Visando dar subsídios à análise do trabalho do fonoaudiólogo na Atenção Básica, mais especificamente nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), este artigo realizou revisão da literatura sobre o tema abordado usando ferramentas de busca do Medline, SciELO e o LILACS, por intermédio da pesquisa avançada simultânea de base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da Bireme. Procurou-se resgatar um pouco da história da Fonoaudiologia no SUS e dar ênfase à importância da Estratégia de Saúde da Família relacionada ao serviço de Fonoaudiologia nos NASFs. A pesquisa realizada aponta que a atuação da Fonoaudiologia dentro do sistema de saúde é bastante extensa, perpassando diferentes níveis de assistência, o que requer o desenvolvimento de distintas tecnologias de trabalho em saúde. As ações desenvolvidas pelos NASFs exigem, necessariamente, a atuação de equipes interdisciplinares, implicadas em processos de trabalho transdisciplinar e na criação/invenção de dispositivos terapêuticos. A análise das experiências de atuação da Fonoaudiologia na Atenção Básica, na Saúde da Família e, mais recentemente, nos NASFs, merece ser acompanhada e avaliada de perto para que se possa avançar na produção e sistematização de práticas de cuidado à saúde que respondam às necessidades da população e que sejam capazes de enfrentar os graves efeitos dos distúrbios de linguagem, voz, motricidade oral e audição. Desta forma conclui-se que se faz necessário o monitoramento e sistematização dos limites e potencialidades deste modelo, visando seu aprimoramento e apropriação do mesmo, como estratégia de atenção integral, de inserção da Fonoaudiologia no SUS.
An integrated clinic: experimentations on family health program PALAVRAS-CHAVE: Saúde pública; serviços básicos de saúde; saúde da família.KEY WORDS: Public health; basic health services; family health.PALABRAS CLAVE: Salud public; servicios basicos de salud; salud de la familia.Recebido para publicação em 27/07/04. Aprovado para publicação em 05/08/04.
O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte dele até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço. (Calvino, 2003, p.158) Junho, 2008, Vitória, Seminário "A Humanização do SUS em Debate". O chamado Coletivo PNH e pesquisadores da área da saúde, de várias partes do Brasil, reúnem-se para colocar em análise os cinco primeiros anos da Política Nacional de Humanização (PNH). Dois dias inteiros de diálogos acalorados em rodas de conversa, nas quais circularam muitas idéias e afetos: convergentes, divergentes... heterogêneos, heterogenéticos -capazes de fazer diferença em corações e mentes.Funcionamento absolutamente compatível com algo que a PNH também deseja favorecer em sua efetuação pelo país: escuta e conversa de verdade, como dispositivos que auxiliem na enunciação, no equacionamento e na solução de problemas concretos das ações em saúde, tentando interferir de maneira produtiva e democrática em serviços, em procedimentos, em rotinas, em especialidades, em sentidos e modos de relação entre usuários, profissionais e gestores.Saímos de Vitória com esta percepção e com várias questões, que as conversas deram a pensar ou fomentaram. Não seria possível tratá-las todas, por isso, recortamos um campo de continuidade, de desdobramento do diálogo em torno de uma questão em particular, cuja recorrência nos últimos anos 3 , bem como durante o Seminário, parece tornar razoável seu acolhimento ainda uma vez.Trata-se de questão derivada do caráter polissêmico do termo humanização, cujas acepções são variadas e, por vezes, divergentes. Este fato, desde o nascedouro da PNH, gerou e ainda gera polêmicas, em relação à pertinência do uso do termo para nomear uma política pública; e, sobretudo, em relação aos sentidos que o conceito de humanização deve assumir no escopo da política, em termos de favorecer, de potencializar a operacionalização de ações, digamos assim, humanizadoras.
Trata-se de estudo descritivo-exploratório de natureza qualitativa que adota como método de coleta de dados a observação-participante dos processos de cuidados à saúde realizados pelos cuidadores de pacientes acamados, pertencentes à área de abrangência de uma Equipe de Saúde da Família que atua em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada em São Paulo (SP). O objetivo deste estudo de caso foi o de relatar a construção do "Guia para cuidadores de pacientes acamados e/ou com restrição ao lar". Este guia foi elaborado a partir de uma parceria entre as Equipes de Saúde da Família (EqSF), fonoaudiólogos, e os cuidadores de pacientes usuários de uma UBS. O guia foi fundamentado pela construção de um saber comum, com o intuito de contribuir com a criação de redes colaborativas, que possam ser espaços de discussão e troca de saberes. Estas redes foram extremamente úteis na potencialização da capacidade dos cuidadores em identificar, precocemente, as situações que requerem intervenção. As redes também trabalharam com a valorização do papel do cuidador; seu saber quanto à forma de atuar nas atividades de vida diária; superação das limitações; demonstração de ações que visam o bem estar físico e psíquico do sujeito doente; ampliação da capacidade de apropriação dos processos de adoecimento, da autonomia e da co-responsabilidade no cuidado à saúde. Após a impressão do guia, o mesmo foi entregue as EqSF, aos profissionais de saúde e a comunidade. O feedback foi positivo e, sendo assim, conclui-se que o guia atingiu o objetivo proposto.
A atuação da Fonoaudiologia dentro do Sistema de saúde é bastante extensa, perpassando diferentes níveis de assistência, o que requer o desenvolvimento de distintas tecnologias de trabalho em saúde que sejam capazes de cuidar dos processos de adoecimento de pessoas e de grupos sociais de risco ou em situação de vulnerabilidade social e, consequentemente, desenvolver ações de promoção, prevenção e educação em saúde, diretamente relacionadas à melhoria dos indicadores de qualidade de vida e de saúde da população.Nesta perspectiva, a Atenção Básica, a Saúde da Família e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), merecem destaque, uma vez que, buscam organizar suas práticas em bases territoriais definidas a partir do conhecimento das necessidades de saúde da população e de perfis epidemiológicos específicos, sendo responsável pelos processos de cuidado de 90% dos agravos à saúde.Pode-se dizer que a proposta dos NASF, em boa medida anunciadas na Portaria do Ministério da Saúde n. 154/2008, propõem ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolutividade, apoiando a inserção da estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica (Ministério da Saúde, 2007).Tenho defendido, juntamente com alguns colegas da Fonoaudiologia e de fora dela, a idéia de que a Atenção Básica atua na fronteira do campo clínico e do campo social, cumprindo importante papel na rede de cuidados à saúde, desde que seja capaz de articular ações individuais e coletivas com o objetivo de tratar e monitorar os processos de adoecimento e ampliar as possibilidades de circulação e de participação social.As ações aqui desenvolvidas exigem, necessariamente, a atuação de equipes interdisciplinares, implicadas em processos de trabalho transdisciplinar e na criação/invenção de dispositivos terapêuticos, ampliando os horizontes da atuação dos profissionais de saúde.Se for assim, a atuação do fonoaudiólogo para além de suas especificidades científicas e em práticas clínicas tradicionais, pede esforço radical para entrar em conexão com diferentes saberes e desenvolver projetos capazes de lidar com a dimensão da pluralidade da vida e a complexidade dos processos de saúde/doença.Pode-se dizer que o desafio da inserção da Fonoaudiologia nos NASF evidencia, mais uma vez, os novos arranjos tecnológicos em curso no campo da saúde. Seremos capazes de entrar neste barco? Com que agilidade?Se a produção da Saúde é um arranjo tecnológico centrado na potência de ação dos coletivos e de sua capacidade de interagirem e de se porem em relação, poderíamos nos perguntar: Como temos contribuído para a ampliação da potência dos coletivos de que fazemos parte?A meu ver, a presença mais efetiva do fonoaudiólogo na Atenção Básica, na Saúde da Família e nos NASF, depende, entre outras coisas:-da discussão e participação organizada dos profissionais na definição de estratégias de convencimento e sensibilização dos gestores e profissionais da saúde sobre a importância da ins...
Purpose: The speech therapy practice in mental health is questioned by the challenge of producing shared care strategies to, above all, expand the conditions and the communicational repertoire, the discursive and social circulation of people with mental suffering. Objective of this study was to identify the perception of clinical listening in professionals of Child and Adolescent Psychosocial Care Center (CAPSij), specifying the role of speech therapy in the care and listening of patientes. Methods: This is a participatory and dialogical research. A discussion group was used to collect data. Results: were grouped in the following categories: listening conception; listening and working process; listening effects; speech therapy and clinical listening. These professionals think of clinical listening as a central device for mental health care. The clinical listening favors reflection on the bio psychic dynamics of healthcare. It was observed contributions of speech therapy in intra and interinstitutional scopes, in the clinical-therapeutic work of the health professionals, patients and relatives. The speech therapist’s skills and knowledge about organic aspects of child development in the opinion of professionals enhance clinical listening. Conclusion: It was concluded that without teamwork, care in CAPSij would not happen in a qualified way under the public health policies: Psychosocial Care Network (PSCN) and Unified Health System (SUS) frameworks. The clinical listening is a condition of possibility of the care offered by the professionals.
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