Previsão da produção bovina na rodovia Transamazônica do Brasil

Abstract

Resumo O governo brasileiro está atualmente promovendo o desenvolvimento de pastagens para gado em vastas áreas da Bacia Amazônica, por meio de um programa de incentivos fiscais e tributários. Este fato tem sido encorajado por declarações recentes, de que as pastagens melhoram a qualidade dos solos, possivelmente podendo propiciar uma produção bovina por tempo indeterminado. Cálculos da produtividade bovina prevista para áreas, como as adjacentes à rodovia Transamazônica. feitas por vários métodos, levam à conclusão que as expectativas são demasiadamente otimísticas. O presente trabalho desenvolve equações para a previsão de produção de gado, numa área de estudo ao longo da Transamazônica, levando em consideração os efeitos dos nutrientes do solo e a competição com plantas invasoras. Níveis baixos de fósforo no solo e a invasão de ervas não comestíveis reduzem a produção de gramíneas e. conseqüentemente, de gado. a níveis muito baixos. Apresenta-se os resultados de uma simulação por computador acerca da produção de gado baseada tanto nas relações desenvolvidas ligando as produções a nutrientes do solo e a invasoras, quanto nas informações sobre solos colhidas na área de estudo na Transamazônica. A simulação das pastagens é parte de uma simulação maior do agro-ecossistema dos colonos da Transamazônica. cujo objetivo é estimar a importância de vários fatores na capacidade de suporte dessa área, para populações humanas. Embora o estudo da capacidade de suporte mostre que a agricultura baseada principalmente em culturas anuais apresente grandes riscos, coloca também em dúvida a pressuposição de rendimentos seguros e contínuos, pelos projetos de desenvolvimento de pastagens promovidos atualmente na Amazônia brasileira.

Migração, colonização e meio ambiente: o potencial dos ecossistemas amazônicos

“…A produtividade das pastagens declina em decorrência de diferentes fatores, tais como perda de nutrientes, compactação do solo e invasão de ervas daninhas (Fearnside, 1979). Dados obtidos em Rondônia indicam que uma pastagem com 12 anos produz em torno da metade da matéria seca por ano se comparada a uma pastagem com 3 anos (Fearnside, 1989c).…”

Queimadas na Amazônia: uma análise das pesquisas desenvolvidas nos últimos 25 anos (1993-2017)

“…Até a metade da década de 1980 não era disponível as tecnologias via sensoriamento remoto por satélites para análises espaciais mais amplas e precisas, assim, grande parte dos estudos eram feitos in loco e o uso do fogo no campo geralmente não era o foco da pesquisa, mas era retratado como parte da prática comum de manejo da terra, sempre ressaltando os impactos do excesso do seu uso ao ambiente (WISNIEWSKI, 1970;SCHUBART, 1977;HARWOOD, 1979;FEARNSIDE, 1979FEARNSIDE, , 1980ANDRADE, 1980;SERRÃO, 1984;DIAS FILHO, 1987). Também das condições socioeconômicas que contribuíam para a difícil alteração desta prática (EMBRAPA, 1974;HOMMA, 1980).…”

O aquecimento global no discurso parlamentar brasileiro: denúncia e negação de responsabilidade do agronegócio

“…A exploração e a devastação de novos solos que servem de pasto aos animais levam à utilização excessiva da terra, resultando na perda da camada fértil do solo que, portanto, não poderá mais ser revitalizada. 64 A desertificação de campos e florestas provoca efeitos devastadores não apenas no meio ambiente e espécies de plantas, mas também atingindo animais humanos e não humanos, territórios indígenas e, principalmente, provocando a dramática massa migratória de populações rurais para zonas urbanas. 65 Essas populações ficam em situação de risco e vulnerabilidade constante, tendo sua fonte de subsistência afetada pela devastação ambiental causada pela pecuária.…”

“…64 A desertificação de campos e florestas provoca efeitos devastadores não apenas no meio ambiente e espécies de plantas, mas também atingindo animais humanos e não humanos, territórios indígenas e, principalmente, provocando a dramática massa migratória de populações rurais para zonas urbanas. 65 Essas populações ficam em situação de risco e vulnerabilidade constante, tendo sua fonte de subsistência afetada pela devastação ambiental causada pela pecuária. 66 Segundo a estimativa da FAO, a emissão de gases poluentes que provocam o efeito estufa, pela indústria de criação de animais, constitui 18% do total de dióxido de carbono emitido na atmosfera, tornando-se mais alarmante do que a indústria automobilística.…”