Insatisfação corporal, prática de dietas e comportamentos de risco para transtornos alimentares em mães residentes em Santos

Abstract

rESUMo objetivo: Avaliar a insatisfação corporal, a prática de dietas e os comportamentos de risco para transtornos alimentares em uma amostra de mães residentes no município de Santos. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, de base populacional, com 453 mães de filhos com até 10 anos de idade. As mães responderam ao Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26), à Escala de Figuras de Stunkard e a uma questão sobre a prática atual de dietas. resultados: Das mães, 29,9% apresentaram escore positivo para os comportamentos de risco para transtornos alimentares e 21,8% estavam fazendo dieta para emagrecer no momento da entrevista. No tocante à imagem corporal, 17,5% das mães estavam satisfeitas com o seu tamanho corporal, 71,5% gostariam de diminuir seu tamanho corporal e 11,0% gostariam de aumentá-lo. Os comportamentos de risco para transtornos alimentares foram mais frequentes nas mães insatisfeitas com seus tamanhos corporais (p < 0,0001). Conclusão: A maioria das mães investigadas estava insatisfeita com os seus tamanhos corporais. A frequência de mães que praticavam dietas ou tinham comportamentos de risco para transtornos alimentares foi similar ou superior aos demais estudos nacionais, conduzidos, em sua maioria, com populações consideradas de risco, como meninas adolescentes e jovens universitárias. aBStraCt objective: To evaluate body dissatisfaction, dieting and risk behaviors for eating disorders among a sample of mothers living in the city of Santos. Methods: It was conducted a cross--sectional population-based study with 453 mothers of children aged until 10 years old. The mothers answered to the Eating Attitudes Test (EAT-26), the Stunkard's Figure Scale and a question about being currently dieting. results: 29.9% presented a positive score for risk behaviors for eating disorders and 21.8% were currently dieting. Regarding body image, 17.5% of the mothers were satisfied with their current body size, 71.5% would like to decrease their body sizes and 11.0% would like to increase it. The risk behaviors for eating disorders were more frequent among the body-dissatisfied mothers (p < 0.0001). Conclusion: Most of the mothers were dissatisfied with their body sizes. The frequency of mothers who practiced Recebido em

Atitudes Alimentares E Imagem Corporal Das Mães De Pacientes Com Transtornos Alimentares

“…Sabe-se que ganho de peso é fator de risco para o desenvolvimento de obesidade e TA; assim, é possível que a população de mães seja um grupo de risco para seu desenvolvimento. 25 Ao analisar o teste "Como está sua Alimentação", pode-se concluir que essa população apresenta uma alimentação próxima ao considerado saudável, já que os resultados indicam pontuação maior que 29 pontos, que é seu limite inferior. Porém não houve diferença significativa em seu limite superior, o limite de alerta, que é de 42 pontos, o que nos leva a concluir que, embora esta população esteja dentro do intervalo de alerta, sua média populacional está na região limítrofe para uma boa alimentação (Ministério da Saúde).…”

Ponto De Equilíbrio Entre a Ciência Da Nutrição E “Fat Studies”

“…50 O padrão inalcançável imposto e as restrições irreais na dieta contribuem para a insatisfação com o corpo no Brasil. [51][52][53] Para Campos (2016), impor às pessoas uma exigência de realização em todos os âmbitos, inclusive com imposições estéticas, representa uma desconsideração das dificuldades enfrentadas na vida de cada um. 22 Pesquisadores de diferentes áreas, inclusive da nutrição, vêm discutindo diferentes abordagens, mais holísticas, livres de discursos moralistas ou que perpetuem visões errôneas ou limitadoras sobre o processo saúde-doença e sobre a corporalidade.…”

Alimentação Saudável, Cuidado E Gênero: Percepções De Homens E Mulheres Da Zona Noroeste De Santos-Sp

“…Scagliusi et al, 22 em estudo quantitativo sobre a insatisfação corporal de mães residentes no município de Santos, incluindo a região do presente estudo, evidenciaram que a maioria das mulheres estava insatisfeita com seus tamanhos corporais, sendo frequente a prática de dietas restritivas e comportamentos de risco para transtornos alimentares. Esses achados reforçam que a sociedade contemporânea cultua a magreza como uma situação ideal de aceitação social entre as mulheres e rejeita a obesidade, associando a gordura à doença e à falta de controle sobre o corpo.…”