Neste artigo apresentamos uma discussão acerca da educação e promoção em saúde da pessoa idosa com base em estudo empírico de cunho qualitativo, que teve por objetivo analisar os modos como os discursos são produzidos no âmbito político e como são subjetivados. Obtivemos os dados a partir de entrevistas semiestruturadas realizadas com idosos(as) e profissionais diretamente envolvidos na implementação das políticas públicas de saúde voltadas à população idosa. Após breve discussão das diretrizes preconizadas por tais políticas, apresentamos os resultados, os quais evidenciam que os profissionais significam a atividade física como principal estratégia para a promoção de uma "velhice saudável" e que os discursos dos idosos reproduzem, em grande medida, essas construções. A noção foucaultiana de biopoder e algumas noções advindas dos estudos culturais nos ajudaram a entender como os indivíduos são subjetivados em relação ao que é preconizado como modo saudável de viver.
Delimitado em torno de questões que mantém relações com práticas educativas em saúde, este estudo tem como perspectiva de análise as imagens do corpo vinculadas ao comportamento sexual e reprodutivo nos processos de comunicação mediados pelos chamados vídeos educativos. Busca-se caracterizar, na relação do sujeito com a tecnologia, os discursos e a direção do olhar que conformam na atualidade tais práticas. Com especial interesse nas possibilidades de relações que o vídeo apresenta entre sujeitos enunciador e representado que compõem o texto e profissionais de saúde nas interações com as mensagens, procura-se caracterizar os discursos e questões que conformam a base de uma determinada visão do corpo e da sexualidade. O desenho do estudo teve como sujeito profissionais de saúde da rede pública do Rio de Janeiro no período de 1996-1997. Os resultados mostram uma concepção de sexualidade que tende a generalizar o significado da experiência sexual, ignorando as variações entre diferentes grupos, culturalmente definidos, na atribuição de significados ao corpo.
ResumoRecentes investimentos na velhice mostram uma mudança de racionalidade que implica a construção de novas dinâmicas de poder, principalmente o biopolítico. A inauguração do discurso de "envelhecimento ativo e saudável" marca tal deslocamento do âmbito da assistência social ao da saúde, com ações de prevenção e promoção. Este artigo, fundamentado em noções foucaultianas sobre o saber/poder, com ênfase na questão do biopoder, a partir da contextualização de articulações entre processos de subjetivação da velhice acionadas em cenário neoliberal, apresenta um recorte da análise desenvolvida em uma pesquisa maior, concluída em 2013, a respeito de materiais de educação, prevenção e promoção de saúde dirigidos ao público idoso. Examina de que forma uma tecnologia de governamentalidade -a Caderneta de saúde da pessoa idosa, publicada pelo Ministério da Saúde do Brasil -viabiliza práticas de normalização de comportamentos e significados sobre saúde e velhice, atuando como um dispositivo de poder que se relaciona a discursos construídos em um determinado contexto sócio-histórico-cultural. Palavras-chave: Discurso; Biopoder; Subjetivação; Material Educativo; Idoso.
Este artigo, embasado nos estudos culturais e em noções pós-estruturalistas sobre identidade, poder, sexualidade e gênero, apresenta estudo empírico baseado na ideia de que em espaços não formais da universidade ocorrem processos importantes de construção identitária. O contexto do estudo foi uma universidade pública, e os dados foram obtidos principalmente pela observação de atividades do trote universitário e por entrevistas com estudantes do curso de Farmácia. Evidenciamos como o ritual do trote universitário, por meio de várias atividades, constitui tecnologia contemporânea de poder. Identificamos situações no trote em que sexismo, significados homofóbicos e assédio moral prevalecem, sempre travestidos como brincadeiras. Significados sobre a sexualidade estão imbricados com questões de gênero e de consumo: os corpos são expostos e assujeitados em processos que excluem o que foge da norma e reforçam identidades hegemônicas. Esses discursos e práticas, construtores de conhecimentos e significados sociais, deveriam ser considerados pela universidade.
"O novo homem" está na ordem do dia. São palavras da moda, repetidas à exaustão e reiteradamente reforçadas em revistas, jornais e televisão que apresentam 'evidências' dessa mudança e suscitam reflexões. O "novo" homem surge no lugar do homem "antigo", ou seja, um indivíduo que se comportava dentro dos padrões esperados para um macho tradicional. Diminui-se assim a distância entre os homens e as mulheres, ainda mais quando também é anunciada uma "nova mulher" que busca sucesso na vida profissional e "sabe o que quer", aproximando-se do que era esperado desse macho. O que se entende por "ser homem" ou "ser mulher" no sentido mais tradicional da expressão tem relação direta com o
Resumo: Este estudo está fundamentado em noções dos estudos culturais e nos conceitos foucaultianos de saber, poder e normalização, voltado à análise de significados construídos por estudantes de Medicina da UFRJ sobre a política de cotas em suas possíveis relações com o currículo de Medicina e seus desdobramentos em processos identitários. Em pesquisa com abordagem qualitativa, caracteriza-se a cultura do curso, problematiza-se o seu currículo para então apresentar a análise dos dados obtidos através de oito entrevistas semiestruturadas feitas com alunos cotistas e não cotistas do mencionado curso. Os resultados evidenciam tensionamentos nos discursos entre o "resguardo" da tradição da UFRJ e da faculdade de Medicina, -o que dificulta transformações na cultura e no currículo do curso -e as novas relações constituídas, propicias à revisão de valores e do currículo, sendo os(as) alunos cotistas significados como atores importantes em tal processo. Palavras-chave: política de cotas, currículo, formação médica, identidades, relações de poder
Este artigo, fundamentado no campo dos estudos culturais - sobretudo em noções foucaultianas - e dos estudos feministas, analisa a contribuição do cinema na formação das identidades de gênero de mulheres idosas. Após breve discussão de aspectos relacionados à cultura, ao poder e à conformação das identidades de gênero, buscamos identificar, através das produções discursivas, significados construídos por um grupo de mulheres idosas sobre filmes a que assistiram em sua juventude, evidenciando os efeitos que os discursos dessa mídia exerceram na construção e na produção identitária dessas mulheres.
Neste artigo, apresentamos os resultados de uma pesquisa empírica sobre a construção identitária de estudantes de medicina em espaços não formais da universidade, em uma sociedade de consumo. Fundamentaram o estudo noções do pós-estruturalismo, principalmente sobre a natureza construída das identidades de gênero pelos discursos. Os resultados sinalizam a importância de se reconhecer que as experiências e subjetividades são passíveis de mudanças e de se integrar a problematização dos discursos dominantes aos currículos formais, facilitando uma maior igualdade de gênero, etnia e classe social.
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