IntroduçãoEsse artigo é resultado de uma pesquisa multidisciplinar que teve como objetivo contribuir para a compreensão das questões sociais urbanas que associam as unidades de mobilização às motivações de cunho identitário. Trata-se, portanto, de uma proposta que se apropria da categoria "espaço" para identificar os lugares de socialização da A pesquisa nasceu da articulação com o Projeto Nova Cartografia Social, coordenado pelo Professor Alfredo Wagner Berno de Almeida e sediado na UEAM, que objetiva a produção de mapas elaborados pelos segmentos sociais envolvidos. Com uma metodologia participativa que estimula a atuação das comunidades, a Cartografia Social
A ocupação do solo e o estabelecimento de novas territorialidades sempre foram elementos de disputas em que se destacam as lógicas coloniais perpetuadas através das desigualdades de direitos e da imposição de uma lógica de commoditização da terra. Neste trabalho, a partir da experiência do Projeto Nova Cartografia Social no Nordeste brasileiro, discutiremos tanto aspectos metodológicos das pesquisas, que tiveram como ponto fulcral a elaboração de mapas no contexto etnográfico e suas implicações para diferentes esferas do exercício do poder; quanto as disputas vivenciadas por comunidades urbanas e rurais no nordeste do Brasil contemporâneo pautadas no entendimento de que isso possibilita um processo reflexivo nos próprios grupos sociais envolvidos. As pesquisas têm como experiência as potencialidades e disputas políticas territoriais na comunidade quilombola de Conceição das Crioulas-PE, no Povo indígena Xukuru do Ororubá-PE e Tapuias da Lagoa de Tapará-RN, e as e disputas urbanas no bairro de Santo Amaro, Recife/PE.
Resumo O Caso Xukuru na Corte Interamericana é considerado paradigmático e inspirador para o exercício de garantia dos direitos fundamentais no Brasil. No entanto, a configuração das formas de violência institucionalizada e a criminalização que este povo vivenciou ao logo das últimas décadas parecem ter passado ao largo da decisão da Corte, ficando subsumidas diante das questões técnicas. Diante deste problema, este texto busca descrever a complexidade da questão, fazendo uso dos argumentos antropológicos elaborados com base em pesquisa bibliográfica, dada a vasta produção científica na área de Antropologia e Sociologia existente sobre o povo, e na pesquisa documental para, assim, acrescentar “carne” e “sangue” à letra fria da lei.
O presente artigo tem por objetivo discutir os desafios enfrentados no momento em que o Nordeste se depara com uma recente onda desenvolvimentista que coloca em destaque a presença de povos e comunidades denominadas tradicionais nas áreas afetadas pelos novos empreendimentos. Utilizando como exemplo as dinâmicas territoriais dos povos indígenas de Pernambuco, enfatiza que a necessidade formal de identificação de comunidades tradicionais ou “especiais”, no caminho do desenvolvimento, tem explicitado contradições na concepção de Estado brasileiro e dado visibilidade a diferentes ruralidades.
O presente trabalho busca problematizar o campo sociopolítico em que se dá a instalação da Central Nuclear do Nordeste em Itacuruba, Sertão de Pernambuco – Brasil. Nossa análise considera o lugar que os povos tradicionais ocupam nessa arena de conflitos socioambientais. O cenário atual aponta para a consolidação de uma política nuclear que prioriza fatores como a importância militar da tecnologia nuclear e a sofisticação embutida nessa tecnologia que a apresenta como a forma de energia do futuro. Diante desse contexto, os povos tradicionais em Itacuruba têm elencado uma série de enfrentamentos no intuito de assegurar a proteção de suas territorialidades específicas frente à instalação do complexo nuclear no Rio São Francisco. Tais enfrentamentos configuram um repertório de ações coletivas e confrontos políticos na região do Sertão pernambucano.
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