“…Se a cidade, em sua organização da sociedade capitalista, tende a impor formas pobres de experiência, cujo exemplo mais significativo será, porventura, a exposição das crianças aos fins de semana à sedução vazia dos corredores dos shoppings; se ela é, além do mais, pela restrição dos espaços e pela violência cotidiana, o locus da "produção de incivilidades" (ARAÚJO; CARVALHO, 2017), ela pode também ser o local da experiência infantil, pela potenciação das formas de descoberta e conhecimento que propicie. Pode sê-lo, seja por efeito da transgressão pelas crianças dos limites impostos pelas formas de condicionamento e restrição da circulação no ambiente, seja por políticas urbanas que favoreçam o desbravamento, pelas crianças, dos percursos físicos e simbólicos que se delineiam na cidade como espaço público e patrimônio coletivo, material e imaterial.…”