RESUMO:Tecnologias que aumentam a produtividade das culturas são viáveis quando proporcionam lucratividade ao produtor. O objetivo deste trabalho foi avaliar os custos de produção e a lucratividade do milho irrigado, em diferentes sistemas de produção no cerrado. O trabalho foi conduzido em Selvíria (MS), nos anos 2009/10 e 2010/11. O delineamento experimental foi disposto em blocos ao acaso com quatro repetições, em esquema misto com faixas e fatorial. Foram estabelecidos 36 tratamentos, sendo três adubos verdes (milheto, crotalária e consórcio milheto + crotalária), três manejos do solo (sistema plantio direto, "grade pesada" + "grade leve" e "escarificador" + "grade leve") e quatro doses de N em cobertura (0, 60, 90 e 120 kg ha -1 ). Para análise econômica foram estimados o custo operacional efetivo, a receita bruta obtida pelo produto em função da produtividade dos tratamentos e o valor dos grãos de milho (R$ 0,417 kg -1 ou R$ 25,00 sc -1 ) e a relação receita/custo dos tratamentos. Considerando valores maiores (receita/custo > 1) e menores (receita/custo < 1) como parâmetro na análise de lucratividade, pode-se concluir que o milho no sistema plantio direto obteve maior lucratividade; em sucessão ao milheto lucratividade crescente com o aumento das doses de N, em sucessão a crotalária e na ausência da aplicação do adubo nitrogenado em cobertura obteve a maior lucratividade em relação aos demais tratamentos e em sucessão ao consórcio milheto + crotalária doses de N em cobertura entre 50 e 55 kg ha -1 proporcionam maior lucratividade ao cultivo do milho.
PALAVRAS-CHAVE:Zea mays. Crotalaria juncea. Pennisetum glaucum. Lucratividade. Custo de produção.
INTRODUÇÃOA produção mundial de milho em 2010 foi de 844,4 milhões de toneladas, sendo os maiores produtores Estados Unidos, China e Brasil, responsáveis por aproximadamente 37, 21 e 7% da produção mundial, respectivamente (FAO, 2012). Estados Unidos e China são países localizados em altas latitudes em relação ao Brasil, favorecendo-os com maiores produtividades. Porém, não só os efeitos ambientais refletem em baixa produtividade do milho dos produtores brasileiros, mas também, a inferioridade tecnológica (FORNASIERI FILHO, 2007) e a ausência de informações economicamente viáveis que amparem os diferentes manejos da cultura em condições tropicais.O conhecimento do custo de produção dos manejos adotados para a cultura do milho, tais como a adubação verde, o manejo do solo e as doses de N em cobertura são importantes e necessários, uma vez que fornecem informações para a adoção de diferentes níveis tecnológicos e ampliam o leque de tecnologias mais sustentáveis e lucrativas.O cultivo do milho em sucessão à crotalária proporciona maior produtividade física e econômica de grãos, comparado ao milho em sucessão ao milheto e ao solo em pousio ANDRIOLI et al., 2008). No entanto, como cobertura vegetal, o milheto é amplamente utilizado para a produção de palha e manutenção do sistema plantio direto, devido à maior oferta de sementes no mercado e o menor preço em relação às...