/AIDS. Os dados foram produzidos pela associação livre de palavras e constituem recorte de uma pesquisa fundamentada na Teoria das Representações Sociais desenvolvida com mulheres soronegativas para o HIV, da capital e interior da Bahia. A análise fatorial de correspondência revelou significância para as variáveis: procedência, escolaridade e tempo de união estável. A aceitação à traição emergiu como fator de vulnerabilidade para respondentes com 1-5 anos de união estável do interior. Mulheres da capital com 6-10 anos de união estável representam a monogamia como forma de prevenção. Mulheres com maior tempo de união e nível escolar básico representam-se como invulneráveis, contrárias as que têm 1-5 anos de união e escolaridade mediana. Os resultados indicam a necessidade de mais ações com o objetivo de desnaturalizar as coerções sócio-culturais que geram representações e aproximam mulheres em união estável da AIDS.

Male and female condoms: What do women of a subnormal agglomerate know

“…Nevertheless, the explicit or veiled resistance to its use, both by women and men is common. 6 Thus, preventive actions to STIs and HIV are aimed at reducing contamination risks, involving the commitment of production and transmission of knowledge, debate and action on the different levels and nature of the vulnerability of individuals and communities to infection. All this covers every situation and its peculiarities as well as the resources for solving them.…”

<b>Conhecimento de mulheres sobre ist/aids: intervindo com educação em saúde/ Women’s knowledge about sti/aids: working with health education<b>

“…As desigualdades socioeconômicas e o déficit no acesso à educação e aos serviços de saúde em nosso país se configuram como estruturantes da vulnerabilidade relacionada à IST/AIDS (11) . A idade na primeira relação sexual variou dos 13 A grande influência masculina ao longo do processo histórico relacionada ao uso do preservativo obrigou as mulheres a ocuparem uma posição de submissão na relação conjugal (6) . Devido à limitação da utilização da camisinha masculina, em face da dependência do uso pelo companheiro, o direito das mulheres de livre escolha e autonomia é afetado ante recusa de uso pelo parceiro (8) .…”

“…Apesar do predomínio dos casos no sexo masculino, a velocidade de crescimento da infecção em mulheres heterossexuais demonstra que, nas últimas décadas, houve uma mudança no perfil da doença no Brasil, tendo como causa de contaminação possíveis fatores relacionados ao contexto sociocultural (5,6) .…”

“…Até o momento, o conhecimento associado ao uso regular do preservativo constitui a única alternativa eficaz de prevenção pela via sexual, tanto do HIV quanto das IST (8) . Porém, por envolver inúmeros aspectos socioculturais, a negociação do sexo seguro é restrita, pois ainda que as mulheres compreendam sua vulnerabilidade, muitas delas sabem que seu poder para reduzir ou eliminar o risco é limitado pelo parceiro, e outras ainda tratam a confiança e a fidelidade como elementos vinculados à proteção (6,7) . Desta feita, é sabido que o conhecimento por si só não é garantia da adoção de comportamentos preventivos; porém, o conhecimento adequado sobre as formas de prevenção e transmissão de IST/AIDS, e o entendimento de susceptibilidade e risco, através do desenvolvimento de atividades educativas, pode favorecer condutas preventivas, como o uso do preservativo.…”

Perception of health professionals about the prevention of the AIDS epidemic in Florianópolis, Santa Catarina, Brazil (1986-2006)

“…In contrast, heterosexuals hada representation of immunity to infection, and thus maintained their same codes of sexual behavior, which involved vaginal sex as the prevalent practice, in which each woman negotiated safer sex, from their position of greater or lesser power. 21 Unfortunately, the culture of male chauvinism, the subordination of women in gender relations, arising from the symbolic constructions of masculinity and femininity, the sense of invulnerability to HIV transmission, as well as the fidelity expected in relationships, made women not demand, from their regular partners, condom use. 21 These situations influenced in changes in the epidemiological profile, since there was an increase in the number of cases of HIV transmission among heterosexuals, especially among married women.…”