Empowerment is a process whereby people achieve mastery over their lives, acquiring knowledge to make decisions about their health. Chronic diseases are increasingly common in the health service, requiring the attention of health professionals and empowering those affected by them. The scope of this study was to analyze the perceptions of users with chronic diseases and monitored by the Family Health Program with respect to empowerment. This was a qualitative study in which open interviews and systematic observations were conducted and NVIVO software was used for data analysis. Users indicate the existence of some geographical barriers in access to health, which caused fatigue, discouragement and low continuity of care. It was noted that adherence and practices of care were linked to differentiated service, based on trust and respect for the wishes of users. This includes healthcare guidance and education as key elements to encourage the practice of self-care. It is necessary to restructure the conduct of health professionals involved in the Family Health Strategy because its function is to promote health in a logical intersectoral and interdisciplinary manner.
As reformas curriculares e a mudança do perfil na formação de profissionais da saúde apresentam muitos desafios. O objetivo deste estudo foi caracterizar as necessidades educacionais em saúde percebidas e representadas pelos profissionais de nível superior que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Fortaleza/CE, recém-aprovados em concurso de âmbito municipal. Trata-se de um estudo descritivo com duas etapas. Um estudo transversal em 2006 com aplicação de inquérito para aferição das necessidades de Educação em Saúde, e a segunda etapa em 2011 com a análise documental sobre as ações realizadas para educação permanente dos profissionais da rede municipal de saúde pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza. O instrumento utilizado para coleta dos dados foi um questionário semiestruturado, aplicado a profissionais médicos, enfermeiros e odontólogos. Do universo de 900 profissionais recém-concursados, nossa amostra de conveniência contou com 375 respondentes. Observou-se, no estudo, que, quanto ao desejo de realização de pós-graduação, o mestrado profissional, a residência em medicina de família e comunidade, a residência multiprofissional em saúde da família, que são modalidades de pós-graduação que ocorrem em serviço, são necessidades manifestadas por significativa parte dos profissionais. Por outro lado, profissionais também assinalaram a necessidade de cursos de 40 horas de forma pontual. A educação permanente é apontada pela literatura e pelo atual estudo como um caminho para melhoria na qualidade da ESF, por centrar nos processos de trabalho a construção do processo educativo. Para a educação em Saúde gerar efetivos processos de reflexão-ação-reflexão no cotidiano de trabalho, deve-se promover a ligação política com a mudança da formação de perfil profissional e, para isso, colocar em evidência as necessidades educacionais dos profissionais é fundamental.
Este estudo tem como objetivo descrever a organização do processo de trabalho na atenção primária como uma ferramenta de cuidado para os pacientes com suspeita de dengue. A situação de epidemias, em 2011 e 2012, impôs a execução do plano de contingência da dengue, elaborado de forma participativa com Equipes de Saúde da Família. As ações organizadas foram: qualificação dos profissionais, organização do serviço e monitoramento dos casos de dengue. A unidade atuou como a principal porta de entrada para a população. Foram notificados, respectivamente, 677 e 1081 casos em 2011 e 2012, sem o registro de óbitos. Implantar essas ferramentas no âmbito do serviço público constitui-se em um desafio.
Introdução: A gravidez na adolescência tem ainda alta incidência no Brasil, mesmo após grande redução nas últimas décadas, e pode estar relacionada a situações de vulnerabilidade social e de violência doméstica. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é fundamental na atenção à saúde do adolescente, entretanto tem se mostrado pouco atuante no enfrentamento das violências nessa faixa etária. Objetivo: Este estudo objetivou identificar as características socioeconômicas, obstétricas e neonatais das jovens com histórico de gravidez na adolescência e analisar possíveis associações com a ocorrência de violência doméstica. Metodologia: Trata-se de estudo transversal, com entrevista de 100 adolescentes entre 13 e 19 anos com histórico de gravidez, em 2018. As jovens eram acompanhadas por unidade de saúde de bairro pobre de Fortaleza. Foram realizados teste qui-quadrado (χ2) e Odds Ratio (OR) na análise. Foi aplicado questionário com 57 questões e as variáveis analisadas foram as relacionadas ao perfil sociodemográfico, ao seguimento do pré-natal, ao nascimento da criança e à exposição à violência doméstica durante a gestação. Resultados: A idade média das entrevistadas foi 17,5 anos (dp=1,65). A renda familiar média foi 1,18 (dp=0,83), 91% eram negras ou pardas, 57% estavam em união consensual e 18% tinham emprego. Com relação à escolaridade, 71% haviam interrompido os estudos, sendo que 46,5% delas o fez antes da primeira gravidez e 35,2% pararam de estudar depois de engravidar. No seguimento de pré-natal, 96,3% realizaram pelo menos uma consulta, 62,1% iniciaram no primeiro trimestre e 69,1% realizaram 6 ou mais consultas. Dentre as crianças, 7,6% e 6,4% nasceram prematuras e com baixo peso respectivamente. A porcentagem de violência doméstica foi 26% e o principal agressor foi o companheiro. Sofrer violência doméstica teve associação estatisticamente significativa com baixa escolaridade (OR 4,06; IC95% 1,27-12,97), menor idade materna (OR 4,2; IC95% 1,43-12,32) e “história de internação de recém-nascido” (OR 3,83; IC95% 1,34-10,95). Conclusão: As mães adolescentes estavam inseridas em contexto de vulnerabilidade social e parte considerável foi vítima de violência durante a gestação, situação associada à baixa escolaridade e menor idade da adolescente. As consequências negativas para saúde do recém-nascido foram mais frequentes em situações de violência. Notou-se que as adolescentes tiveram boa frequência no pré-natal e isso pode ter influenciado positivamente os desfechos obstétricos e neonatais. A gestação é, muitas vezes, o primeiro contato dessa jovem com o serviço de saúde e acesso à assistência pré-natal na ESF pode reduzir complicações materno-infantis e auxiliar na identificação da violência doméstica.
Objetivo: analisar a prática dos profissionais da estratégia saúde da família no cuidado com a saúde mental de pacientes que utilizam benzodiazepínicos. Método: estudo exploratório, qualitativo, com o uso de entrevistas semiestruturadas e realizado em município do interior do estado do Ceará, Brasil, tratado pela técnica de análise de conteúdo. Resultados: participaram dez profissionais da Estratégia Saúde da Família, sendo quatro ACS, quatro enfermeiros e dois médicos com tempo de atuação variando entre um ano e nove meses a 28 anos, apresentando um tempo médio no trabalho de 10 anos. Destes, oito possuíam nível superior e dois, nível médio. Duas categorias emergiram: o cuidado medicalizador e o cuidado desarticulado para o desmame de benzodiazepínicos. Verificou-se na prática dos profissionais com usuários o uso indiscriminado de benzodiazepínicos, dificuldades na adesão e seguimento do cuidado, impotência no manejo do uso crônico e ações em saúde desarticuladas. Conclusão: depreende-se a necessidade de reorientação das práticas em saúde e empoderamento dos profissionais para sua atuação. O cuidado em saúde mental deve ser articulado com usuário e família e os vários serviços de forma integrada para melhor qualidade de vida e assistência.
Introdução A pandemia de COVID-19 representa o maior desafio de saúde pública do último século. A atenção primária à saúde (APS) deve ser a porta de entrada dos usuários. A detecção precoce dos casos suspeitos, seguidos de medidas de isolamento e monitoramento, são fundamentais para o controle. Os métodos diagnósticos específicos costumam ser pouco acessíveis, com resultados demorados. Existem poucos estudos avaliando a acurácia do diagnóstico clínico na APS. O estudo objetiva identificar na primeira semana de sintomas as características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais preditoras do diagnóstico de COVID-19. Método Dados preliminares de coorte prospectiva iniciada em março/2021 em unidade de APS, envolvendo indivíduos com idade mínima de 18 anos, com até 7 dias de sintomas sugestivos de COVID-19. Variáveis epidemiológicas, clínicas e laboratoriais foram obtidas no recrutamento. Diagnóstico determinado pela detecção do SARS-CoV-2 (RT-PCR) em amostra de swab nasofaríngeo. Resultados Até setembro de 2021 foram incluídos 112 participantes com idade de 39 (IIQ: 29,6-48,6) anos, sendo 69 (65,2%) do sexo feminino. Foi diagnosticado COVID-19 em 36 (32,1%) indivíduos. As características epidemiológicas associadas com o diagnóstico de COVID-19 foram escolaridade (p = 0,002) e tabagismo (RR 1,42; IC 95% 1,13-1,80). As variáveis clínicas associadas com o diagnóstico foram a presença dos critérios da OMS I (febre e tosse) (1,97; 1,18-3,29) e III (anosmia ou disgeusia) (2,14;1,26-3,55), além de artralgia (1,86; 1,08-3,23), anosmia (2,22; 1,34-3,66) e disgeusia (2,07; 1,25-3,48). Curiosamente, os níveis séricos de creatinofosfoquinase (CPK) esteve inversamente associado ao diagnóstico (p = 0,022). Indivíduos com diagnóstico confirmado tiveram maior probabilidade de hipoxemia (p = 0,006) e necessidade de suplementação de O2 nos 28 dias de seguimento (p = 0,035). O diagnóstico clínico-epidemiológico mostrou baixa capacidade de identificar os casos de COVID-19, reforçando a importância do acesso aos métodos diagnósticos na APS. Estudos realizados na APS poderão desenvolver conhecimento que permita otimizar as medidas de vigilância e assistência, favorecendo o controle da pandemia. Conclusão As variáveis preditoras mais úteis no diagnóstico de COVID-19 foram os critérios diagnósticos da OMS, a presença de artralgia, anosmia e disgeusia, além de níveis mais baixos da enzima CPK. Estudos mais aprofundados são necessários para aprimorar o enfrentamento da pandemia na APS.
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