O protagonismo controverso dos mestrados profissionais em ensino de ciências

Abstract

Resumo:O aumento da implantação de cursos de mestrado profissional em ensino vem sendo indicador dos novos contornos das políticas de formação impostos pela CAPES como agência reguladora da formação de professores. Dada a atual predominância desses cursos na área de ensino, empreendemos uma reflexão sobre o papel dos mestrados profissionais na busca da qualidade da educação brasileira e, em particular, da educação em ciências. Para tal, o caminho metodológico apoiou-se em um quadro crítico da situação do Ensino Médio no país e em um referencial marxista sobre a formação docente. Tanto pelos aspectos curriculares, que variam muito de acordo com a recontextualização da legislação em cada realidade particular, quanto pelos aspectos estruturais que tentamos avaliar, foi possível chegar à conclusão de que o protagonismo dos mestrados profissionais em ensino em relação à qualidade da educação de nível Médio é, no mínimo, controverso, e que, portanto, não se pode tomá-lo como garantido.

Mestrados Profissionais Em Ensino De Ciências: Estrutura, Especificidade, Efetividade E Desenvolvimento Profissional Docente

“…Considera a autora (Draibe, 2001, p. 36) O estudo que realizamos sobre nosso corpus parece indicar que alguns dos artigos focalizados pretendem avaliar cursos de MP sob esse enfoque, como veremos adiante. Do total de artigos nessa categoria, quatro foram publicados na Revista Polyphonía (Brandão, Deccahe-Maia, & Bomfim, 2013;Bisognin, 2013;Nascimento, 2013;Martin & Pereira, 2014); dois na Revista Dialogia (Nascimento, Batista, & Cardoso, 2015;Tocafundo, Nascimento, & Verdejo, 2015); dois na Revista Ensino, Saúde e Ambiente (Latini et al, 2011;Rôças et al, 2011) e os outros em nove diferentes periódicos: Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Moreira, 2002); Revista Brasileira de Pós-Graduação (Moreira, 2004); Revista Brasileira em Ensino de Ciências e Tecnologia (Moreira & Nardi, 2009;Niezer et al, 2015); Revista Ciência e Educação (Rezende & Ostermann, 2015); Caderno Brasileiro de Ensino de Física (Ostermann & Rezende, 2009); Scientia Plena (Freire & Germano, 2009); Vydia (Silva & Schirlo, 2014); Revista Educação e Tecnologia (Borges, 2005 (Moreira, 2004, p. 133).…”

“…Assim, podemos explicar a grande incidência de trabalhos nas regiões Sudeste e Sul, que também concentram mais MP, uma vez que esse primeiro grupo de autores foi responsável pela publicação de 15 trabalhos, quase 60% do total considerado. O segundo grupo de autores não está necessariamente vinculado a um programa que oferta o MP, mas busca analisar questões gerais que abrangem essa modalidade e não um programa específico (Moreira, 2002;Moreira, 2004;Borges, 2005;Freire & Germano, 2009;Moreira & Nardi, 2009;Ostermann & Rezende, 2009;Nascimento, 2013;Vital & Guerra, 2014;Nascimento, Batista, & Cardoso, 2015;Rezende & Ostermann, 2015;Tocafundo, Nascimento, & Verdejo, 2015). Nesse grupo, estão presentes 11 publicações que representam 40% dos trabalhos analisados.…”

Desafios E Perspectivas Atuais Na Formação Do Professor De Química: Expectativas Sobre O Mestrado Profissional Em Química Em Rede Nacional (Profqui)

“…Recursos didáticos comumente utilizados pelos PPs desvalorização da atividade docente; devido à fragmentação das ações nas políticas públicas de formação profissional do magistério. 60,61 Apesar de todos os esforços e compreensão de fatos, o texto apresentado no decreto que institui a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica (decreto 6755/09) 41 não expressa claro entendimento de que um dos requisitos básicos para a educação de qualidade seja a valorização docente.…”

O Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física: Investigando os Modos de Regulação em um Polo Regional do Programa

“…Neste cenário, os cursos de MNPEF têm sido debatidos amplamente na literatura acadêmica (Villani, et al, 2017;Rebeque, Ostermann, & Viseu, 2017a), com destaque para sua proposta de trabalho de conclusão (Ostermann, & Rezende, 2009), para suas possíveis contribuições na educação básica (Rezende, & Ostermann, 2015) e para as lutas políticas no campo acadêmico em torno de seu projeto de criação (Villani, 2016).…”