RESUMOO setor automotivo brasileiro tem feito grandes progressos como uma região de produção e vendas de veículos, mas é evidente o enfraquecimento da base industrial local, principalmente de autopeças resultante do aspecto da forte concorrência de produtos importados, que chegou a quase 29% do total das vendas locais (Sindipeças, 2011).A nova política industrial (INOVAR-AUTO) aumenta as chances para o setor automotivo brasileiro contornar esta situação através de benefícios fiscais para a atividade de desenvolvimento de fornecedores onde até 50% das despesas com desenvolvimento de fornecedores de uma montadora poderá ser creditado através do desconto de IPI.Este estudo analisou o modelo de Gestão Colaborativa de uma montadora de veículos junto a seus fornecedores através de um projeto de melhoria contínua desenvolvido por um time permanente de "kaizen" utilizando as ferramentas de "lean manufacturing" e replicando a vários outros fornecedores num modelo de inovação aberta. A inovação aberta tem se tornado um conceito efetivo para prover a busca de recursos externos por meio da colaboração de diversos atores na cadeia de valor para a busca de novos conhecimentos e tecnologias (Chesbrough, 2003).O projeto desenvolvido num fornecedor de peças fundidas e replicado a outros cinco fornecedores trouxe um ganho médio através da redução do tempo de processamento da ordem de 30%. Porém, o principal ganho deste projeto, foi a aproximação na relação de colaboração entre montadora e fornecedor que mostrou ganhos superiores ao antigo modelo de negociação e atrito onde o mais forte, no caso a montadora, cria um ambiente de pressão aos seus fornecedores para redução de custos, porém muitas vezes gerando redução de margem de lucro, consequente perda na capacidade de investimento e perda de competitividade.
RESUMOO setor Automotivo Brasileiro é de grande competitividade e responsável por grandes inovações que sustentam o nível tecnológico da engenharia nacional. Por ser composto basicamente de empresas multinacionais, grande parte do desenvolvimento de produtos ocorre em suas matrizes e somente algumas etapas do desenvolvimento ocorrem em suas subsidiárias brasileiras que suportam a criação de conhecimentos locais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Através deste estudo, objetiva-se realizar uma análise crítica do Sistema de Inovação do setor automotivo sob o regime do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (INOVAR-AUTO), vigente de 2013 a 2017, que definiu metas mandatórias de eficiência energética e dispêndios em P&D e Engenharia. A metodologia de pesquisa utilizada foi a qualitativa e exploratória através de entrevistas com os principais players do sistema de inovação do setor automotivo (empresas, universidades, ICTs). Os resultados demonstram que as montadoras já estabelecidas há mais tempo no país possuem uma engenharia local robusta e níveis de investimentos em P&D e Engenharia que superam os valores definidos pelo INOVAR-AUTO. Em contrapartida, os novos entrantes foram obrigados a investirem em um valor mínimo de engenharia local definido pelo programa. No entanto, devido a falta de metas claras para um plano tecnológico do setor automotivo brasileiro, boa parte do valor investido pelas montadoras entrantes foi canalizada para a criação de laboratórios e centros de pesquisa sem uma definição visível do propósito de longo prazo em termos de qual seria o diferencial competitivo do setor automotivo brasileiro no que tange a P&D e Engenharia.
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