O presente estudo avaliou a eficiência do hipoclorito de sódio a 1% e do ácido acético a 6,6% (vinagre) na higienização de hortaliças in natura (alface, coentro, repolho e couve), provenientes de seis estabelecimentos comerciais, subdivididos em três supermercados e três feiras livres, localizados na cidade de Natal-RN, durante o período de junho a outubro de 2013. As amostras foram analisadas com o objetivo de descrever a presença de contaminantes e, em seguida, foram submetidas ao tratamento com soluções higienizantes. Para a análise parasitológica, utilizou-se os métodos de Hoffman, Pons e Janer (HPJ) e Faust. Para as análises bacteriológicas, foi utilizada a técnica do substrato cromogênico e posterior quantificação dos grupos coliformes, através da técnica do número mais provável (NMP). Para a análise estatística, além da estatística descritiva, foi utilizado o teste t de student, considerando um α=0,05. De um total de 24 amostras analisadas, em 41,7 % foram encontradas formas parasitárias e o parasita mais prevalente foi o Endolimax nana (22,2%). A análise dos grupos coliformes evidenciou que 100% das amostras do grupo controle estavam contaminadas por coliformes totais e 83,3% por coliformes termotolerantes. A alface apresentou o maior índice de contaminação por parasitas (50%) entre as amostras do grupo controle, bem como as maiores médias de contaminação por coliformes totais e coliformes termotolerantes, acima de 2400 NMP/100mL e 1356 NMP/100mL, respectivamente. As hortaliças provenientes das feiras livres apresentaram a maior prevalência de contaminação por parasitas (70%), por coliformes totais (53,7%) e coliformes termotolerantes (56,8%). Entretanto, esse estudo mostrou que não há diferença entre o risco de uma hortaliça adquirida em um supermercado ou feira livre estar contaminada por parasitas (p≤0,223), coliformes totais (p≤0,193) e/ou coliformes termotolerantes (p≤0,789). O uso do hipoclorito de sódio a 1% mostrou-se mais eficaz para a higienização de amostras contaminadas por parasitas (p≤0,001), coliformes totais (p≤0,000) e coliformes termotolerantes (p≤0,001). Concluiu-se que as hortaliças podem ser grandes reservatórios de parasitas patogênicos e grupos coliformes, fazendo-se necessária a realização de medidas preventivas, direcionadas à qualidade higiênico-sanitária da água utilizada para irrigação das hortaliças e a correta desinfecção desses alimentos.