A utilização de serviços de saúde é resultante da oferta e das características sociodemográficas e do perfil de saúde dos usuários. Os dados da PNAD 2003 permitem analisar as diferenças regionais,do perfil sociodemográfico dos usuários e não-usuários do SUS. As variáveis dependentes foram: atendimento em serviço de saúde (SUS ou sistema privado). Foram utilizadas as variáveis: sexo, idade, cor da pele, anos de estudo, renda familiar e posse de plano de saúde, através de um modelo de regressão logística para avaliar a probabilidade de ser atendido pelo SUS. Nos usuários do SUS há predomínio de mulheres, crianças, pretos e pardos, baixa escolaridade e renda. Há associação entre estado de saúde regular/ruim e utilização dos serviços do SUS, entre o atendimento pelo SUS e usuários de baixa escolaridade e renda. O padrão de busca de serviços foi semelhante nos usuários e não usuários do SUS. Os resultados apontam para a contribuição do SUS na universalização e eqüidade de acesso aos serviços de saúde. No entanto, os não atendidos (4%) são indivíduos adultos, pretos e pardos e de baixa escolaridade e renda.
O objetivo foi analisar a evolução do perfil de utilização de serviços de saúde, entre 2003 e 2008, no Brasil e nas suas macrorregiões. Foram utilizados dados da PNAD. A utilização de serviços de saúde foi medida pela proporção de pessoas que procuraram e foram atendidas nas 2 semanas anteriores e pelos que relataram internação nos últimos 12 meses, segundo SUS e não SUS. Foram analisadas as características socioeconômicas dos usuários, o tipo de atendimento e de serviço e os motivos da procura. A proporção de indivíduos que procuraram serviços de saúde não se alterou, assim como a parcela dos que conseguiram atendimento (96%), entre 2003 e 2008. O SUS respondeu por 56,7% dos atendimentos, realizando a maior parte das internações, vacinação e consultas e somente 1/3 das consultas odontológicas. Em 2008, manteve-se o gradiente de redução de utilização de serviços de saúde SUS conforme o aumento de renda e escolaridade. Houve decréscimo da proporção dos que procuraram serviços de saúde para ações de prevenção e aumento de procura para problemas odontológicos, acidentes e lesões e reabilitação. O padrão de utilização do SUS por região esteve inversamente relacionado à proporção de indivíduos com posse de planos privados de saúde.
Com o envelhecimento da população brasileira torna-se cada vez mais importante conhecer a prevalência das doenças crônicas. Essas doenças constituem-se em forte demanda aos serviços de saúde. Foram utilizados os dados da amostra da PNAD/98. Analisou-se o conjunto de doenças crônicas auto-referidas, empregou-se a razão de prevalência e razão de odds ratios com intervalo de confiança de 95% para verificar a presença de associações. Comprovou-se o aumento da prevalência das doenças crônicas com o aumento da idade; padronizando-se a idade identificou-se um gradiente de redução da prevalência com aumento da escolaridade e da renda. Observou-se maior prevalência entre mulheres e entre os que não possuíam plano de saúde. A presença de doença crônica estava associada à má avaliação do estado de saúde e de restrição de atividade. A utilização dos serviços de saúde foi de 1,8 vezes entre os portadores de doenças crônicas; com um consumo significativamente maior do número médio de consultas. Não se verificou diferença significante do número médio de consultas médicas por estrato de renda. Entre os portadores de doença crônica não houve diferença significativa do número médio de consultas entre usuários do SUS e de planos privados de saúde.
This study aimed to analyze inequalities in health status and utilization of medical consultations and hospital services by IntroductionEquity in health may be defined as the absence of unfair inequalities, or for operational purposes, as the absence of systematic inequalities between groups with different social positions due to different levels of wealth, power, and prestige 1 .The concept of equity is inherently normative, whereas inequality may denote only a difference, without any connotation of injustice. The central idea in the concept of equity can be expressed as equal opportunities to be and remain healthy and is rooted in the right to health. It also includes the right to decent living standards, as well as other human rights, such freedom from discrimination and the ability to fully participate in community life (social inclusion). Health inequality is unfair if it is systematically associated with social disadvantages in such a way that the social groups that are already penalized because of their socioeconomic status suffer further disadvantages in the promotion, protection, and recovery of their health 1 .The usual explanation for health inequalities has been that one's lifestyle is the expression of individual choices and behaviors that can either reinforce or jeopardize health. However, the control of such variables cannot suppress some differentials 2 . Health inequalities always reflect social determinants, there is usually no specificity between particular causes and outcomes, ARTIGO ARTICLE
OBJECTIVE:To evaluate the quality of information registered on fetal death certifi cates. METHODS:Records were reviewed from 710 fetal deaths registered in the consolidated database of deaths from the State System for Data Analysis and the São Paulo State Secretary of Health, for deaths in São Paulo municipality (Southeastern Brazil) during the fi rst semester of 2008. Completeness was analyzed for variables on fetal death certifi cates issued by hospitals and autopsy service. The death certifi cates from a sub-sample of 212 fetal deaths in hospitals of the National Unifi ed Health System (public) were compared to medical records and to the records from Coroner's Offi ce. RESULTS:Among death certifi cates, 75% were issues by Coroner's Offi ce, with Coroner's greater frequency in public hospitals (78%). Completeness of variables on death certifi cates issued by hospitals was higher among nonpublic hospitals. There was greater completeness, agreement and sensitivity in death certifi cates issued by hospitals. There was low agreement and high specifi city for variables related to maternal characteristics. Increased reporting of gender, birth weight and gestational age was observed in certifi cates issued by Coroner's Offi ce. Autopsies did not result in improved ascertainment of cause of death, with 65.7% identifi ed as unspecifi ed fetal death as 24.3% as intrauterine hypoxia, while death certifi cates by hospitals reported 18.1% as unspecifi ed and 41.7% as intrauterine hypoxia. CONCLUSIONS:Completeness and the ascertainment of cause of fetal death need to be improved. The high proportion of autopsies did not improve information and ascertainment of cause of death. The quality of information generated by autopsies depends on access to hospital records.
A morbidade materna, a mortalidade neonatal e a mortalidade fetal são importantes indicadores da saúde materna infantil. O estudo tem por objetivo descrever desfechos maternos e perinatais (baixo peso ao nascer, prematuridade, óbito fetal e neonatal, internações pós-parto e readmissão dos recém-nascidos) de uma coorte de gestantes cujos partos foram financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Município de São Paulo, Brasil, no segundo semestre de 2012. Foi obtida uma coorte retrospectiva de 55.404 gestantes com vinculação (determinística e probabilística) das informações do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Internações por complicações obstétricas da gestação ocorreram em 4,3% das gestantes. Diagnósticos mais frequentes foram: infecções, doenças hipertensivas e diabetes. As internações prévias ao parto foram mais frequentes nas gestantes a partir de 35 anos, de gestações múltiplas e com baixa escolaridade. As internações das gestantes no pós-parto foram 3 vezes maior e a mortalidade materna 9 vezes maior entre as gestantes com internação prévia por complicações obstétricas. Os desfechos perinatais (mortalidade fetal e neonatal, prematuridade e baixo peso ao nascer) foram 2 vezes mais frequentes entre os conceptos de gestantes com internação prévia que aquelas sem internação. Comportamento semelhante foi encontrado com relação à internação dos recém-nascidos logo após o parto e na readmissão hospitalar. Desfechos maternos e perinatais negativos foram mais frequentes em gestantes com internação prévia ao parto.
Os indicadores de saúde refletem o quadro real das condições de saúde de uma população. Sua utilização pode orientar os gestores de saúde no planejamento e controle das atividades locais. Este estudo tem como objetivo descrever a percepção dos gestores de unidades de saúde quanto ao uso dos indicadores de saúde em suas ações de planejamento e controle dos serviços de saúde. Trata-se de estudo descritivo e exploratório, com abordagem de análise qualitativa. O estudo foi realizado na subprefeitura da Aricanduva, a partir de entrevistas com gestores das unidades de saúde. Para a interpretação dos dados levantados utilizou-se a análise de conteúdo, modalidade temáti-ca. Os trechos das falas dos gestores foram agrupados por temas. Os indicadores de saúde são subutilizados pelos gestores em suas ações de planejamento e controle de serviços. Os sistemas de informações em saúde são apreendidos como instrumentos técnico--burocráticos por parte dos gestores. Alguns entraves foram mencionados pelos gestores em relação ao acesso às informações em saúde. A lentidão dos sistemas foi considerada o principal entrave, seguido pelo escasso número de profissionais capacitados para operar o sistema, falta de oportunidades para formação e atualização dos profissionais, além da pouca integração entre os sistemas. Verificou-se que, em maioria, os gestores entrevistados não se apropriam dos indicadores de saúde para suas ações gerenciais. Recomenda-se propiciar condições institucionais para uma utilização mais efetiva dos indicadores de saúde como instrumento de gestão das unidades do serviço público de saúde.
Os inquéritos populacionais vêm sendo usados em pesquisas epidemiológicas há praticamente um século, e nesse perío-do amplamente aprimorados. Embora representem um dos desenhos mais tradicionais utilizados para a obtenção de informações populacionais sobre o processo saúde-doença, os inquéritos continuam a apresentar uma série de desafios.A Dado o caráter e a modalidade de organização do seminário foi possível, após cada apresentação, estabelecer momentos de discussão com o plenário, de forma que alguns pontos puderam ser destacados e registrados pelos relatores.Este texto reúne os aspectos debatidos durante o seminário e tem a intenção de fornecer à Comissão de Epidemiologia da ABRASCO e aos pesquisadores interessados no tema, um panorama das questões que ainda necessitam de maior aprofundamento, constituindo assim subsídio para reflexões que podem contribuir para o aprimoramento dos inquéritos populacionais no país.Os temas debatidos serão apresentados segundo os seguintes tópicos: aspectos éti-cos, aspectos metodológicos, questões operacionais, uso de inquéritos populacionais como estratégia na formação de pesquisadores, e questões gerais relacionados ao uso e aplicação dos inquéritos. Optou-se por apresentar em conjunto o teor das discussões, sem referi-las a cada sessão em particular, por considerar que esta forma seria a mais adequada para evitar sobreposições e dar maior organicidade ao conteúdo.
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