Disfonia infantil: aspectos epidemiológicos

Abstract

Introdução: O diagnóstico das disfonias na infância tem sido facilitado, nos últimos anos, pelo desenvolvimento de métodos diagnósticos de fácil execução técnica, como a laringoscopia indireta com fibra óptica9. Objetivo: O presente estudo teve o objetivo de avaliar a incidência das diversas lesões laríngeas nos exames de videolaringoscopia de crianças com queixas vocais realizados no Setor de Laringologia do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Forma de estudo: Retrospectivo clínico não randomizado. Material e método: Realizamos estudo retrospectivo, analisando 34 exames de videolaringoscopia de crianças realizadas neste serviço, no período de março de 1999 a março de 2000. No levantamento realizado, apresentou interesse especial a incidência quanto ao sexo e idade; o tipo de lesão laríngea, se isolada ou associada; a coaptação glótica e a presença de sinais sugestivos de refluxo gastroesofágico (RGE). Resultados: Foram identificadas 18 crianças portadoras de nódulo vocal (53%), 7 de cisto de prega vocal (21%), 1 criança com lesão nodular inespecífica (3%) e 8 crianças apresentaram o exame normal (23%). A idade das crianças com nódulo vocal variou de 4 a 13 anos, com média de 9 anos; não houve correlação da lesão com o gênero. A idade das crianças com cisto vocal variou de 10 a 13 anos, com média de 11,2 anos; também não houve correlação da lesão com o gênero da criança. Achados sugestivos de RGE foram encontrados em apenas 1 criança, sendo esta portadora de nódulo vocal. Conclusão: O nódulo vocal foi a lesão mais comum observada nas crianças avaliadas, sem prevalência quanto ao sexo, com uma média de idade de 9 anos.

Análise da qualidade de vida relacionada à voz na população infantil

“…Some studies have considered the results of auditory-perceptual assessment (11)(12)(13)(14) , some have considered parents' complaints about their children's voices (8,11) ; whereas others have used the laryngeal evaluation (4,15) . Considering the multidimensional nature of the voice function, the Committee on Phoniatrics of the European Laryngological Society suggests that vocal assessment include different approaches, such as auditory-perception, videostroboscopy, acoustics, aerodynamics, and subjective rating by the patient (16) .…”

“…Therefore, early diagnosis and treatment of pediatric vocal disorders are extremely important so that they do not interfere with social activities and, consequently, with adulthood (3) . Prevalence of pediatric dysphonia in schools varies from 6 to 23.4%, reaching its peak in children aged five to 10 years (4) . When untreated, it can influence the development of adequate communicative capacity in adult life.…”

Estudo Comparativo Do Perfil De Comportamento Vocal Como Fator De Risco Para Aquisição De Disfonia, Em Escolares Entre Cinco E Dez Anos De Idade, De Ambos Os Sexos

“…Em relação ao sexo e à idade, observou-se uma maior ocorrência de abusos vocais no sexo masculino, nas idades de 6, 7, 8 e 10 anos. Apesar dessa pesquisa se dedicar apenas a detecção dos candidatos à disfonia e não aos que já a possuem, pode-se compará-los à grande parte dos estudos que evidência um pico entre 5 e 10 anos de idade para a ocorrência de disfonia infantil e uma tendência significativa da mesma no sexo masculino, justificada pela imposição social de uma conduta mais agressiva por parte dos meninos (TAKESHITA et al 2009;MELO et al 2001;MAIA et al 2014).…”

“…É uma sintomatologia mais frequente no público infantil com pico entre 5 e 10 anos de idade, com etiologia diversificada e multicausal (TAKESHITA et al 2009). Muitos pais e educadores não identificam ou não se preocupam com as modificações vocais apresentadas pelas crianças (OLIVEIRA, 2009), o que resulta em divergências na literatura sobre a incidência da disfonia infantil (MELO et al, 2001).…”

Análise vocal na infância: uma revisão integrativa

“…Tais resultados sugerem que o deLegenda: TMF = tempo máximo de fonação Figura 4. Tempos máximos de fonação por grupos etários (18) Crianças disfônicas [32][33][34][35][36][37] . Uma revisão integrativa de literatura não estabeleceu um perfil comportamental em crianças disfônicas e não encontrou correlação entre a disfonia infantil e o comportamento vocal inadequado 43 .…”