Este estudo analisa a construção alegórica do inferno na obra Condenada, de Chuck Palahniuk, com o objetivo de apontar a vertente corrosiva do escritor ao descrever a política, a cultura e a economia estadunidenses contemporâneas. Centrando-se no olhar da personagem Madison, uma menina de 13 anos de idade recém-chegada ao inferno, a investigação coloca em relevância as críticas palahniukianas ao padrão estético-corpóreo, à cultura midiática da inação, ao regime semiescravo sustentado por multinacionais, à retroalimentação da política de débito econômico-social disfarçada em alargamento de crédito para as minorias e ao preenchimento de parâmetros de justiça por meio da ordem do consumo. Para tanto, serão articulados a esta comunicação alguns pesquisadores que comentam a condução hegemônica do mundo corporativo no agenciamento de valores contemporâneos, como Zygmunt Bauman e Joel Bakan, alguns polemistas que divulgam o agigantamento do débito socioeconômico das nações pelo sistema do mercado bancário de reserva fracionada, como William T. Still e Peter Joseph, e alguns ideólogos que sustentam a radicalidade como instrumento necessário para o enfrentamento político, como Russel Jacoby e Hakim Bey. Ao avaliar como Madison retoma uma fala sobre a sua identidade e a função da imagem do inferno no mundo contemporâneo, verificar-se-á o paralelismo de como a personagem pode modificar seu condicionamento identitário no próprio inferno e de como o inferno pode ser interpretado como força internalizada que falsifica a vontade e que precisa ser denunciada e combatida.
RESUMO:O estudo aborda três narrativas científicas sobre a recente crise econômica mundial com o intuito de reconhecer a importância das figuras de linguagem ou da própria narração literária como recurso a reforçar as teses econômicas discutidas. Os exemplos apresentados são: a) a alegoria dos cisnes negros, de Nassim Nicholas Taleb; b) a contaminação metonímica da crise econômica antevista por Hyman P. Minsky; e c) a tradução hiperbólica da teoria do estoque monetário, por William T. Still e Peter Joseph. A relevância de investigar tais narrativas dá-se pelo fato de se constituírem como versões de partida bastante recorrentes para a compreensão sobre o colapso financeiro de 2008 nos meios acadêmicos ou nos meios de ativismo econômico mais radical. O objetivo do artigo dedicase a analisar esses discursos econômicos observando-se a figura de linguagem como um recurso a estabelecer a composição do argumento e a ampliar o poder de persuasão de tais discursos. Ao se basear nos estudos de Fiorin (1998 e 2016), Jakobson (2003), Kothe (1986) e Perelman e OlbrechtsTyteca (2005), o artigo aponta como as estratégias da retórica são importantes para a construção do saber na área da Economia. Palavras-chave: Figuras de Retórica e Economia. Crise Econômica. Linguagem Literária na Economia. ABSTRACT:The study approaches three scientific narratives about the recent global economic crisis in order to recognize the importance of figure of speech or even the literary narration as a resource to strengthen the economic theses discussed. The examples provided are: a) the allegory of the black swans of Nassim Nicholas Taleb; b) the metonymic contamination of the economic crisis envisioned by Hyman P. Minsky; c) the hyperbolic translation of the theory of money supply , by William T. Still and Peter Joseph. The relevance in order to investigate such narratives is because they are versions in order for us to comprehend about the financial collapse in 2008 at academic settlement of most radical economic activism. The objective of this study is to analyze these economic discourses by observing the figure of speech as a resource to establish the composition of the argument and to extend the power of persuasion.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) Mandrake (1990), influenciada pela escola de Brandywine; a adaptação da Equipe East Press (2013), um mangá que demonstra um cuidado com a distribuição das personagens mudas em cena para afirmar uma pesquisa consistente do texto shakespeariano; a adaptação de Vieceli (2011), um mangá que se centra no vestuário para adotar uma atmosfera tecnológico-futurística, e a adaptação de Srbek e Shibao (2013), com foco maior nas posições corpóreas em cena.Palavras-chave: tradução intersemiótica; quadrinhos; Hamlet; Polônio. Abstract: The conceptions of the real counselor Polonius in four comic adaptations ofHamlet -Focusing on the figure of the royal counselor of the play Hamlet by Shakespeare, the study will present changes in versions of four Comics on reworking the character Polonius: the adaptation of Grant and Mandrake (1990), influenced by the school of Brandywine; the adaptation of the East Press Team (2013), a manga that demonstrates an attention on the distribution of the mute characters in scene to assert a consistent search for the Shakespearean text; the adaptation of Vieceli (2011), a manga that focuses on clothing to incorporate a technological-futuristic atmosphere, and the adaptation of Srbek and Shibao (2013), with a greater focus on bodily positions on the scene.Keywords: intersemiotic translation; comics; Hamlet; Polonius. IntroduçãoA tradução intersemiótica de uma personagem do gênero dramático para os quadrinhos parece ser facilitada pela realização do texto teatral em cena. No palco,
RESUMO Elaborar um conceito convincente para o personagem Polônio, o conselheiro real da peça Hamlet, de Shakespeare, e sustentá-lo em forma de desenho e com a tipologia dos balões deve ser inicialmente encarado como uma tarefa árdua, na qual se mesclam a propriedade de condensar as múltiplas impressões do estudo da fortuna crítica da peça e a interpretação do texto original em quadros estáticos e sequenciais. O estudo do conceito de um personagem de texto dramático nessas condições de proliferação crítica e em meio à frequente remontagem e releitura da peça é, por si mesmo, uma atividade desgastante e demorada. No caso da tradução intersemiótica para os quadrinhos, escolhas cruciais precisam ser feitas para que o princípio de economia de quadros e de falas possa ser respeitado sem que isso prejudique o enredo ou a concepção básica dos personagens. O estudo investiga as adaptações para os quadrinhos da peça shakespeariana realizadas por Grant e Mandrake, por Vieceli, pela East Press e por Srbek e Shibao, com o intuito de comparar a seleção de informações textuais e extratextuais, o corte de passagens ou o estabelecimento de acréscimos que forjaram, eliminaram ou destacaram determinados aspectos do conselheiro Polônio e sua função de subordinado.
Clube da luta 2, de Palahniuk e ilustração de Stewart, dá continuidade, em quadrinhos ao romance Clube da luta. O objetivo deste trabalho é estudar, comparativamente, as diferenças entre a origem e o desenvolvimento do grupo, apresentado nas duas obras. Para fundamentar a pesquisa, têm-se: Eisner (2010 e 2005), McCloud (1995 e 2006), Bey (2001 e 2007), Prado (2016). Assim, o que outrora era uma possibilidade de reivindicação do poder individual, no romance, transforma-se em um espaço de opressão, nos quadrinhos. REFERÊNCIAS ARQUITETURA da destruição. Direção: Peter Cohen. Suécia, 1989. (110 min.). Son, Color. BAKAN, J. A Corporação: busca patológica por lucro e poder. Trad. Camila Werner. São Paulo: Novo Conceito, 2008. BAUMAN, Z. Vida para o Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. BEY, H. TAZ: zona autônoma temporária. Trad. Renato Rezende e Patrícia Decia. São Paulo: Conrad do Brasil, 2001. BEY, H. et al. Terrorismo poético (TP). In.: BEY, H. Caos; Terrorismo Poético e Outros Crimes Exemplares. Trad. Patricia Decia e Renato Resende. 2007. Disponível em: <http://catarse.co.nr/hakimbey/>. Acesso em: 30 out. 2016. EISNER, W. Narrativas Gráficas. Trad. Leandro Luigi Del Manto. São Paulo: Devir, 2005. EISNER, W. Quadrinhos e Arte Sequencial: princípios e práticas do lendário cartunista. Trad. Luís Carlos Borges e Alexandre Boide. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. LANG, C. E.; BARBOSA, J. F.; CASELLI, F. R. B. A geração criada por mulheres: o pai e o masculino no Clube da luta. Revista Mal-estar e Subjetividade. Fortaleza, v. 11, n. 2, p. 843-870, jun. 2011. MCCLOUD, S. Desvendando os Quadrinhos. Trad. Helcio de Carvalho e Marisa do Nascimento Paro. São Paulo: M. Books do Brasil, 2005. MCCLOUD, S. Reinventando os Quadrinhos. Trad. Roger Maioli. São Paulo: M. Books do Brasil, 2006. PALAHNIUK, C. Clube da Luta. Trad. Cassius Medauar. São Paulo: LeYa, 2012. PALAHNIUK, C. Clube da Luta 2. Ilustração de Cameron Stewart. Trad. Érico Assis. São Paulo: LeYa, 2016.
Apesar de ser mais conhecido em sua face de ciclo de palestras, o projeto “A Vez da Palavra” sempre se ocupou da sistematização, tratamento, apropriação de fontes primárias relacionadas às investigações, prioritariamente, de membros do grupo de pesquisa CLIC (Crítica Literária e Identidade Cultural). Desde seu início, em 2005, e sua retomada em 2020, o “A Vez da Palavra”, agora já o número sete, mantêm relação direta com projetos de pesquisas. Hoje, além das inciativas de outros pesquisadores, que publicam neste livro, vale ressaltar resultados dos projetos de pesquisa “Xangô, a corte de orixás, inquices e vodus: experiências poéticas e narrativas” e “Baianidades: literatura, identidade, memória, história”, tal como o artigo “Oxum Abalô”, que tem entre os autores a recém-graduada Taísa Maria Souza, a qual até agosto de 2022 foi minha bolsista Iniciação Científica, além do texto que assino individualmente. Cumprindo com a meta de ampliar o leque de publicações e par- ticipações, mas sempre se mantendo nas humanidades e também sob a perspectiva de contribuir com a formação de professores, de leitores, organizamos este livro em duas partes. Abrimos com os artigos da área de Educação. São cinco produções que nos dizem sobre contação de histórias, EJA (Educação de Jovens e Adultos), tecnologias digitais na aprendizagem e itinerâncias de professoras normalistas. Em Letras e Linguística, apesar de predominarem artigos dos estudos literários em suas diversidades, um deles entre os sete, possui um atento olhar para as línguas clássicas. A partir dos estudos literários, poderemos ler aqui relações com a economia, importantes informações sobre o modernis- mo baiano, aspectos da mitologia afro-brasileira na literatura de Jorge Amado, Zora Seljan dentre outras questões identitárias. Ao fim e ao cabo — expressão pouco utilizada por mim — devo dizer que o “7o A Vez da Palavra” entrega a pesquisadores e estudantes das Letras, Pedagogia e também a professores em todos os níveis, atentos olhares necessários ao bom fazer acadêmico e educacional. É importante ressaltar que neste livro não se trata de anais oriundos de ciclo de palestras, mas, como já dito aqui, são doze textos de resultados de pesquisas de vários grupos que interessam a quem se ocupa dos ofícios de ensinar e aprender em seus diversos níveis.
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