Fundamento: Apesar da importância das mulheres na pesquisa clínica, não existe uma avaliação da fração de mulheres em posições de autoria nos periódicos de cardiologia da SBC. Objetivos: Avaliar a fração de mulheres autoras na International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS) e nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol) nas últimas décadas. Métodos: Realizamos busca dos artigos originais dos ABC Cardiol, entre 2000 e 2019, e da IJCS, entre 2010 e 2019. Foi feito levantamento do número de primeiras e últimas autoras e do total de artigos originais de 2010 a 2019. Calculamos as proporções totais de autorias femininas e comparamos o primeiro quinquênio com o segundo. Para avaliar a evolução temporal das duas décadas, analisamos apenas dados dos ABC Cardiol. Utilizamos o teste Qui-quadrado para analisar as diferenças dentro de cada revista e entre ambas. O software IBM® SPSS® foi utilizado nas análises. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: De 2010 a 2019, foram publicados 1157 artigos originais nos ABC Cardiol e 398 na IJCS. Observamos que as mulheres têm maior predominância como primeiras autoras na IJCS em relação aos ABC Cardiol, mas os homens predominam como últimos autores em ambos. De 2010 a 2019, não houve modificação significativa na proporção de autorias femininas. Ao longo das décadas analisadas para os ABC Cardiol, houve projeção de crescimento linear de autorias femininas, sendo que a inclinação da reta é maior na projeção da primeira autoria que na autoria sênior. Conclusões: Há disparidade de gênero com menor representatividade feminina nas autorias dos artigos dos periódicos cardiológicos brasileiros analisados: Arquivos Brasileiros de Cardiologia e International Journal of Cardiovascular Sciences. Acreditamos que a partir destes resultados mais esforços devam ser implementados em busca de equidade de gênero na produção científica cardiológica veiculada por estes periódicos.
Objective: To report the computed tomography (CT) features of acute cerebrovascular complications in severely ill patients with confirmed coronavirus disease 2019 (COVID-19) in the intensive care unit. Materials and Methods: We conducted a retrospective analysis of 29 intensive care unit patients with confirmed COVID-19 who underwent CT of the brain. We describe the CT features of the cerebrovascular complications of COVID-19, as well the demographic characteristics and clinical features, together with the results of laboratory tests, such as complete blood cell count, coagulation testing, renal function testing, and C-reactive protein assay. Results: Two patients were excluded because of brain death. Among the remaining 27 patients, CT revealed acute cerebrovascular complications in six (three men and three women; 49-81 years of age), whereas no such complications were seen in 21 (15 men and six women; 36-82 years of age). Conclusion: Radiologists should be aware of the risks of cerebrovascular complications of COVID-19 and the potential underlying etiologies. COVID-19-associated coagulopathy is likely multifactorial and may increase the risk of ischemic and hemorrhagic infarction.
Fundamento: A mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV) vem mostrando tendência à estabilização em alguns países, incluindo o Brasil e o estado do Rio de Janeiro, após décadas de queda. Não encontramos análises detalhadas dessa tendência para o estado do Rio de Janeiro. Objetivo: Analisar as tendências da mortalidade prematura e tardia por doenças do aparelho circulatório (DAC), doença isquêmica do coração (DIC) e doença cerebrovascular (DCBV) por sexo nas regiões de saúde do estado do Rio de Janeiro e capital (1996-2016). Métodos: Dados de óbitos e população foram obtidos no DATASUS/MS. Taxas foram compensadas por códigos mal definidos, corrigidos pelos códigos cardiovasculares mal definidos e ajustadas por sexo e idade pelo método direto. O Joinpoint Trend Analysis Software foi empregado para calcular a variação percentual anual (APC) e variação percentual anual média (AAPC). Foram consideradas para o estudo APC e AAPC significativamente diferentes de zero, calculadas por um teste de student com significância de 5%. Resultados: A mortalidade por DIC estabilizou ou até aumentou em pelo menos 50% das localidades analisadas (EAPC ≥0). Nas regiões Norte e Noroeste, nenhuma mudança foi observada. Para DCBV, apenas uma região apresentou estabilidade na mortalidade (EAPC próximo a 0). Para as outras regiões, a taxa continuou a diminuir (APC <0) até 2016. Conclusão: Esses resultados observados no Rio de Janeiro devem se repetir em várias regiões brasileiras e apontam para a necessidade de uma resposta na abordagem dos comportamentos no estilo de vida. Os médicos da atenção primária devem estar familiarizados com a tendência desfavorável da doença isquêmica do coração entre os adultos mais jovens e rastrear ativamente os fatores de risco para DCV, com atenção especial às mulheres. (Arq Bras Cardiol. 2021; 116(4):763-771) Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares/prevenção e controle; Doenças Cerebrovasculares/ prevenção e controle;
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