This text focuses on issues related to indigenous school education in Brazil, as well as the assumptions of interculturality to think about it. This is a theoretical research, of a qualitative nature. Indigenous school education in Brasil today demands a critical and careful posture. What today is known as the Brazilian Nation was formed through the meeting of three ethnical-cultural origins: the Tupi-Guarani, the Portuguese and the African. Such confirmation refers to an obvious conclusion: any educational proposition that is intended as generous and inclusive needs to take into account the matters relative to the cultural diversity of the Brazilian society. For this intercultural dialogue to happen it is necessary to break with the colonial mentality. There must be a relationship paradigm that recognizes and respects the indigenous singularity and promotes its protagonism (Castro, 2000). The LDB proposes a group of guidelines that even with its frailties, if put to practice, could provide progress in the public policies about the indigenous school education. The educational progress in the indigenous communities– taking the Guarani as an example – happens through an exchange of experiences, building a collective knowledge, intermediated by the Karaí. We propose an indigenous school education that takes as its starting point some interculturality fundaments, mediated by dialogicity.
ResumoPropomo-nos, neste trabalho, a fazer uma reflexão sobre algumas contribuições de Humberto Maturana que consideramos pertinentes em relação ao descompasso dos processos educacionais em geral e, em particular, em relação à educação escolar indígena. Partimos do pressuposto epistemológico de que a emoção é o sentimento que orienta nossas atitudes cotidianas. A pesquisa se desenvolve tomando como ponto de partida a busca por ampliação do repertório de conhecimentos e saberes que contribuam para o trabalho docente, tanto a partir de sua formação inicial (licenciaturas) quanto continuada. A Biologia do Amor e a Biologia do Conhecimento foram tomadas como princípios para proposições explicativas sobre os fazeres humanos a partir da noção de acoplamento entre biologia e cultura. Constatamos, com esta pesquisa, que as proposições de Humberto Maturana contribuem com importantes e inovadores subsídios para a educação em geral e para a formação de professores(as) na educação escolar indígena em particular; além disso, pode-se afirmar que existe uma proximidade muito significativa entre algumas proposições de Maturana com a cultura Guarani.Palavras-chave: Intercultura. Educação escolar indígena. Humberto Maturana. Emoção.
Resumo: Este texto é o resultado de uma pesquisa sobre as contribuições da Antropofagia Cultural Brasileira, na sua vertente pós-Semana de Arte Moderna de 1922, para a formação de professores (as) em geral e em educação ambiental (EA), em particular. Esta pesquisa se desenvolve há cerca de quatro anos e tem financiamento pela CAPES e pelo CNPq. Na formação de professores (as), em EA, saberes e experiências são um repertório que não pode ser desconsiderado. Na formação de professores não podemos nos basear apenas na transmissão de conhecimentos e de técnicas. Procuramos demonstrar no texto que as idéias que orientaram o pensamento antropofágico constituem-se num chamamento no sentido de mostrar que o processo educativo precisa buscar novos interlocutores. Não é mais aceitável que continuemos repetindo normas, regras e importando modelos sem fazer a sua devida devoração. A antropofagia cultural e a EA têm, ambas, na sua origem, esse compromisso: dialogar com o (a) outro(a) sem, no entanto, abrir mão do seu eu.Palavras-chave: Antropofagia Cultural; Formação de Professores; Educação Ambiental.Abstract: This is the result of a research about the contributions of the Brazilian Cultural Anthropophagi, in its overflowing post 1922 Modern Art Week, to the formation of teachers in general and in environmental education, in particular. This research is being developed since the last four years and it is being funded by CAPES and by CNPq. In teachers' formation, in environmental education, knowledge and experiences are a repertory that can not be disregarded. Teachers' formation can't be based only in the transmission of knowledge and in techniques. We try to demonstrate in the text that the ideas that orientate anthropophagic thought constitute in a calling in the sense of showing that the educative process needs to seek for new speakers. It is not acceptable anymore, that we continue to repeat norms, rules, and importing models without doing its proper devouring. The cultural anthropophagi and the environmental education have both, in their origins, this commitment: to dialogue with the other without, however, giving up its own being.
Com esse artigo fizemos uma reflexão sobre o legado freireano internacional. Freire conseguiu o que muitos desejaram, mas poucos conseguiram: pensar a educação nas escolas, universidades e movimentos sociais. Freire fez isso com uma qualidade rara: o diálogo entre esses diferentes espaços educativos das gentes de seu país, bem como de vários outros países por onde passou/viveu/trabalhou. Não começamos nossa reflexão sobre o legado internacional de Freire por um país, mas, sim, por aquela que, talvez, tenha sido a obra que mais espaços abriu para suas ideias mundo afora. Referimo-nos ao clássico Pedagogia do Oprimido que no Brasil encontra-se na 60ª. Edição (2016). Pensamos que, sem diminuir a importância do conjunto da obra freireana, Pedagogia do Oprimido abriu as portas das universidades, das escolas, bem como os olhos dos educadores(as) do mundo para as ideias desse cidadão brasileiro e latino americano. Com esse artigo buscamos trazer um pouco desse percurso. Concluímos que um país que tem na sua história um Paulo Freire não pode desesperançar, frente a ideias despropositadas como, por exemplo: “escolas sem partido”.
Este artigo tem como objetivo convidar a uma reflexão sobre os processos de colonização sofridos pelos povos indígenas da América Latina, em particular, os guaranis. O artigo se caracteriza como uma pesquisa de caráter teórico-epistemológico e de revisão bibliográfica. Elegemos a intercultura como a perspectiva epistemológica (CANCLINI, 2006) para a construção de um diálogo onde as culturas não se sobreponham umas às outras, mas sim, que dialoguem entre elas com o objetivo de construir novas formas de pensar as relações culturais como processos interculturais. Propomos um conhecimento que privilegie o contato entre a cultura local e a global (GEERTZ, 2009) sem ter como orientação a hierarquização das formas de entender, de fazer e de promover as relações entre as diferentes culturas que se cruzam e entrecruzam. Como reflexão final, trazemos o modo/concepção de viver dos povos Guarani, a concepção mística/religiosa da “busca da Terra sem Males”. Partimos do princípio de que a busca da terra sem males transforma o modo como os indígenas guaranis enxergam os percursos da vida cotidiana.
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