Neste artigo ocupamo-nos das relações entre doping e o corpo e a sexualidade de mulheres atletas. A partir da análise da Política de Verificação de Gênero no esporte, bem como de um episódio recente com a atleta Caster Semenya, refletimos sobre a relação que o doping tem com os discursos generificantes, mostrando que a preocupação com as mulheres atletas dopadas pressupõe uma inquietação com suas identidades sexuais e de gênero.
Este artigo toma como eixo para análise e reflexão duas pesquisas sobre as memórias do esporte pelotense – uma referente ao Futebol Menor da cidade e outra à participação das mulheres na natação local –, realizadas pelo grupo de pesquisa Estudos Culturais em Educação Física. Além de destacar as principais singularidades de cada uma delas, este texto procura assinalar certas semelhanças que se mostraram presentes nas memórias dessas duas práticas esportivas, aparentemente tão distintas. Similitudes instituídas, principalmente, por tratarem-se ambas de memórias corporais.
As relações de gênero continuam sendo um tema recorrente no campo da Educação Física. Nesse sentido, este artigo teve como objetivo investigar como as relações de gênero estiveram presentes na emergência e na consolidação do currículo da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel). A metodologia utilizada para realizar a pesquisa foi a História Oral. Assim, através da coleta de cinco (5) depoimentos orais, de fontes históricas escritas (jornais, atas e documentos avulsos) e de um suporte teórico pós-estruturalista, concluímos que a emergência da ESEF/UFPel e as suas práticas curriculares nos anos de 1970 e 1980 estiveram atreladas a discursos e a práticas que reiteraram a maximização das diferenças entre os sexos, entre homens e mulheres.
O árbitro/a ocupa uma posição de destaque no esporte, tendo a responsabilidade de realizar a gestão do jogo, função que o/a expõe a situações de violência. Em competições em nível escolar, a pesquisa nesse campo ainda é incipiente. Assim, o objetivo do estudo foi reconhecer a violência percebida por árbitros/as no contexto dos jogos escolares da juventude. Lança mão de uma abordagem qualitativa de caráter exploratório, e fora realizado na fase estadual dos jogos em 2016 no estado de mato grosso. Participaram da pesquisa árbitros/as (n=19), das categorias a e b. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas, registradas em um gravador digital (sonyⓇ icd-px312) e transcritas na íntegra, empregou-se a análise de conteúdo, usando o software nvivoⓇ10. Com base nos resultados, observou-se que todos/as sofreram ou vivenciaram algum tipo de violência, bem como a relativizam considerando o contexto investigado. Revelou-se também a fragilidade no sistema de controle dessas situações, atribuindo ao/a árbitro/a a exclusiva responsabilidade pela gestão do ambiente de competição. O papel do/a árbitro/a deverá ser abordado como conteúdo do processo de formação de jovens no esporte e, nesse sentido, deverão compreender que são corresponsáveis pela educação esportiva.
Resumo: Este artigo tem como objetivo principal fazer uma análise das atuais políticas de doping/antidoping no esporte de rendimento. O corpus empírico da pesquisa constituiuse de um conjunto de discursos da Agência Mundial Antidoping (WADA-AMA), do Programa Passaporte Biológico do Atleta e de duas entrevistas com indivíduos que atuam no mainstream esportivo. Amparando-se especialmente no conceito de sociedades de controle, de Gilles Deleuze, (1992), o estudo mostra como as atuais políticas de doping/ antidoping se apropriaram de inovações tecnológicas e de descobertas científicas para construir novas estratégias de controle e de governo dos atletas.Abstract: This article whose main objective was to analyze the current policy proposals doping / anti-doping for sports performance. From an analysis of discourses propagated by the World Anti-Doping Agency (WADA), the Athlete Biological Passport Program and two interviews with individuals active in mainstream sports. Theoretically subsidized by the concepts of control society of Gilles Deleuze (1992), the study indicates how current policies doping/antidoping usurp innovations and scientific discoveries to build new strategies of control and manipulation of athletes.Resumen: Este artículo tiene como objetivo analizar la corriente política de dopaje/antidopaje en el rendimiento deportivo. El corpus de investigación empírica consistió en una serie de discursos de la Agencia Mundial Antidopaje (WADA-AMA), el Programa Pasaporte Biológico del Atleta y dos entrevistas con las personas que trabajan dentro de la corriente principal de los deportes. Nosotros es el mantenimiento de los conceptos de la sociedad de control, de Gilles Deleuze (1992), el estudio muestra cómo las políticas actuales de dopaje/anti-dopaje apropiarse las innovaciones tecnológicas y los descubrimientos científicos para construir nuevas estrategias de control y el gobierno de los atletas.
Discute-se aqui as similaridades entre os corpos dos atletas e paratletas em comparação aos personagens dos filmes do Capitão América, em que Bucky e Falcão são analisados a partir de suas interações tecnológicas em relação ao esporte moderno. Foi possível observar que os paratletas amputados têm sua equivalência em Bucky, pois seus corpos foram acoplados a partes mecânicas para, além de suprir suas deficiências, melhorar a capacidade orgânica. Falcão, por sua vez, faz uso de ferramentas externas ao corpo que melhoram seu rendimento, como vestimentas, equipamentos, calçados, etc. Isto é, ambos apresentam elementos de interações tecnológicas capazes de elevar suas performances.
O presente ensaio reflete sobre corpos gordos no esporte moderno, que extrapolam os padrões impostos por um sistema capitalista altamente regulador das subjetividades. Os corpos desejáveis não são apenas produtivos, mas também vendáveis e carregam consigo representações classistas e racializadas. Analisamos as pressões relacionadas à estética e à performance impostas a atletas na atualidade, questionando a ideia de performance ligada ao corpo magro e jovem. Consideramos que o corpo gordo historicamente passou não apenas por julgamentos morais relacionados à forma física, mas também relacionados a status social, sendo até o século XIX considerado símbolo de poder financeiro e político. A partir de casos amplamente divulgados na mídia, parte-se da análise de críticas a três futebolistas da seleção brasileira e, posteriormente, reflete-se sobre modalidades em que a gordura corporal pode ser considerada positiva ou até mesmo aceitável, como no handebol e jiu-jitsu.
Neste artigo nosso objetivo é, fundamentalmente, apresentar a estrutura organizacional de uma agência que promove, coordena e monitora a luta contra o doping no esporte mundial – a Agência Mundial Antidoping. Nossa intenção foi utilizar os conceitos de biopolítica e de governamentalidade para pensar as políticas transnacionais de doping que visam governar corpos dopados e não-dopados. Traçamos nossa reflexão a partir da análise dos testes “fora de competição”. O funcionamento, a estrutura e as políticas da WADA são aqui analisados como dispositivos biopolíticos que operam fundamentalmente no policiamento dos corpos atléticos. Os estudos de governamentalidade de Michel Foucault auxiliam no sentido de pensar a WADA como instituição transnacional com suas práticas de regulamentação que formalizam as políticas antidoping em todos os países. A partir de todo conjunto de políticas antidoping proposto pela WADA, sugerimos que ela constrói uma cultura de vigilância sobre o corpo atleta, produzindo uma disciplina e uma regulação das condutas dos corpos atléticos. A WADA não se limita a operar para detectar quem está dopado e quem não está por meio da realização de testes de drogas e penalizar os atletas que se supõe terem consumido substâncias proibidas. Pelo contrário, as tentativas da WADA são para governar práticas de dopagem por meio da administração de uma série de programas e a implantação de mecanismos disciplinares e biopolíticos. A WADA constrói uma cultura de vigilância sobre o corpo atleta, não somente um disciplinamento dos corpos atléticos, mas também um governamento sobre a saúde e o desempenho tanto dos atletas de alto rendimento, como também expandindo suas ideias de esporte e saúde para toda população, posto que o corpo atleta é considerado como a norma do corpo saudável, padrão a ser seguido, guardadas as proporções, por toda a população. Nesse sentido o antidoping é tomado aqui como uma tecnologia fundamental de governamento dos corpos atletas, de como os seus efeitos se refletem na produção de corpos sadios, em uma ligação entre esporte e saúde.
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