Este estudo teve por objetivo determinar a prevalência da Síndrome de Burnout e dimensões (exaustão emocional, descrença, eficácia profissional) e avaliar sua relação com transtorno de ansiedade e com percepção do nível de qualidade de vida entre estudantes de Ciências da Saúde. Caracteriza-se como estudo transversal analítico, tendo sido utilizados para coleta de dados: Maslach Burnout Inventory Student Survey, Inventário de Ansiedade Traço-Estado, WHOQOL-Bref, Critério de Classificação Econômica Brasil e Questionário demográfico-socioeconômico, condições de saúde e discentes. Identificaram-se prevalências da Síndrome de Burnout em 65,1% dos estudantes (n=229); alto nível de exaustão emocional em 35,2% (n=124); alto nível de descrença em 35,8% (n=126) e baixo nível eficácia profissional em 30,4% (n=107). Registrou-se maior chance de desenvolver Síndrome de Burnout entre estudantes sem filhos, com altos índices de ansiedade-traço e com baixa percepção do nível de qualidade de vida no domínio físico. Maiores chances de desenvolver exaustão emocional foram evidentes entre aqueles com altos índices de ansiedade-estado e com baixa percepção do nível de qualidade de vida no domínio psicológico. Maior chance de desenvolver a dimensão eficácia profissional entre aqueles com altos índices de ansiedade-estado e com baixa percepção do nível de qualidade de vida no domínio social. Constatou-se relação entre SB e suas dimensões com transtorno de ansiedade e com percepção do nível de qualidade de vida, evidenciando a necessidade de se adotar medidas de enfrentamento da síndrome para possível redução do transtorno de ansiedade e promoção do nível de qualidade de vida entre estudantes de Ciências da Saúde.
Resumo Objetivou-se identificar fatores associados à falta de acesso aos serviços odontológicos. Estudo transversal, amostra complexa probabilística por conglomerados em dois estágios de 857 participantes, com mais de 18 anos em um município de grande porte populacional. Foram feitas análises múltiplas através da regressão logística e multivariada em árvores de decisão. Considerou-se como variável dependente o acesso aos serviços odontológicos. Identificou-se que 10,3% não obtiveram acesso. Nas análises múltipla e multivariada constataram-se associação com a idade, na regressão logística constatou-se maior chance de falta de acesso a cada ano de idade incrementado, entre aqueles com menor renda per capita e entre os que classificaram a aparência dos dentes e gengivas como “regular/ruim/péssima”. A falta de acesso aos serviços odontológicos é maior entre os mais vulneráveis socialmente. Há necessidade de incremento na alocação de recursos públicos que promovam educação em saúde e gere conhecimento sobre como acessar os serviços quando necessitar, tendo em foco os cuidados odontológicos como um direito humano e que possibilitem que não ocorra a falta de acesso à medida que os usuários envelhecem ou entre os com baixa renda e também os insatisfeitos com a aparência bucal.
The use of dental services on a regular basis in the population of Montes Claros in the State of Minas Gerais, BrazilResumo Avaliou-
Introdução: O comprometimento da funcionalidade do idoso traz consequências prejudiciais relacionadas à família, comunidade e ao próprio sistema de saúde. Objetivo: Estimar a ocorrência da qualidade de vida (QV) ruim entre idosos, além de verificar sua associação com incapacidade funcional, características pessoais, comportamentos de saúde e condições subjetivas de saúde bucal. Métodos: Estudo epidemiológico avaliou 361 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, cadastrados nas três Estratégias de Saúde da Família no município de Ibiaí-MG. A QV foi medida pelo WHOQOL-bref e as variáveis independentes foram características pessoais, comportamentos de saúde, condições subjetivas de saúde bucal e incapacidade funcional. Foram feitas regressões logísticas para estimativa dos modelos múltiplos e o modelo final foi ajustado, mantendo-se as variáveis associadas com p<0,05. Resultados: No domínio físico, constatou-se menor chance de QV ruim entre idosos que possuíam hábitos etilistas, e maior chance entre os idosos que faziam uso de medicamento, que relataram percepção ruim/péssima da aparência dos dentes e gengivas e entre aqueles com incapacidade funcional. No domínio psicológico, observou-se menor chance de QV ruim entre homens, e maior chance entre os idosos que relataram percepção da saúde bucal como ruim/péssima e aqueles com incapacidade funcional. No domínio social, obteve-se maior chance de QV ruim entre idosos que relataram percepção ruim/péssima da aparência dos dentes e gengivas e que apresentaram incapacidade funcional. Conclusão: Constatou-se alta ocorrência de QV ruim entre idosos e evidenciou-se relação entre QV ruim e incapacidade funcional.
Arq. Ciênc. Saúde. 2015 out-dez; 22(4) xx-xx ResumoIntrodução: Qualidade de vida no trabalho envolve condições relacionadas à satisfação do trabalhador com seu trabalho, à humanização das condições do trabalho e ao aumento da produtividade e da qualidade por parte da organização, podendo associar-se à valorização do trabalho desenvolvido, ao feedback dos superiores, à tomada de decisões, à igualdade de oportunidades, à compensação justa e adequada pelo trabalho desenvolvido, à integração social no ambiente de trabalho e à relação entre trabalho e espaço total de vida. Objetivo: Identificar associação entre qualidade de vida no trabalho, respectivos domínios (físico/saúde, psicológico, pessoal e profissional) e condições individuais, ocupacionais e organizacionais entre professores do ensino superior. Casuística e Méto-dos: Estudo transversal analítico entre professores de uma Instituição de Ensino Superior no norte de Minas Gerais. Dados obtidos via on-line, recorrendo à utilização de e-mail, tendo sido utilizados os questionários: Quality of Working Life Questionnaire-bref, WHOQOL-Bref, Maslach Burnout Inventory, Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares, Critério de Classificação Econô-mica Brasil e questionário condições individuais, ocupacionais e organizacionais. Resultados: Associaram-se à baixa percepção da qualidade de vida no trabalho: raça/cor da pele, titulação, domínio psicológico do nível de qualidade de vida geral, qualidade de vida geral e realização de tarefas repetitivas; ao domínio físico/saúde: domínios físico e psicológico do nível de qualidade de vida geral e número de estudantes por turma; e ao domínio psicológico: domínio psicológico do nível de qualidade de vida geral e possibilidade de melhoria do salário. Conclusão: A baixa percepção da qualidade de vida no trabalho associou-se às condições individuais e organizacionais; o domínio físico/saúde associou-se às condições individuais e ocupacionais e o domínio psicológico associou-se às condições individuais e organizacionais. Descritores: Qualidade de Vida; Saúde do Trabalhador; Docentes. Abstract Introduction: Quality of life at work involves the conditions related to workers' satisfaction with their work, as well as the humanization of working conditions and the increasing of productivity. It also affects the quality of the organization and may involve the appreciation of the work, the feedback from superiors, the decision-making, through equal opportunities ranging from fair and adequate compensation for their work, as social integration in the workplace and the relationship between work and total life space. Objective: Identify the association between quality of life at work and its domains related (such as, physical/health, psychological, personal, and professional) and individual condition, occupational condition, and organizational condition among professors at an Institution of Higher Education. Patients and Methods: We conducted a cross-sectional study involving professors of an Institution of Higher Education in the Nort...
Resumo Objetivou-se avaliar a satisfação quanto aos serviços de assistência odontológica e identificar associação entre a insatisfação e as variáveis contextuais/individuais. Estudo transversal multinível de dados secundários de uma amostra representativa de 8.943 adultos de 177 municípios. Encontravam-se insatisfeitos 14,9% dos adultos. Registrou-se maior chance de insatisfação com os serviços odontológicos entre adultos que residiam em municípios com maior desigualdade social (OR:1,53;IC95%:1,31-1,81) e com menor proporção de dentistas por habitante (OR:1,17;IC95%: 1,00-1,37); amarelos/negros/pardos/indígenas (OR:1,12; IC95%: 0,99-1,27); menor escolaridade (OR:1,14; IC95%: 0,98-1,33); consulta por motivo de problemas bucais (OR:1,23; IC95%: 1,04-1,44); insatisfeitos com os dentes e boca (OR:2,60;IC95%:2,53-3,02) e com impacto das desordens bucais no desempenho diário (OR:1,48;IC95%:1,30-1,69). A implementação ou adequação de políticas públicas com o intuito de melhorar a satisfação com os serviços odontológicos deve priorizar os municípios com maior desigualdade social e com menos dentistas e usuários socialmente desfavorecidos, que autopercebem problemas bucais, insatisfeitos com sua saúde bucal e com impactos decorrentes dos problemas bucais.
OBJETIVO: Avaliar a associação entre baixa percepção do nível de qualidade de vida (QV) e trabalho entre estudantes de graduação em enfermagem.MÉTODOS: Estudo analítico e transversal entre estudantes de uma instituição de ensino de Minas Gerais. Delineou-se a amostra em 312 pessoas, favorecendo a representatividade populacional. Utilizaram-se para coleta de dados: WHOQOL-Bref, Critério de Classificação Econômica Brasil e questionário condições demográficas, socioeconômicas, de saúde, discentes e hábitos de vida/atitude. Avaliaram-se as associações em estudo por regressão logística binária e teste Qui Quadrado, considerando associação ao nível de p≤0,05.RESULTADOS: Participaram 404 estudantes, dos quais 341 responderam ao WHOQOL-Bref. Identificaram-se idade média de 23,6 anos (±5,9) e predomínio de estudantes não trabalhadores (54,3%; n=182). Registraram-se as seguintes prevalências de baixa percepção do nível de QV (26,7%; n=91), domínios físico (23,5%; n=80), psicológico (29,0%; n=99), relações sociais (18,8%; n=64) e meio ambiente (28,7%; n=98). Através da análise bivariada averiguou-se que estudantes-trabalhadores apresentaram chance 1,65 vezes de apresentar baixa percepção do nível de QV no domínio físico quando comparados aos estudantes não trabalhadores. As prevalências de baixa percepção do nível de QV, domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente entre estudantes-trabalhadores foram de: 30,1%, 27,5%, 30,1%, 19,0% e 30,7%, respectivamente. Já entre estudantes não trabalhadores identificaram-se as respectivas prevalências: 23,6%, 18,7%, 26,9%, 17,6% e 25,8%.CONCLUSÃO: A prevalência de baixa percepção do nível de QV é expressiva e merecedora de atenção. Registrou-se associação estatisticamente significante apenas entre baixa percepção do nível de QV no domínio físico e a condição trabalho.
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