O modo de pensar dos professores de Ciências do ensino fundamental sobre os elementos da Astronomia é o objeto de pesquisa presente neste artigo, cuja metodologia consiste em entrevistas semiestruturadas, filmadas em vídeo e centradas numa perspectiva tridimensional dos elementos astronômicos, possibilitando um mapeamento das concepções das formas e das dimensões da Terra, do Sol, da Lua, dos planetas e das estrelas, bem como da concepção de céu e de Universo como um todo. Os resultados indicam um Universo contendo: Sol, estrelas, planetas e Lua, onde o Sistema Solar é parte do todo. Algumas vezes o Universo é concebido como o próprio Sistema Solar. Os objetos estão no céu ou no Universo o qual, para muitos, se restringe ao espaço que está acima da Terra. A forma plana dos objetos astronômicos e a estrutura espacial da montagem do Universo são características marcantes. Muitos indicam Sol e estrelas como coisas diferentes: Sol é um objeto quente e as estrelas são frias. Esses resultados nos preocupam e certamente sinalizam uma urgência de programas de formação continuada para professores no conteúdo de astronomia, uma vez que os PCN´s indicam fortemente o ensino desse conteúdo.
RESUMO: Tendo como referência o entendimento de que o currículo é resultado de um processo constituído de conflitos e disputas entre diferentes tradições e concepções sociais, é analisado o ensino de astronomia no Brasil, a partir dos 18 programas do Colégio Pedro II, relativos às reformas de 1841 a 1951. Inicialmente identificada na disciplina Cosmographia, a astronomia está ausente dos currículos em alguns perío-dos (1856/58 e 1951) e retorna, outras vezes, incorporada em disciplinas como Geografia e/ou Física (por ex.1858 e 1931). Essa não linearidade na evolução temporal do currículo também é observada na permanência de temas como estações do ano ou eclipses, em todas as reformas e na ausên-cia descontínua de conteúdos como métodos de observação dos astros ou caracterização do Sol em algumas delas. Palavras-chave: Ensino de Astronomia; Currículo, Reforma Educacional. THE TEACHING OF ASTRONOMY IN BRAZIL -1850 TO 1951 -A VIEW FROM PEDRO II SCHOOL ABSTRACT:The teaching of Astronomy in Brazil is analyzed in the 18 programs of the Pedro II School, relative to the 1841 to 1951 reforms, based on the understanding that the curriculum is the result of a process made up of conflicts and disputes between different traditions and social conceptions. The Astronomy was first identified in the Cosmography subject, although it is absent from the curricula in some periods (1856/58 and 1951) and returns, at other times, included in subjects like Geography and/or Physics (e.g. 1858 and 1931). The non-linearity of the temporal evolution in the curriculum is also observed in the maintenance of subjects such as seasons or eclipses in all the reforms and in the disconnected absence of subject matter like the methods for the star observation or the characterization of the Sun in some of them.
Foram pesquisadas quatro décadas de livros didáticos de Física, de 1940 a 1980, no âmbito da história dos conteúdos escolares, procurando caracterizar as propostas de ensino de Física no Brasil, identificando o contexto das políticas educacionais e suas relações com as políticas editoriais. O estudo considera os livros, através de seus autores, seus objetivos educacionais implícitos e explícitos, seus conteúdos específicos e suas propostas de desenvolvimento das atividades pedagógicas. A partir da década de 1940, o mercado editorial de livros didáticos e os autores se concentram em São Paulo, sendo professores de escolas públicas nos primeiros períodos (1940–1950) e professores de cursos preparatórios para o vestibular nas décadas seguintes (1960–1970), muitos deles com livros editados por até 3 (três) décadas. Embora tenham ocorrido no período três reformas educacionais, diferenciando-se por: valorização do pensamento cientifico teórico (década de 1940); alinhamento dos temas da física com as áreas da ciência física e acrescentando em sua formulação a importância do caráter experimental (década de 1950); formação tecnológica e profissional (décadas de 1960/1970), a proposta de ensino de Física concretizada em livros de mesma autoria mudou muito pouco, visando a sua adequação a cada nova demanda legal. Por outro lado, a chegada do PSSC no Brasil representa um marco para o ensino da Física, levando às reflexões que resultaram em projetos de ensino no início dos anos 1970, todos com sede em São Paulo, refletindo formas distintas no desenvolvimento dos conteúdos, desde uma visão mais cultural, com a Física bastante contextualizada e o caráter experimental bastante explorado, até projetos com conteúdos bastante teóricos e conceituais, semelhante ao desenvolvimento dos conteúdos propostos em universidades de formação de físicos ou professores de física. Pode-se dizer que a década de 1970 foi um dos períodos mais ricos em termos de proposições em ensino de física, com diferentes visões de física e de ensino.
RESUMOUma teoria científica é um corpo de conhecimento autocontido, com elementos estruturantes -as partes -que, numa lógica interna, compõem um todo articulado. As partes representam um conhecimento local, conceitual e profundo da teoria, enquanto o todo representa a espacialização, o racional, a formalização -um conhecimento em extensão. Numa teoria da Física, a escolha dos elementos que a compõem e a maneira como eles se articulam traduzem uma especial estrutura conceitual, resultando em um produto particular. Se a natureza deste produto é sincrônica e espacial, uma proposta de seu ensino implica seu desmonte epistemológico seguido de uma reconstrução didática, localizando e conceituando suas partes diacrônica e linearmente. A análise da Mecânica Clássica apresentada nos livros didáticos, aprovados no PNLD/2011, exemplifica as singularidades das desconstruções e reconstruções dessa teoria da Física, revelando as diferentes visões da mesma implícitas nessas obras propostas para seu ensino.Palavras-chave: estrutura do conhecimento; conhecimento físico; mapa conceitual; livro didático.
Neste trabalho relatamos parte da aplicação e avaliação de um projeto curricular alternativo de Física, com ênfase na inserção de elementos de Astronomia, Astrofísica e Cosmologia integrados ao curso da 1ª série do ensino médio, desenvolvido durante um semestre com 93 estudantes, em uma escola particular paulistana. A avaliação foi realizada a partir dos dados de um questionário semiestruturado e de uma avaliação individual. Utilizando-se da metodologia de Análise de Conteúdo foram construídas duas principais categorias de análise: “Mudança na visão de mundo” e “Nova visão cosmológica”. Ressaltamos que 97% dos estudantes que participaram da avaliação do projeto responderam afirmativamente a uma questão que perguntava se o “curso de Física do 1º ano modificou sua visão sobre o mundo e sobre o Universo”. Diversos conteúdos foram citados livremente por eles, demonstrando uma apropriação dos mesmos, com destaque para “Espectro/Espectroscopia” (nomeado por 28% dos estudantes), “Medidas de distâncias estelares” (28%) e “Big-Bang” (23%). Acreditamos que o projeto provocou impacto sobre visão de universo da maioria dos estudantes, pois estes apontaram nos instrumentos analisados que haviam ganho uma percepção maior das escalas de tamanho envolvidas na Astronomia e/ou explicitavam que “seus Universos” não eram mais os mesmos após terem passado pelo curso.
Tese apresentada à Faculdade de Educação da USP como exigência parcial à obtenção do título de doutor em Educação, na área de concentração: Didática, sob a orientação da D ra Yassuko Hosoume. SÃO PAULO Julho/97A Laura, Nádia, Iuri e Iara. AGRADECIMENTOSÀ CAPES, pelo apoio financeiro. À Universidade Estadual de Londrina, pelo apoio institucional.Aos colegas do Departamento de Física da UEL, pelo apoio pessoal.A minha mãe, meus irmãos e minhas cunhadas, pelo incentivo e pela cooperação.Ao André, pelo companheirismo.Aos amigos do corredor do ensino, pelo prazer da convivência.Ao André e ao Renato, pelos bons momentos na nossa sala. À Yonne, a amiga que está sempre disposta a ler o original. À Beth, por sua prestatividade constante. À Isilda, à Rebeca, à Rita, à Sandra e ao Sérgio, pelas críticas e sugestões e, também, pelas profícuas discussões das quartas-feiras. À Sandra, por estar sempre disposta a pensar em inglês.Ao Celso e à Hercília, pelas proveitosas considerações no exame de qualificação.Aos estudantes que gentilmente participaram das entrevistas.Ao Mané, por continuar a ser meu mestre. À Yassuko, por ter me incentivado e, principalmente, por ter construído comigo este trabalho.Às minhas filhas Laura, Nádia e Iara e ao meu filho Iuri, por todo amor que recebi.
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