Este estudo investigou se a forma de financiamento das empresas é afetada pela participação das firmas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Como objetivo complementar, foi analisada a relação entre o ISE e o risco. A fundamentação partiu da teoria da sinalização que apresenta possíveis soluções para mitigar problemas de adverse selection causados pela assimetria de informações e usada no caso de haver necessidade de tomada de decisões sobre investimentos em ambientes de incerteza. Foi utilizado um Experimento Natural, a partir de uma amostra de 378 empresas, divididas em dois grupos: um de tratamento e outro de controle, com dados em painel e duplo efeito fixo. Os resultados encontrados indicam, estatisticamente, que empresas que sinalizaram Responsabilidade Social Corporativa (RSC) tiveram uma relação negativa com o endividamento e o risco, quando comparadas com aquelas que não sinalizam. Esses resultados ajudam a entender a relevância dos índices de sustentabilidade como um canal de informação crível do comprometimento da empresa com a RSC.
A principal organização que deve preparar os profissionais do futuro é a Instituição de Ensino Superior (IES). Neste sentido, precisa estar atenta às transformações que ocorrem no ambiente em que está inserida e adaptar-se para a formação de estudantes capazes de serem agentes das mudanças exigidas no futuro. No Brasil, infelizmente, o ensino superior foi, ao longo dos anos, sendo sucateado em nome da democratização de oportunidades. Prédios, equipamentos e, principalmente, professores foram improvisados para que tivesse um número maior de cursos e vagas. A preocupação com a educação no Brasil parece não ter sido levada em conta. Essa questão é levantada por Oliveira (apud Costa, p. 3-4) quando argumenta que: "A educação nunca foi levada devidamente a sério nem pela sociedade, nem pelo governo brasileiro, As escolas e as universidades, o saber, mesmo o saber aplicado, jamais, em nossa história, receberam da sociedade e dos poderes públicos uma forma de atuação continuada". Apesar de já ter passado uma década, essas palavras ainda tem uma conotação social. No caso específico de ensino de Contabilidade será que a situação é diferente? Vários são os trabalhos que abordam esse assunto. E a conclusão que se tem é de que as escolas não estão cumprindo às exigências do campo de avanço profissional contábil. Iudícibus e Marion (1986, p. 51-53) assentam que a situação é delicada e apontam como principais deficiências na metodologia do ensino de Contabilidade Introdutória; proliferação das instituições de ensino e órgãos de classe; e falta de exame de suficiência de âmbito nacional para o exercício da profissão. Dentre as deficiências apresentadas, a que este artigo pretende abordar é a falta de preparo do corpo docente da Contabilidade. A opção por um trabalho desta natureza decorre da importância da qualidade na educação para o desenvolvimento da sociedade em geral e da relevância do ensino de Contabilidade como área específica de interesse na formação de profissionais, cujo desempenho é essencial ao bom funcionamento e aos resultados de todo tipo de organização. A melhoria na qualidade de ensino não depende somente das mudanças curriculares e estruturais das instituições de ensino superior, mas principalmente, da seriedade, dedicação e compromisso assumido pelos professores na capacidade de formar bons profissionais e não apenas informá-los sobre alguns conteúdos. Os professores de uma instituição são um dos principais agentes de mudanças no ensino. De nada adiantará terse um currículo adequado, um programa bem definido, muitos recursos financeiros, etc., se o corpo docente não estiver qualificado para ensinar a matéria com dedicação e compromisso. "Qualquer disciplina que for dada, o professor dá o que ele sabe e da maneira que sabe."
Este estudo objetiva analisar as variáveis que influenciam a adesão das empresas ao Índice Bovespa de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Foram verificadas as variáveis: tamanho da empresa, setor de atividade, concentração acionária, localização do controle acionário, o fato de a empresa ser emissora de ADR e ser de propriedade estatal. A coleta inicial de dados baseou-se na seleção das 150 ações mais líquidas listadas na BM&F Bovespa presentes em pelo menos 50% dos pregões no período de junho de 2006 a junho de 2007. Foram selecionadas 124 empresas para a composição da amostra. A partir dessa amostra, verificaram-se as empresas detentoras das ações que se enquadraram ou não na carteira teórica anual do ISE-dezembro 2007/novembro 2008. Foi aplicado o modelo Logit de regressão linear múltipla para avaliar a contribuição de cada variável explicativa na chance de adesão ao índice. Concluiu-se que, estatisticamente, há indícios de que o tamanho das empresas e o setor de atividade são determinantes que influenciam a adesão das empresas ao ISE. As variáveis localização, concentração acionária, ser emissora de ADR e ser de propriedade estatal, estatisticamente, não apresentaram relação de influência para a inclusão das empresas ao ISE.
RESUMONeste trabalho é apresentado um novo modelo de análise das demonstrações contábeis que permite integrar as avaliações da situação financeira e da rentabilidade do capital próprio em uma única medida, denominada Indicador da Saúde Econômico-Financeira das Empresas (ISEF). O desenvolvimento do ISEF está sendo demonstrado a partir de pesquisa envolvendo 684 empresas pertencentes a 20 setores de atividades. O processamento dos dados coletados foi realizado por meio de software especialmente desenvolvido para essa pesquisa, gerando um grande número de informações agrupadas em dezenas de tabelas. Os procedimentos metodológicos utilizados foram expostos em detalhes. A situação financeira das empresas foi avaliada por intermédio do modelo Fleuriet, bastante conhecido nos meios acadêmicos devido aos seus sólidos fundamentos teóricos e à objetividade das suas respostas. A análise da rentabilidade do capital pró-prio foi desenvolvida a partir da fórmula Du Pont, ferramenta antiga e até hoje largamente utilizada. Além de integrar as avaliações da situação financeira e da rentabilidade de uma empresa em particular, determinando o grau de sua saúde econômico-financeira, o ISEF fornece uma visão bastante ampla sobre o que está ocorrendo em diferentes setores de atividades e no ambiente empresarial como um todo.Palavras Chaves: situação financeira, liquidez, rentabilidade, Fleuriet, ISEF, análise das demonstrações contábeis. ABSTRACTThis paper introduces a new financial statement analysis model that allows us to integrate evaluations of the company's financial situation and the profitability of its own capital into one single measure, called companies' Economic-Financial Health Indicator (ISEF). The development of this indicator is demonstrated on the basis of research with 684 companies from 20 activity sectors. The collected data were processed through software developed especially for this study, generating a large amount of information that is grouped into several tables. The methodological procedures were described in detail. The companies' financial situation was evaluated through the Fleuriet model, which is quite well known in the academic world due to its solid theoretical foundations and the objectivity of its answers. The profitability of the companies' own capital was analyzed through the Du Pont formula, a traditional tool that is widely used until today. Besides integrating evaluations of a company's financial situation and the profitability of its own capital, thus determining the degree of its economic-financial health, the ISEF provides quite a broad view on what is happening in different activity sectors and in the business environment on the whole.
The study of corporate social responsibility (CSR) in the context of marketing has been increasing in the Brazilian scenario. However, for decision making to be effective in organizations, we need to know consumers' relationship intention in view of the social actions developed. The present study seeks to identify which dimensions of CSR influence consumers' purchase and repurchase intention. Our interest was to observe which dimension of CSR stimulates long-term relationships between consumers and their suppliers, which is the main novelty of this study. We searched the dimensions of CSR in the literature and discuss the consumer relationship intention with the companies. Thereafter, from the constructs adapted for this research, we performed a study with 544 consumers in Brazil. We analyzed the data through structural equations modeling. The results show that of the four dimensions of CSR (philanthropic, legal, organizational, and ethical), only the philanthropic dimension indicated an influence on consumers' relationship intention with socially responsible companies, which suggests that the Brazilian consumer understands CSR to be synonymous with philanthropy. The main contribution of this study is to note that companies that operate in the CSR philanthropic dimension tend to more easily establish long-term relationships with their consumers.
Resumo A literatura econômica tem debatido os efeitos dos gastos públicos sobre as chances de recondução dos governantes, apontando que os eleitores tendem a avaliar com um maior peso a performance dos políticos tendo por base seu desempenho no período pré-eleitoral (miopia política). Nesse contexto, este trabalho investiga a influência dos investimentos públicos sobre a recondução dos prefeitos dos municípios do estado do Espírito Santo, entre 2001 e 2012. Por meio da metodologia de regressão logística, os resultados sugerem que os eleitores capixabas, de modo geral, premiam os prefeitos que promovem incrementos relativos de investimentos públicos no período próximo às eleições, o que se mostra consistente com a literatura mais recente de ciclos políticos e de comportamento eleitoral, embora não tenha havido a comprovação empírica de que os eleitores sejam conservadores sob a ótica fiscal.
A literatura aponta para alguns benefícios de longo prazo trazidos pela Responsabilidade Social Corporativa. Porém nada foi mencionado sobre seus potenciais benefícios de curto prazo, como, por exemplo, a performance da empresa em períodos de crise econômica e financeira, fenômeno reconhecido como sendo de curto prazo. Este artigo busca analisar a relação entre a prática de Responsabilidade Social Corporativa e o Desempenho Financeiro de empresas brasileiras durante um período da crise financeira de 2008. Utilizando modelos de diferenças-em-diferenças com dados em painel e considerando as empresas brasileiras que compõem a carteira ISE-BOVESPA, como proxy para empresas com práticas de Responsabilidade Social Corporativa, verificou-se que, durante crises, firmas responsáveis socialmente não têm um diferencial de desempenho financeiro em relação às outras firmas no mercado, apesar de ter-se encontrado um efeito significativo que a crise traz para as empresas em geral. Tal resultado não se alinha à teoria que prediz melhor desempenho econômico de empresas socialmente responsáveis ao perceber insignificância estatística para tal fator.
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