“…E se, de grandes conjuntos do passado de matrizes não europeias, como Machu Picchu ou Teotihuacán, são a solidez, a perenidade e a monumentalidade o que lhes confere o "certificado civilizacional" de sítio arqueológico, no presente ainda se dá valor à dureza e ao arrojo do concreto armado e, por extensão, são depreciados os materiais provisórios ou leves -adobe, taipa, palha, madeira, bambu etc. -e desconsiderados os saberes conexos à antimonumentalidade da arquitetura em lajes em favelas, de palafitas ribeirinhas e chinampas lacustres, das malocas indígenas e dos quilombos e palenques, por exemplo (MOASSAB, 2016;CUNHA, 2019;FREIRE-MEDEIROS;. Também é verdade, porém, que grupos etnorraciais marginalizados por vezes veem o tombamento como único recurso capaz de evitar o desaparecimento dos ambientes construídos que albergam sua cultura, não podendo descartar o instrumento.…”