Violência doméstica e trabalho: percepções de mulheres assistidas em um Centro de Atendimento à Mulher

Abstract

RESUMO O presente artigo tem como objetivo analisar as relações entre mulheres em situação de violência doméstica e o seu trabalho, a partir das percepções de mulheres agredidas por seus companheiros ou ex-parceiros atendidas em um Centro de Atendimento à Mulher no estado do Rio de Janeiro. A metodologia seguiu uma abordagem qualitativa, por meio de levantamento bibliográfico, trabalho de campo, utilização de observação participante, levantamento documental e entrevistas individuais. Como resultado, destaca-se que a violência doméstica afeta o rendimento e rotina de trabalho dessas mulheres. Entretanto, o trabalho também é visto como uma saída da situação de violência a qual estão submetidas. PALAVRAS-CHAVE

Social attributes of the male that incite the violence by intimate partner

“…This social understanding, which is rooted in the construction of masculinity, often makes women vulnerable, exposing them to situations of violence in conjugality (31) . This because when the woman decides to break with the hierarchical and unequal system imposed, deciding to perform work activities outside the domestic scope, they are frequently subjected to abuse (32)(33) .…”

O relato de mulheres vítimas de violência doméstica: uma revisão da literatura

“…Todas essas formas de enfrentamento, segundo as vítimas, gera não apenas coragem e capacidade para denunciar o agressor, bem como a decisão de não retornar ao relacionamento abusivo e violento, fazendo-as enxergar novos caminhos para suas vidas, com perspectivas de esperança em uma história diferente, sem mais a presença da violência, nascendo nelas o empoderamento e a auto confiança (Hoerpers & Tomanik, 2019;Carneiro et al, 2019;Carvalho et al, 2019;Gomes et al, 2015). Echeverria et al (2017) analisaram as relações entre mulheres em situação de violência doméstica e seus trabalhos, realizando entrevistas com 5 mulheres atendidas pelo Centro de Atendimento à Mulher no Estado do Rio de Janeiro. Observaram que a situação de violência da vítima pode atrapalhar a produtividade da vítima em seu ambiente laboral.…”

“…As palavras-chave com menor incidência, ou seja, com menor tamanho foram: atendidas (f=3), atendimento (f=3), compreender (f=3) e história (f=3), indicando uma tendência da pesquisa, referindo-se, portanto, aos objetivos dos estudos. Importante perceber, que a palavra atendimento indica que as mulheres participantes dessas pesquisas eram atendidas por alguma instituição pública por meio de Centros de referência ou de saúde que fazem parte das redes de apoio de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher (Cleto et al, 2019;Oliveira et al, 2015;Echeverria, et al, 2017). Já a palavra-chave história indica estudos em mulheres com histórico de violência doméstica e conjugal, analisando e tentando compreender o cotidiano e ambientes violentos que as mulheres convivem, tanto na fase da infância e adolescência quanto na fase adulta, bem como, as redes sociais de enfrentamento e as barreiras para superar a violência (Gomes et al, 2015;Terra et al, 2015;e Couto et al, 2015).…”

Violência contra a mulher: o que acontece quando a Delegacia de Defesa da Mulher está fechada?

“…By characterizing domestic and family violence against women as any action or omission based on gender as the cause of death, physical pain, mental anguish, property or moral damage, the Maria da Penha Law delimited this type of action to a societal order from gender inequality based on patriarchy, in a relationship of exploitation and domination 9 . Thus, the law covers not only the punishment of the perpetrator but also women's protection through the articulation of different sectors, in order to deconstruct gender inequality 10,11 .…”