As reformas curriculares e a mudança do perfil na formação de profissionais da saúde apresentam muitos desafios. O objetivo deste estudo foi caracterizar as necessidades educacionais em saúde percebidas e representadas pelos profissionais de nível superior que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Fortaleza/CE, recém-aprovados em concurso de âmbito municipal. Trata-se de um estudo descritivo com duas etapas. Um estudo transversal em 2006 com aplicação de inquérito para aferição das necessidades de Educação em Saúde, e a segunda etapa em 2011 com a análise documental sobre as ações realizadas para educação permanente dos profissionais da rede municipal de saúde pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza. O instrumento utilizado para coleta dos dados foi um questionário semiestruturado, aplicado a profissionais médicos, enfermeiros e odontólogos. Do universo de 900 profissionais recém-concursados, nossa amostra de conveniência contou com 375 respondentes. Observou-se, no estudo, que, quanto ao desejo de realização de pós-graduação, o mestrado profissional, a residência em medicina de família e comunidade, a residência multiprofissional em saúde da família, que são modalidades de pós-graduação que ocorrem em serviço, são necessidades manifestadas por significativa parte dos profissionais. Por outro lado, profissionais também assinalaram a necessidade de cursos de 40 horas de forma pontual. A educação permanente é apontada pela literatura e pelo atual estudo como um caminho para melhoria na qualidade da ESF, por centrar nos processos de trabalho a construção do processo educativo. Para a educação em Saúde gerar efetivos processos de reflexão-ação-reflexão no cotidiano de trabalho, deve-se promover a ligação política com a mudança da formação de perfil profissional e, para isso, colocar em evidência as necessidades educacionais dos profissionais é fundamental.
Introdução: A visita domiciliar permite ao profissional de saúde romper com o modelo centrado na doença, voltando-se para uma abordagem centrada no indivíduo. No entanto, observa-se uma grande deficiência na organização e gestão destas, o que muitas vezes dificulta a priorização mais adequada destes pacientes. Objetivo: Apresentar a experiência de uma equipe ao utilizar uma nova ferramenta para avaliação e classificação de risco que visa otimizar a gestão da agenda das visitas domiciliares. Métodos: Trata-se de um relato de experiência de uma equipe de saúde da família, na periferia de uma capital no Nordeste do Brasil, que aplicou esta ferramenta aos pacientes de visita domiciliar entre os meses de junho e novembro de 2017. Resultados: Os dados coletados foram analisados, sendo possível classificar os pacientes quanto ao risco e vulnerabilidade. Esta ferramenta favoreceu o fortalecimento e estruturação do registro, planejamento, avaliação e monitoramento das visitas realizadas nos território. Além disso, deve ser ressaltada sua fácil aplicação e a reprodutibilidade em diferentes cenários da atenção primária. Conclusão: O uso de instrumentos adequados permite identificar pacientes em situação de risco e vulnerabilidade, além de possibilitar a organização da agenda, a identificação das necessidades das pessoas, o acompanhamento das doenças crônicas, propor estratégias, e planejar intervenções futuras.
É atribuição da Atenção Primária á Saúde e da Estratégia de Saúde da Família (ESF) atuar na promoção e na manutenção do estado de saúde da população infantil por meio do atendimento e acompanhamento integrais. Para a atuação das equipes de saúde é fundamental a análise de saúde das populações cobertas. Para esse fim o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) é instrumento de valor inestimável. O objetivo deste estudo foi demonstrar a sensibilidade no diagnóstico da desnutrição protéico-calórica realizado pelas equipes de Saúde da Família, quando são utilizados apenas dados primários como instrumentos de busca da adequação e posterior informação destes, via SIAB, e por meio da busca ativa de crianças de 0 a 23 meses e 29 dias e obtenção de seus dados antropométricos delas. Trata-se de estudo seccional, realizado no município de Patos de Minas (MG), de janeiro a abril de 2005. As prevalências de desnutrição protéico-calórica informadas no SIAB foram 2,35% e 2,5%, nas equipes A e B, respectivamente. As prevalências de desnutrição encontradas a partir da busca ativa, dos dados antropométricos e do cálculo dos índices peso-idade foram 14,12% e 13,75% nas equipes A e B, respectivamente. Essas foram superiores à prevalência descrita pela Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, cuja prevalência foi 5,7%. As prevalências de desnutrição protéico-calórica com base no índice peso-idade, mediante exclusivamente a utilização do SIAB como fonte de dados, levam ao subdiagnóstico do problema. Tratando-se o SIAB de um sistema de informação “territorializado”, cujos dados possibilitam a construção de indicadores populacionais referentes a áreas de abrangência bem-delimitadas, propomos a avaliação crítica e constante desses dados.
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