O Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física: Investigando os Modos de Regulação em um Polo Regional do Programa

Abstract

Apresentamos neste artigo nossas investigações acerca do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF). Para tal, fundamentamos nosso estudo na Sociologia da Ação Pública e na Filosofia da Linguagem do Círculo de Bakhtin, sendo nosso objetivo estudar os modos de regulação do MNPEF, descrevendo e analisando a existência de regulação de controle - estruturas concebidas para coordenar e orientar as ações dos atores sociais - e de regulação autônoma, relativos à forma como esses atores sociais convivem e reinventam as orientações do programa. Especificamente, investigamos o contexto de um polo regional (PR), tendo como corpus de pesquisa uma cadeia de documentos referentes aos contextos amplo e específico do MNPEF e o discurso de dois professores do PR em questão. Nossas investigações apontam o MNPEF como um dispositivo de política pública multirregulado, no qual identificamos a coexistência de modos de regulação de controle e autônoma, assim como evidências de regulação conjunta à escala do contexto local, ou seja, processos de microrregulação local.

Avanços, Desafios e Potencialidades: A Trajetória dos Mestrados Profissionais em Ensino de Ciências no Olhar da Pesquisa

“…Destaca-se uma capacidade de aliar formação nas disciplinas em nível de pós-graduação ao mesmo tempo que promove discussões sobre Ensino e Educação de modo amplo (Paulo & Almeida, 2021); • Autonomia relativa na criação curricular. Rebeque et al (2018Rebeque et al ( , 2020 valorizam positivamente a experiência de diálogo entre a Coordenação Nacional do Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de Física e as instituições associadas, permitindo adaptações ao currículo em vista das condições próprias de cada contexto. As expectativas relativas à estrutura curricular dos MPEC, de modo geral, tratam de propor direcionamentos para orientar a formação docente promovida pelos PPG.…”

“…A crítica à constituição dos PPE em instituições de Ensino Superior apenas visando aplicação em sala de aula da Educação Básica, "e não a partir de um diálogo profícuo entre essas esferas" (Silva & Villani, 2022, p. 13). Fortemente ligada a críticas à racionalidade técnica, autores apontam como problemática a constituição de PPE como simples transferência de conhecimento (e.g., Nascimento et al, 2017a;Rebeque et al, 2018); • Percepção de resposta inadequada oferecida pelos PPE aos problemas educacionais. Ligado às críticas anteriores, por vezes é apontado que os PPE não respondem a dificuldades próprias da Educação brasileira, promovendo poucas ou nulas mudanças nas salas de aula (e.g., Barolli et al, 2017).…”