O baixo consumo de literatura brasileira no mercado internacional expressa sua dita posição periférica no polissistema literário e justifica os investimentos do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior. Iniciativa federal para incrementar a disseminação da cultura e literatura brasileiras no exterior, o programa concede aporte financeiro a editoras estrangeiras interessadas em traduzir e publicar obras brasileiras. Por se tratar de um importante incentivo, cuja agenda prevê significativos investimentos até 2020, torna-se relevante investigar os resultados atingidos pelo programa e refletir acerca de seus (possíveis) desdobramentos. Para isso, são avaliados dados quantitativos referentes ao período 2010-2015, com o intuito de averiguar o número de obras sendo traduzidas e publicadas no exterior e os países responsáveis por essas traduções. Os dados podem nos fornecer importantes informações a respeito da posição do Brasil no polissistema literário, bem como de sua interação com os demais países.
ResumoGrande parte da literatura contemporânea é escrita em uma língua adicional. Muitas dessas obras produzidas em língua inglesa são de cunho autobiográfico ou memorial, enfatizando aspectos relacionados ao aprendizado de uma língua adicional e a posterior transformação dessa língua em uma língua de escrita, ou seja, à construção de uma autoria em uma língua adicional. Essas narrativas revelam e discutem o efeito de uma língua adicional sobre a primeira e sobre a identidade do sujeito ao tematizar o exílio e fazer dele matéria-prima para a escrita. Nesse contexto, este artigo tem por objetivo apresentar e discutir o conceito de memórias ou autobiografias de linguagem e exemplificar tal conceito a partir da obra Lost in Translation, da escritora canadense Eva Hoffman.Palavras-chave: Autoria. Língua adicional. Autobiografia. Memória. Identidade.
O processo tradutório configura-se por ser uma atividade que ocorre entre fronteiras, sendo a literatura brasileira inerentemente transnacional e transcultural. Entretanto, embora o português seja a sexta língua mais falada no globo, não faz parte das línguas mais traduzidas para o inglês. Ademais, aproximadamente 60% das publicações brasileiras são traduções, sendo a maioria (cerca de 75%) oriunda do inglês. Assim, o tradutor é imprescindível como porta-voz, conectando o Brasil ao mercado editorial mundial. Um maior interesse internacional na literatura brasileira pode ser observado pela culminância de eventos hodiernos: o lançamento, pelo governo federal, do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, do Programa de Internacionalização do Livro e da Literatura Brasileira, a inserção do Brasil nas agendas culturais de âmbito literário e a publicação da versão em inglês da revista Granta em 2012 intitulada The best of young Brazilian novelists. Essas ações, que investem na tradução e na publicação de obras brasileiras nos Estados Unidos, no Reino Unido e nos demais países, vêm ao encontro dessa parca participação do Brasil no mercado literário mundial, surgindo como uma resposta a essa escassez. Partindo da leitura e análise de referencial teórico (HALL, 1995, 1997; MELLO, 2012; MELLO e VOLLET, 2000, etc.) e da revista literária Granta, este trabalho tem o intuito de refletir e discutir acerca da atual situação da literatura brasileira, no tocante às traduções e publicações de obras brasileiras através da concessão de auxílio por meio dos editais do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, considerando a função que a tradução desempenha no reposicionamento da literatura brasileira no contexto global e o papel da revista Granta como ferramenta de autoridade nessa dinâmica.
A construção de identidades e de subjetividades passa, inevitavelmente, por práticas de significação. Por serem construções discursivas, exemplos ligados aos gêneros midiáticos, tais como peças publicitárias, carregam indicadores de identidade, bem como de alteridade, em um permanente movimento dialético de tensão. O objetivo deste texto é discutir o conceito de construções identitárias, em sua relação entre subjetividades e alteridades e aplicá-lo à análise de comunicações midiáticas. Assim, verificaremos tanto os índices de subjetividade como os de alteridade, expressos nessas comunicações. Para tanto, seguimos a proposta metodológica de análise dialógica bakhtiniana, que abrange as duas esferas da enunciação, a dimensão social e a verbal. Na dimensão social, consideramos o sujeito como histórico e social, levando em conta os participantes do gênero discursivo, e o contexto no qual ele se desenvolve. Com relação à esfera verbal, entendemos a análise discursiva propriamente dita.
Neste estudo, refletimos a respeito dos gêneros do discurso a partir da perspectiva dialógica da linguagem, de Mikhail Bakhtin, em contraponto com outras abordagens teóricas, que focalizam suas formas materiais em detrimento dos aspectos discursivos. Para tanto, discutimos a diferença entre “Gêneros do discurso” (Bakhtin) e “Gêneros Textuais”, (Teoria do Texto ou Linguística Textual), a fim de mostrar que não é o texto que define o gênero, mas o projeto enunciativo e as relações enunciativas que se estabelecem em determinado contexto de enunciação. Refletimos, ainda, a respeito da abordagem de gênero presente nos PCN de Língua Portuguesa e, por fim, discutimos sobre a didatização do gênero, que em muitos casos contribui para que se tome o estudo estrito do texto na escola sob a alegação de ser estudo dos gêneros.
A noção de crença vem sendo estudada pela Linguística Aplicada há pouco mais de vinte anos. Por isso, ainda existem perspectivas dentro desse tema que não foram exploradas. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é discutir a noção de crença na Linguística Aplicada e apresentar uma nova abordagem para a questão. Para isso, é apresentada a noção de crença em Bourdieu (2015) tomando-a como fundamento para a ideia de que a crença é uma construção discursiva. Também é traçado um breve panorama dos estudos atuais sobre crenças dentro do escopo da linguística aplicada, partindo dos estudos de Barcelos (2006, 2008) e outros autores posteriores. Verificou-se que a maioria desses estudos utiliza o mesmo conceito de crença. Por isso, busca-se estabelecer uma nova perspectiva para o estudo das crenças em linguística aplicada partindo da noção de crença postulada na sociologia nos trabalhos de Pierre Bourdieu, o que representa uma ruptura epistemológica.
Assim, durante a história, vários casos de crianças selvagens foram apresentados. Uma criança selvagem consiste naquela que é privada do convívio com a sociedade, não falando nem se movendo, como pessoas normais. Alguns destes casos são reais, outros, uma fraude.Um desses casos reais consiste na história de Kaspar Hauser, um menino de 16 anos, encontrado na comunidade de Nuremberg, que originou livros e filmes
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