2019
DOI: 10.1590/18094449201900550006
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Dias e noites em Tamara – prisões e tensões de gênero em conversas com “mulheres de preso”

Abstract: Resumo Proponho, neste trabalho, uma reflexão teórico-metodológica que trata da pesquisa sobre prisões desde o lado de “fora”. Argumento que as pessoas (em sua maioria mulheres) que visitam esposos e filhos privados de liberdade são parte crucial na conformação da prisão extramuros. As relações que as “mulheres de preso” estabelecem com seus familiares, produzidas e mediadas pela prisão, demandam que elas atravessem as fronteiras prisionais para abastecer os presos com alimentos, roupas, cuidados e informações… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2

Citation Types

0
0
0
7

Year Published

2020
2020
2022
2022

Publication Types

Select...
3

Relationship

1
2

Authors

Journals

citations
Cited by 3 publications
(7 citation statements)
references
References 5 publications
(3 reference statements)
0
0
0
7
Order By: Relevance
“…Assumir a identidade de visitante em um centro de detenção possibilitou a etnografia de Biondi (2009) sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC). Há ainda quem entre no campo etnográfico como agente da Pastoral Carcerária (GODOI, 2017), como participante de organizações não governamentais (PADOVANI, HASSELBERG e BOE, 2019) ou ainda como usuárias dos mesmos serviços de locomoção e/ou hospedagem utilizados pelas visitantes do cárcere (FERRAZ DE LIMA, 2013;LAGO, 2017LAGO, , 2019.…”
Section: Etnografias Em Prisões: Entre Cenários Inusitados E Atores Pluraisunclassified
See 1 more Smart Citation
“…Assumir a identidade de visitante em um centro de detenção possibilitou a etnografia de Biondi (2009) sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC). Há ainda quem entre no campo etnográfico como agente da Pastoral Carcerária (GODOI, 2017), como participante de organizações não governamentais (PADOVANI, HASSELBERG e BOE, 2019) ou ainda como usuárias dos mesmos serviços de locomoção e/ou hospedagem utilizados pelas visitantes do cárcere (FERRAZ DE LIMA, 2013;LAGO, 2017LAGO, , 2019.…”
Section: Etnografias Em Prisões: Entre Cenários Inusitados E Atores Pluraisunclassified
“…Nos estudos etnográficos sobre visitantes do cárcere, também há maior investimento em prisões masculinas (COMFORT, 2008;SPAGNA, 2008;DUARTE, 2013;BASSANI, 2016;FERRAZ DE LIMA, 2013;GODOI, 2017;LAGO, 2017LAGO, , 2019. Tal concentração não parece ocorrer por acaso, uma vez que as pesquisas no sistema prisional costumam indicar que há um número pequeno -ou até mesmo inexistente -de visitantes em prisões de mulheres (SPAGNA, 2008;BASSANI, 2011;DUARTE, 2013).…”
Section: Etnografias Em Prisões: Entre Cenários Inusitados E Atores Pluraisunclassified
“…Apesar da rigidez dos muros da prisão e das tentativas de distanciamento desta em relação à sociedade, seus efeitos transbordam para além do seu espaço físico (Lago, 2019), adentrando, também, nas trajetórias de cada um que, direta ou indiretamente, vivencia a realidade do cárcere (Borges, 2018). Assim, o encarceramento tem impacto não apenas no indivíduo preso, mas em todo seu contexto mais amplo, como o sistema familiar, as redes sociais, o bairro, a comunidade, podendo ocasionar rupturas ou fragilização de vínculos, bem como, mudanças importantes no cotidiano e na vida da família da pessoa presa (Kazura, 2018).…”
unclassified
“…Ao considerar as sanções informais à família, o encarceramento de um membro da família representa, além da ausência deste membro no convívio diário, a inserção da prisão no sistema familiar, que passa a atravessar as relações (Lago, 2019). Esse atravessamento se dá de diversas formas, seja na interlocução da família com o indivíduo preso, através das visitas, entrega de mantimentos, e na atenção ao processo penal do mesmo (Guimarães et al, 2006), ou, ainda, a partir dos impactos vivenciados pela família através da prisão.…”
unclassified
“…Para isso, sigo as narrativas de Railda Alves 2 , uma das mães à frente da Amparar -Associação de Familiares e Amigos/as de Presos/as 3 . Em outros trabalhos sobre prisões, explorei as movimentações de mulheres de preso no cotidiano das visitas prisionais e nas filas para a entrada de visitantes (Lago, 2017;2019a;2019b). No presente artigo, discuto os modos pelos quais o aprisionamento de um familiar é o evento disparador de um engajamento político que marca profundamente determinadas trajetórias.…”
unclassified