Pour Bakhtine, le but du langage est lê dialogisme, cette relationavec l’autre. La vie est dialogique par nature. Vivre signifie participerà un dialogue (Bakhtin, 1961: 293). Tout ce qui me concerne vient dumonde extérieur par le biais de la parole de l’autre. Tout énoncé est lemaillon d’une chaîne infinie d’énoncés, un carrefour d’opinions et de visionsdu monde. Dans ce réseau dialogique qu’est le discours, s’instaurentdes significations don’t l’orige n’est pas le moment de l’enonciation, maisfont parties d’un continuum. Autrement dit, l’individu n’est pas l’originede ce qu’il dit.
Propõe-se neste artigo abordar o que se refere à ontologia dialógica em perspectiva bakhtiniana por ser um tópico essencial relacionado ao agir dos sujeitos no âmbito do dialogismo. Da definição desse agir decorre uma concepção de linguagem que embasa a teoria da enunciação do Círculo Bakhtin, Medvedev, Voloshínov. Assim, pretende-se, aqui, examinar as implicações do estatuto do sujeito na filosofia da linguagem bakhtiniana e sua consequente aplicação na teoria enunciativa do Círculo, o que torna necessário explorar as bases filosóficas da arquitetônica bakhtiniana quanto ao princípio dialógico, às concepções de identidade e intersubjetividade, à avaliação social, à responsabilidade ética e ao relacionamento entre os sujeitos. Pretende-se demonstrar que o sentido advindo da enunciação é da ordem do estatuto ontológico, de cunho social e histórico, dos sujeitos em interação.
Resumo: Este artigo se dedica a revisar o desenvolvimento do conceito de polifonia, posição de distanciamento máximo entre autor e personagens em um infindável diálogo, a partir da análise de algumas obras pertencentes à ficção dostoieviskiana, feita por Bakhtin no livro Problemas da poética de Dostoiévski, no qual Dostoiévski é definido como o criador do romance polifônico. O dialogismo, essência da teoria bakhtiniana do discurso, reitera a presença do sujeito na comunicação, que não é vista apenas como uma simples transmissão de informação, mas como uma interação verbal ou não verbal. Os sujeitos se constituem na e pela interação. O discurso, construído a partir do discurso do outro, nunca está concluso. Então, todo texto é composto de várias vozes que, na polifonia, têm de ser equipolentes. Segundo Bakhtin, a polifonia é parte essencial de toda enunciação, já que em um mesmo texto ocorrem diferentes vozes que se expressam, e que todo discurso é formado por diversos discursos. Só compreendemos enunciados quando reagimos às palavras que despertam em nós ressonâncias ideológicas e/ou concernentes à nossa vida. A realidade do signo é objetiva e passível de um estudo metodologicamente unitário. Bakhtin chama esse estudo do discurso bivocal, que inevitavelmente surge sob as condições de comunicação dialógica e ultrapassa os limites da linguística, de metalinguística. Palavras-chave: polifonia, dialogismo, metalinguística IntroduçãoNa música, o termo polifonia é usado desde há muito para designar um tipo de composição musical em que várias vozes, ou várias melodias, sobrepõem-se em simultâneo. Em oposição à polifonia, está a monodia, ou homofonia, na qual as vozes executam o mesmo movimento melódico, seguindo um mesmo padrão rítmico. Ou, então, uma determinada melodia se sobrepõe às outras vozes, que se subordinam, adquirindo um mero papel de acompanhamento 1 Mas não é só a música que reivindica o termo polifonia. O filósofo da linguagem, Mikhail Mikhailovich Bakhtin , na década de vinte do último século, lançou a ideia de polifonia, empregando o conceito na análise da ficção dostoievskiana e sugerindo que a mesma colocava em jogo uma multiplicidade de vozes ideologicamente distintas, as quais resistiam ao discurso autoral. Bakhtin estendeu o conceito a todo gênero romance, no qual, para o filósofo da linguagem, ora se orquestram, ora se digladiam linguagens sociais que se impõem ao autor do romance como expressão da diversidade social que este quer representar na sua escrita. Assim, para Bakhtin, a polifonia é parte essencial de toda enunciação, já que em um mesmo texto ocorrem diferentes vozes que se expressam, e que todo discurso é formado por diversos discursos. Schnaiderman (2005, p. 15) diz que a lição de Bakhtin sobre a importância da multiplicidade de vozes em * Universidade Federal de Santa Maria (ufsm). Endereço para correspondência: vera.pires@terra.com.br . ** Universidade Federal de Santa Maria (ufsm). Endereço para correspondência: f.andreia@yahoo.com.br . 1 A trajetória da homofonia à polifonia na his...
A presente comunicação objetiva tecer reflexões a respeito da herança tautológica visual medieval, presente nas xilogravuras do cordel nordestino. A representação gráfica simples e os textos, muitas vezes rimados do cordel, são versões de figurações da idade média, preservadas pela igreja em forma de herança cultural, quando a mesma usava da iconoclastia cristã (seja ela pictórica, escultórica ou gráfica) para arrebanhar fiéis, tornando-a fonte de arrebatamento e para fazer tementes os iletrados. A xilogravura, como parte da poética literária nordestina, torna-se tautologia do texto escrito, transcendendo seu estatuto gráfico e recontando a história ali gravada, cativando leitores de menor fluência cultural. Além de subverter a condição estabelecida por uma sociedade desigual, que priva o acesso aos meios de comunicação escritos, essa xilogravura possui função originária instigadora da visualidade e da oralidade. A partir dos estudos, Idelette Muzart-Fonseca dos Santos, em Memória das Vozes: cantoria romanceiro e cordel (2006), a autora descreve como a técnica de se gravar imagens em relevo sobre madeira se transcreveu da Europa para o nordeste brasileiro, podendo-se tecer um histórico dessa linguagem. Galvão (2001) atenta que a força estética da ilustração das capas dos folhetos tem função não apenas de ilustrar, mas, também, de atrair o leitor dando pistas sobre o que vai ser tratado na obra. Tal força estética é fundamental para representar o texto de forma rápida revelando a importância da xilogravura como alvo de interesse pelos estudiosos da literatura.
Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR http://dx.doi. org/10.15448/1984-7726.2016.1.21707 Dialogismo e polifonia: dos conceitos à análise de um artigo de opinião Resumo: Onde não há palavra não há linguagem e, consequentemente, não pode existir relação dialógica. As relações dialógicas pressupõem linguagem, mas não existem no sistema da língua, pois são relações semânticas estabelecidas entre enunciados. A partir da teoria dialógica do Círculo bakhtiniano, o presente artigo discute os conceitos de dialogismo e polifonia na análise dialógica do discurso, a fim de analisar um artigo de opinião. Analisamos as estratégias discursivas utilizadas, as quais confirmam a univocidade do enunciado e, portanto, a ausência de polifonia, ainda que o dialogismo esteja sempre presente.Palavras-chave: Dialogismo; Polifonia; Análise dialógica do discurso Abstract: Where there is no word there is no language and therefore there can be no dialogical relations. Dialogical relations presuppose language, but they do not exist in the language system, because they are semantic relations between utterances. From the dialogic theory of Bakhtin Circle, this article discusses the concepts of dialogism and polyphony in the dialogic discourse analysis in order to examine an Opinion Article. We analyzed the discoursive strategies that were used, which confirm the utterance's univocally and therefore the absence of polyphony, although the Dialogism is always present. Keywords: Dialogism; Polyphony; Dialogic discourse analysis IntroduçãoInovando todos os estudos sobre a questão da pluralidade semântica das palavras nos discursos, 1 , p. 263) analisou "a vida da palavra, sua passagem de um locutor a outro, de um contexto a outro, de uma coletividade social, de uma geração a outra", examinando-as como uma "unidade migratória" entre discursos, sem jamais se desvincularem de seu trajeto discursivo anterior.Para o filósofo russo, não há um território interior soberano, estamos sempre na fronteira, olhando para dentro de nós mesmos com os olhos do outro e olhando 1 A data nos colchetes refere-se à publicação original. o outro nos olhos. O ser humano não consegue perceber nem a sua própria imagem externa, nenhum espelho ou foto o ajudarão; sua autêntica imagem externa pode ser vista e entendida apenas por outras pessoas, graças à distância especial e ao fato de serem outras. A cultura do outro só se releva com plenitude e profundidade aos olhos de outra cultura. A cultura de uma época, por mais distante que esteja de nós no tempo, não pode estar fechada como algo pronto, plenamente acabado, que se foi e está morto. A compreensão criadora não renuncia ao seu lugar no tempo, nem à sua cultura, não se esquecendo de nada.Tomo consciência de mim por meio dos outros: deles eu recebo as palavras, as formas e a tona...
Objectivo: Comparar a eficácia e a segurança do uso tópico dos inibidores da calcineurina com os corticosteróides no tratamento da dermatite atópica (DA) em idade pediátrica. Fontes de dados: Base de dados MEDLINE e sítios na internet de medicina baseada na evidência. Métodos de revisão: Pesquisa de revisões baseadas na evidência, normas de orientação clínica, meta-análises, revisões sistemáticas e ensaios clínicos controlados e aleatorizados, utilizando os termos MeSH: Dermatitis, Atopic; Tacrolimus; Pimecrolimus. Limitou-se a pesquisa a artigos publicados desde Janeiro de 2000 até Agosto de 2009, em Inglês, Francês, Espanhol e Português, restrita aos pacientes dos zero aos 18 anos de idade. Para a comparação de resultados foram usadas escalas internacionais: Investigator's Global Assessment, Eczema Area and Severity Índex e Children's Dermatology Life Quality Índex. Para avaliar o nível de evidência, foi utilizada a escala de Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) da American Family Physician. Resultados: Foram obtidos 76 estudos, tendo apenas dois cumpridos os critérios de inclusão (uma norma de orientação clínica e uma metanálise). Eficácia: O uso de tacrolimus parece ser mais eficaz no tratamento da DA moderada a grave comparativamente ao acetato de hidrocortisona a 1%. Na DA grave ou muito grave o uso de acetato de metilprednisolona a 0,1% mostrou ser superior. Segurança: o uso de tacrolimus esteve associado a maior número de efeitos adversos locais. Os estudos com pimecrolimus não cumpriram os critérios de inclusão. Conclusões: Da evidência disponível, o tacrolimus é mais eficaz que o acetato de hidrocortisona a 1% no tratamento da DA moderada a grave (SOR B).Na exacerbação grave ou muito grave da DA o uso de aceponato de metilprednisolona 0,1% mostrou ter eficácia superior ao tacrolimus (SOR A). Palavras-chave:Dermatite Atópica; Tacrolimus; Pimecrolimus; Criança; Adolescente. Recebido em 25/11/2009 Aceite para publicação em 18/06/2010 Rev Port Clin Geral 2010;26:466-72 revisões 472 ABS TRACT ATOPIC DERMATITIS IN CHILDREN -CALCINEURIN INHIBITORS OR CORTICOSTEROIDS, WHAT IS THE BEST OPTION?Objective: To compare the efficacy and safety of topical use of calcineurin inhibitors with corticosteroids in the treatment of atopic dermatitis (AD), in children. Data sources: MEDLINE database and evidence-based medicine websites. Review methods: The authors searched evidence-based reviews, guidelines, meta-analysis, systematic reviews and randomized controlled trials, using the MeSH terms: Dermatitis, Atopic; Tacrolimus, Pimecrolimus. The search was limited to articles Results: One guideline and one meta-analysis met the inclusion criteria from 76 studies obtained. Efficacy: The use of tacrolimus appears to be more effective in the treatment of moderate to severe AD, when compared to 1% hydrocortisone acetate. In the severe to very severe AD the use of 0,1% methylprednisolone aceponate have demonstrated to be superior. Safety: the use of tacrolimus was associated with more local adverse effects. Studies with pimec...
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