A política atual de atenção integral à saúde das mulheres propõe a incorporação do princípio da integralidade e da dimensão de gênero nas práticas profissionais. Este estudo teve como objetivos: proporcionar reflexão e discussão sobre o cuidado à saúde das mulheres e identificar aspectos que fragilizam ou potencializam a integralidade. Tem abordagem qualitativa e foi realizado em uma unidade da rede básica de saúde, de Salvador-BA, com profissionais de níveis diferenciados de formação. A integralidade constituiu o eixo teórico, e o material empírico foi produzido por meio de oficinas de reflexão e analisado pela técnica de análise de discurso. A equipe multiprofissional reconhece que as mulheres usuárias enfrentam situações de desigualdades de classe e de gênero, além de se submeterem a relações desiguais e autoritárias no serviço. A integralidade inexiste, o que é reconhecido pelo grupo que identifica as fragilidades, mas não mobiliza seu potencial de organização coletiva para a mudança.
O artigo enfoca a heterogeneidade de grupos e de pessoas usuárias de drogas, com ênfase nas especificidades de mulheres. Trata-se de revisão da literatura sobre o fenômeno das drogas e saúde, a partir de textos selecionados que utilizam a variável empírica sexo. Foram identificadas diferenças no consumo de drogas entre homens e mulheres e especificidades entre mulheres tanto em relação a aspectos epidemiológicos quanto aos determinantes sócio-culturais do fenômeno. Identificou-se que a taxa de consumo, tipo da droga, idade, mortalidade e comorbidade foram aspectos responsáveis pelas principais diferenças de gênero. Especificamente em grupos de mulheres, foram identificadas diferenças relacionadas ao tipo de droga versus idade e procura por tratamento versus tipo de atividade desenvolvida pela unidade de saúde. Os dados demonstram que a assistência às pessoas usuárias de drogas deve contemplar especificidades individuais e de grupos.
Aim: to know the perception of health professionals about violence against women. Method: a descriptive and qualitative study carried out with members of the Guanambi Family Health Strategy teams in the state of Bahia, Brazil. The researchers collected the data through a semi structured interview, systematized it using content analysis and performed its analysis based on a theoretical reference on the subject. Results: the
The aim of this study was to characterize the sociodemographic conditions and patterns of crack use among women. A descriptive-exploratory study with a qualitative approach was performed in January 2012, using semi-structured interviews with 16 women who use or used crack, and were enrolled in the Damage Reduction Strategy of the municipality of Pelotas, in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Data were analyzed using the thematic content analysis. A group of young women was identified with low levels of education and income, which perform informal labor activities and have at least one child. The pattern of crack use among these women was identified as the "binge" type, interfering with daily activities, and characterizing the group of women as abusive users. The pattern of crack use among the women, and its relation to issues of gender, pointed to the production of new insertions and discourses, bringing into question pre-defined behaviors in society.DESCRIPTORS: Drug users. Crack cocaine. Women. Gender identity. CONDIÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS E PADRÕES DE CONSUMO DE CRACK ENTRE MULHERESRESUMO: O objetivo deste estudo foi caracterizar as condições sociodemográficas e os padrões de consumo de crack entre mulheres.Realizou-se um estudo exploratório-descritivo, de abordagem qualitativa, por meio de entrevista semiestruturada com 16 mulheres que consomem ou consumiam crack cadastradas na Estratégia de Redução de Danos de Pelotas-RS, no mês de janeiro de 2012. Para a análise dos resultados, utilizou-se a análise de conteúdo, na modalidade análise temática. Identificou-se um grupo de mulheres jovens, com baixa escolaridade e renda, exercendo atividades ocupacionais informais e com pelo menos um filho. O consumo de crack era do tipo "binge" e interferia nas atividades diárias preexistentes, caracterizando o grupo de mulheres como usuárias abusivas. A partir do padrão de consumo de crack entre as mulheres e sua relação com questões de gênero, constatou-se a produção de novas inserções e discursos, pondo em discussão os comportamentos predefinidos na sociedade. DESCRITORES:Usuários de drogas. Crack. Mulheres. Identidade de gênero. CONDICIONES SOCIODEMOGRÁFICAS Y PATRONES DE CONSUMO DE CRACK ENTRE MUJERESRESUMEN: El objetivo de este estudio fue caracterizar las condiciones sociodemográficas y los patrones de consumo de crack entre mujeres. Se realizó un estudio exploratorio y descriptivo de abordaje cualitativo, por medio de una entrevista semiestructurada con 16 mujeres que consumían crack, registradas en la Estrategia de Reducción de Daños de Pelotas-RS, en el mes de enero de 2012. Para el análisis de los resultados se utilizó el análisis de contenido, en la modalidad análisis temático. Se identificó un grupo de mujeres jóvenes, con baja escolaridad y renta, ejerciendo actividades ocupacionales informales y con por lo menos 1 hijo. El consumo de crack era del tipo "binge" e interfería en las actividades diarias pre-existentes, caracterizando el grupo de mujeres como usuarias abusivas. El patrón de consumo de crack entr...
O artigo discute as representações sociais de mulheres em união heterossexual estável no que diz respeito à vulnerabilidade à infecção pelo HIV/AIDS. Os dados foram produzidos pela associação livre de palavras e constituem recorte de uma pesquisa fundamentada na Teoria das Representações Sociais desenvolvida com mulheres soronegativas para o HIV, da capital e interior da Bahia. A análise fatorial de correspondência revelou significância para as variáveis: procedência, escolaridade e tempo de união estável. A aceitação à traição emergiu como fator de vulnerabilidade para respondentes com 1-5 anos de união estável do interior. Mulheres da capital com 6-10 anos de união estável representam a monogamia como forma de prevenção. Mulheres com maior tempo de união e nível escolar básico representam-se como invulneráveis, contrárias as que têm 1-5 anos de união e escolaridade mediana. Os resultados indicam a necessidade de mais ações com o objetivo de desnaturalizar as coerções sócio-culturais que geram representações e aproximam mulheres em união estável da AIDS.
A adolescência é marcada por transformações biopsicossociais. A(O) adolescente soropositivo(a), além de lidar com essas transformações, tem de enfrentar limitações do HIV e exercitar práticas sexuais seguras a fim de não se re-infectar/disseminar o vírus. Os objetivos deste estudo foram: conhecer as Representações Sociais (RS) de adolescentes e jovens que vivem com HIV/AIDS sobre “adolescência” e “adolescência e aids” e identificar como estes vivenciam a sexualidade. Pesquisa de abordagem qualitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais, desenvolvida com 18 sujeitos soropositivos de 11 a 20 anos que frequentam um Centro de Referência. Foi realizada a análise de conteúdo das entrevistas semi-estruturadas. Apesar de conflitos internos e restrições, estar na adolescência e/ou juventude vivendo com HIV, o processo de amadurecimento, trazido pela própria condição de soropositividade, impulsiona o(a) adolescente à busca de estratégias que propiciam melhor enfrentamento da sexualidade. Portanto, existe a necessidade de intervenções na saúde e sexualidade dessas pessoas. Descritores: Sexualidade; Adolescente; HIV; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
ResumoEste estudo teve como objetivo apreender as representações sociais de graduandos em saúde acerca da pessoa travesti. Trata-se de uma pesquisa qualitativa fundamentada no referencial teórico das representações sociais, privilegiando a teoria do núcleo central. Participaram da pesquisa 243 estudantes, sendo 167 mulheres e 76 homens, com idade entre 18 e 63 anos. Realizou-se um teste de associação livre de palavras com a expressão indutora "pessoa travesti", cujos dados foram processados pelos softwares EVOC e IRAMUTEQ. A interpretação dos resultados dispostos no quadro de quatro casas permitiu-nos identificar o forte valor simbólico e afetivo dos campos semânticos "mulher", "diferente", "opção", "transformação" e "alegria", apresentados pelos estudantes, visto que explicitam particularidades do objeto representado. O preconceito foi caracterizado como o principal elemento enfrentado diariamente por quem se expressa enquanto tal. Os elementos que estruturam o núcleo central não revelam diferenciação entre orientação sexual e identidade de gênero, por parte dos graduandos.
Estudo de caráter qualitativo, desenvolvido com objetivo de apreender as representações sociais de profissionais de saúde sobre o consumo de drogas, numa perspectiva de gênero. Os dados foram coletados de março a julho de 2004, através da observação participante, em uma unidade de saúde especializada na assistência a pessoas usuárias de drogas em Salvador-Bahia; e de entrevista semi-estruturada com 19 profissionais que atuam na referida unidade. Os dados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo temática, sendo identificadas duas categorias: o consumo de drogas como uma forma de enfrentar a vida; o ocultamento das mulheres usuárias. O contexto de atuação dos profissionais revelou diferentes realidades em relação às mulheres que consomem drogas, que vão de encontro às representações dos profissionais sobre este grupo populacional. Ressaltamos a influência do contexto na elaboração das representações sociais. Visando uma assistência humanizada e equânime, sugerimos ampliação da abordagem de gênero para os entrevistados e a inclusão de outros profissionais em estudos como este.
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