2015
DOI: 10.1590/0103-207020150114
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Propriedade, apropriação social e instituição do comum

Abstract: Tradução do francês de Naira Pinheiro dos SantosPropriedade, apropriação social e instituição do comum Em 1840, Proudhon fazia do seu princípio crítico um slogan que ficou famoso: "a propriedade é um roubo". Ele golpeava muito diretamente a tradição jurídica que havia levado a fazer da propriedade privada o fundamento da sociedade civil e, correlativamente, da propriedade pública, o domínio particular do Estado. Essa impressionante frase proudhoniana não condenava somente a propriedade burguesa; ela visava tod… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1
1

Citation Types

0
4
0
6

Year Published

2019
2019
2022
2022

Publication Types

Select...
8
1

Relationship

0
9

Authors

Journals

citations
Cited by 16 publications
(10 citation statements)
references
References 3 publications
0
4
0
6
Order By: Relevance
“…Even by leaving the definition of the resource uncluttered, common goods can represent much more than trees, rivers, lakes, as common resources include landscapes, water, air, ideas, science, radio waves and the internet and social relations, education and civic commitment as sustained by Dardot & Laval (2015). That is, the common would not be an adjective, but a noun, which is not exactly a good, because it is not an object to be owned or constituted, but a political principle from which common goods must be built and to which they must report to preserve them, expand them and give them life, in a principle that defines a new regime of struggles on a global scale (Dardot & Laval, 2015Saidel, 2017a) and would not be directly related to Property Law (Borges & Carlessi, 2018).…”
Section: Common Goodsmentioning
confidence: 99%
See 1 more Smart Citation
“…Even by leaving the definition of the resource uncluttered, common goods can represent much more than trees, rivers, lakes, as common resources include landscapes, water, air, ideas, science, radio waves and the internet and social relations, education and civic commitment as sustained by Dardot & Laval (2015). That is, the common would not be an adjective, but a noun, which is not exactly a good, because it is not an object to be owned or constituted, but a political principle from which common goods must be built and to which they must report to preserve them, expand them and give them life, in a principle that defines a new regime of struggles on a global scale (Dardot & Laval, 2015Saidel, 2017a) and would not be directly related to Property Law (Borges & Carlessi, 2018).…”
Section: Common Goodsmentioning
confidence: 99%
“…It is important to clarify that dispossession, an old model of primitive accumulation, is not a historically outdated type, but a permanent form of capital accumulation which, in financial capitalism, tends to become the dominant mode and explains the new explosion of enclosures. That is, accumulation by dispossession is an increase in value that is produced not through the classic endogenous mechanisms of capitalist exploitation, but through the set of political and economic means, which allows the ruling class to take possession -if possible, without cost -of what belonged to no one or what was up to then public property or collective cultural and social heritage (Dardot & Laval, 2015).…”
Section: Right To Propertymentioning
confidence: 99%
“…Interessa-me, mais especificamente, focalizar, nesses debates, as estratégias discursivas que mobilizam o significante "comum", traduzindo, assim, os diferentes interesses em jogo. Na contramão das interpretações mais recentes produzidas no campo do Currículo sobre os sentidos e as mobilizações desse termo, apresento, aqui, uma leitura produtiva do significante comum, em diálogo com as contribuições teóricas de autores como Dardot e Laval (2015Laval ( , 2017. Segundo esses autores, assistimos, nos últimos anos, a uma explosão do uso do "comum", tanto no campo das práticas quanto no da reflexão intelectual.…”
Section: Armando a Perspectiva Para Verunclassified
“…Em última análise são as práticas sociais e somente elas que decidem sobre o caráter "comum" de uma coisa ou de um conjunto de coisas. Portanto, contra qualquer naturalismo ou essencialismo é preciso sustentar que é a atividade dos homens que torna uma coisa comum, guardando-a de qualquer lógica de apropriação e reservando-a para o uso coletivo38 .O bem comum diz respeito à valorização do que é público, não no sentido estatal, e sim da do uso da terra e dos demais bens naturais, fundado em elementos que o coletivo se sobrepõe ao interesse individual39 . Assim, a ideia é a de que o comum, embora não exclua, por evidente, o direito de propriedade, surge como uma alternativa à mesma, limitando-a, concedendo ao coletivo o lugar que lhe pertence, e cuja titularidade é coletiva.Para fugir dos limites estruturais oferecidos pelo modelo público/privado, que remete a tutela do ambiente à espera da iniciativa estatal e a um arcabouço processual fortemente vocacionado à tutela do patrimônio privado, cogita-se, portanto, de um procedimento jurisdicional de índole coletiva, no qual o Coletivo personalizado possa zelar pelo exercício de uma função socioambiental da propriedade, a tutelar, sobretudo, o uso comum, não excludente e não exauriente dos recursos naturais, ante a voracidade da apropriação privada e da lógica da mercantilização de todos os bens e valores da vida40 .…”
unclassified