Este artigo, sob forma de ensaio, problematiza a participação da criança na cidade, colocando em suspeição se a sua exclusão nos espaços sociais mais amplos ocorre porque a cidade -a pólis, tal como os gregos a denominavam -foi perdendo as referências legadas pelo passado como a organização mais elevada do convívio humano. Considera que o reconhecimento da criança como partícipe na cidade não significa desvinculá-la de uma experiência social compartilhada com outras categorias geracionais e nem torná-la refém de uma autonomia, cuja infância autocentrada pode muito bem expor certos particularismos que a desvincula de uma rede de relações humanas mais amplas e complexas, destituindo os adultos de suas responsabilidades públicas com aqueles que chegam ao mundo. Dialogando, fundamentalmente, com o pensamento de Hannah Arendt sobre o que ela depreende da experiência grega da pólis, procura transpor prerrogativas usualmente dominantes sobre a participação das crianças na cidade, chamando a atenção para o papel da educação na compreensão da cidade como uma experiência cujo legado das tradições culturais e heranças simbólicas seja uma referência importante e permanente na formação das novas gerações. PALAVRAS-CHAVE:Cidade, educação e criança; Hannah Arendt e educação; Pólis e a educação das crianças.
RESUMOEste artigo, sob formato de ensaio, tem por objetivo problematizar a escola como locus privilegiado de educação e referência de uma adequada presença das crianças na cidade. Toma como fonte de inspiração reflexões decorrentes de um estudo etnográfico em andamento, realizado com crianças da educação infantil em um bairro de classe popular na cidade de Vitória (ES). Identifica em contextos diferenciados ao campo de pesquisa e em um tempo concomitante ao processo de investigação formas peculiares de crianças mobilizarem encontros e solidariedades, deixando entrever gestos, atitudes e sentidos outros que superam a proeminência do individualismo e da indiferença ainda presentes na cidade. As experiências das crianças são aqui compreendidas como uma chave de leitura importante e necessária para interpelar a escola a escapar das totalizações de seus conhecimentos e do lugar que ocupa na hierarquia social.Palavras-chave: Crianças e cidade. Educação e cidade. Cidade e escola. ABSTRACTThis paper, in essay format, aims to examine school as a privileged locus of education and as reference of a suitable presence of children in the city. As source of inspiration, it takes observations arisen from an ongoing ethnographic study performed with children in Early
Educação de qualidade na educação infantil: quanto custará aos municípios capixabas esse direito a partir do PNE 2014-2024?Education of quality on early childhood education: how much will this right cost to the municipalities of espírito santo from the PNE 2014-2014? Educación de calidad en la educación infantil: ¿cuánto costará a los municipios capixabas ese derecho a partir del PNE 2014-2024? EDSON MACIEL PEIXOTO VANIA CARVALHO DE ARAÚJOResumo: Este artigo demonstra como as políticas educacionais para a Educação Infantil, sobretudo as relacionadas à ampliação do acesso e à garantia da qualidade do ensino no âmbito do Plano Nacional de Educação 2014-2024, dependem de novas fontes de recursos financeiros e de uma nova matriz de financiamento e distribuição que contemplem a qualidade na perspectiva democrática. As análises, provenientes de pesquisa bibliográfica, documental e de simulação do Custo Aluno-Qualidade (CAQ) para a Educação Infantil capixaba, revelam a emergência da implementação do Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) como referência para a garantia de padrões mínimos de qualidade nessa etapa da Educação Básica, bem como o necessário aporte de recursos financeiros da União que possibilitem a implementação por todos e em todos os lugares dessa nova matriz de financiamento. _____________________________________________________________ Palavras-chave: educação de qualidade na Educação Infantil; custo-alunoqualidade inicial; direito à educação e padrões mínimos de qualidade.Abstract: This article demonstrates how educational policies for early childhood education, especially those related to the expansion of access and quality assurance in education under the National Education Plan 2014-2024; depend on new sources of financial resources and a new matrix of financing and distribution that considers quality in a democratic perspective. The analysis bases on a bibliographic, documentary and simulation study of the Quality Student Cost (CAQ) for the early childhood education of the state of Espírito Santo. It reveals the emergence of the implementation of the Initial Quality Student Cost (CAQi) as reference for the guarantee of minimum standards of quality in children's education, as well as the necessary financial resources from the Union to enable the implementation by all and everywhere of the new funding matrix. _____________________________________________________________ Keywords: Education of quality on childhood education; initial quality student cost; right to education; minimum quality standards.
Resumo: Este artigo coloca em evidência os constrangimentos de uma sociedade, cuja intensificação dos processos de destruição da cultura pública, mediada pela erosão da convivialidade humana, determina os limites da existência comum. A "crise na educação", descrita por Arendt (2007), parece transpor-se à crise na cidade, quando a exagerada preocupação com a proteção e a autonomia das crianças subtrai a arte do com-viver e do bem-viver. Discorrer sobre a perda do mundo comum, como um modo de problematizar a experiência entre adultos e crianças na cidade, é uma reflexão importante a trilhar, principalmente quando a extensão dos critérios utilitaristas da vida desafia a recobrar a amizade e a hospitalidade como uma atitude importante diante da criança "estrangeira" que precisa ser acolhida.Palavras-chave: crianças e adultos na cidade, cidade, Hannah Arendt, relação criança-adulto Abstract: This article highlights the constraints of a society whose processes of public culturedestruction mediated by the erosion of human conviviality determine the boundaries of common existence. The "education crisis" described by Arendt (2007) seems to be transposed to the crisis in the city, when the exaggerated concern about children's protection and autonomy deprives them from the art of living with and living well. Discussing the loss of the common world as a means of problematizing the experience between adults and children in the city is an important idea to be addressed, especially when the extension of the utilitarianist criteria of life challenges us to reinstate friendship and hospitality as important attitudes when facing the "foreign" child that needs to be welcomed.
Este artigo expõe parte do resultado de um estudo exploratório realizado com 220 crianças de dez cidades do Estado do Espírito Santo matriculadas nas instituições de educação infantil. Tem por objetivo discorrer sobre os sentidos atribuídos pelas crianças à cidade, evidenciando alguns constrangimentos pelos quais elas passam em função de serem excluídas do planejamento da cidade e dos espaços sociais mais amplos. As narrativas das crianças expõem o paradoxal movimento entre a invisibilidade das crianças e a capacidade de as culturas infantis inaugurarem novos dispositivos discursivos que permitam construir outras racionalidades. Considerar as diferentes formas de simbolização das crianças acerca de seus mundos de vida é perceber que elas carregam consigoas marcas das culturas dos adultos, ao mesmo tempo em que são capazes de empreender outros sentidos sobre a realidade, o que deixa transparecer um universo de significação peculiar sobre a cidade, cujas sutilezas constituem um patrimônio social próprio das culturas infantis, ainda que em plena articulação com as culturas adultas.
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