A criação do Ciência sem Fronteiras (CsF), programa federal que tinha por objetivo qualificar a ciência nacional por meio da mobilidade estudantil, trouxe à tona a baixa proficiência em língua estrangeira dos alunos brasileiros. Na tentativa de remediar a questão e direcionar os intercâmbios para universidades em países anglófonos - tidas como as melhores universidades do mundo - o governo federal criou o Inglês sem Fronteiras (IsF). Criado em 2012, o programa foi pensado a partir de três ações principais: aplicação de testes de proficiência para que os alunos tivessem conhecimento de sua proficiência na língua inglesa, oferecimento de cursos presenciais voltados aos mais proficientes e curso online voltado àqueles menos proficientes. Diante disto, o presente artigo traz os principais resultados de uma pesquisa que analisou a proposta e a dinâmica dos cursos propostos pelo IsF com o intuito de compreender como o programa se configurava. Por meio da aplicação de um questionário semiaberto (perguntas fechadas e abertas) sobre o funcionamento do programa, foi possível inferir como os cursos funcionam na prática e suas principais dificuldades diante do cenário de ensino de inglês no Brasil, assim como o lugar político-social em que o programa se inseriu em face dos desafios propostos pela agenda e interesses do CsF e pelos rumos da internacionalização da educação superior no mundo.
Introdução Introdução Introdução Introdução IntroduçãoNa análise que se seguirá, observamos que o corpo feminino aparece como um instrumento bastante utilizado como forma de chamar a atenção para causas que mesclam questões políticas locais e globais com o fato de ser mulher no mundo contemporâneo. Esta relação entre o corpo feminino e os atos de resistência não é casual, pois há alguns fatores que aproximam essas duas instâncias, como nos coloca Marvin Carlson (2009). Segundo o autor, a performance política que aparece a partir dos anos 60, nos EUA, vai ter grande participação de mulheres interessadas pelas estratégias oferecidas pela performance e o teatro de rua. Ele investiga os sentidos que podem ser extraídos da posição da mulher na performance e mostra que há uma condição essencial nela mesma, que é a tentativa de quebrar a narrativa social patriarcal em que o homem é sempre visto como sujeito e a mulher como objeto, ou, ainda, um ser passivo ou coadjuvante (relação dicotômica). Fazendo referência à pensadora Júlia Kristeva, o autor vai dizer que:740 Estudos Feministas, Florianópolis, 24(3): 739-759, setembro-dezembro/2016 TARCISIO TORRES SILVA A performance física tem oferecido uma possibilidade para as mulheres escaparem do que Kristeva chamou de linguagem discursiva lógica e "simbólica" do pai para a linguagem poética, física e "semiótica" da mãe. A utilização do corpo na performance pode, assim, fornecer uma alternativa para a própria ordem simbólica da linguagem que, segundo muitas teóricas feministas afirmam, não fornece abertura para a representação da mulher (CARLSON, 2009, p. 191-192).Há, portanto, uma linha discursiva que une os exemplos que iremos abordar abaixo com a própria história da performance e do feminismo. Não é nosso intuito nos aprofundarmos sobre os diversos lados desse debate, pois se trata de um tema complexo e que merece o cuidado necessário quando abordado academicamente. Porém, vale ressaltar que lá, como agora, a estratégia do uso do corpo feminino não era um consenso entre as feministas.A discussão proposta por Carlson (2009) mostra que havia uma preocupação se a exploração desse corpo poderia, na verdade, reforçar as categorias de representação já presentes na sociedade. Como mostra Lucila Scavone (2004), as bandeiras levantadas pelo feminismo ao longo das últimas décadas direcionam-se a desbancar teorias biodeterministas que tratam da desigualdade entre os sexos a partir da sua própria natureza, desconsiderando os fatores socioculturais que ocasionam as reais condições de opressão. Assim, o corpo performático feminino aparece dentro de um esforço de causar curtos-circuitos que o retiram da lógica dicotômica, biodeterminada, para criar novas formas de ser, sentir e representar.Os três casos que iremos abordar -as fotografias da egípcia Aliaa Magda Elmahdy, e as ações dos grupos Pussy Riot (Rússia) e o Femen (Ucrânia) -são exemplos de performances femininas que fizeram uso de mídias digitais como parte de suas estratégias. Veremos que estes exemplos politizam o corpo femin...
Neste trabalho, propomos uma abordagem teórica sobre os efeitos políticos do sentido do tato/háptico, de forma a entender em que medida a intensificação da experiência háptica contemporânea colabora para criar proximidade e engajamento entre indivíduos, sobrecarregados pelo excesso de informação visual oferecido por múltiplas mídias. Ao final, utilizamos a obra do artista brasileiro Rodrigo Braga, para exemplificar o uso político do sentido háptico na contemporaneidade.
Resumo: Com a imersão cada vez maior de usuários em ambientes interativos, propiciada pela popularização das tecnologias, outras formas de interação aparecem com a proliferação de novas ferramentas. Dentre elas, são destacados aqui os weblogs (diários virtuais) e suas recentes extensões hipermídia. Essas páginas individuais têm ampliado os modos como se expressam experiências em primeira pessoa, tradicionalmente objeto de estudo da literatura e que agora ganha novos sentidos dentro da rede.Para introduzir a questão da exposição do indivíduo como um todo, escolhi começar falando de um movimento paralelo ao da Internet, mas que se mostra também bastante forte e que influencia, como inspiração e referência, o que se passa dentro da rede. Falo de um movimento literário, visível com relançamentos recentes e recordes em vendagem, que trata de obras que têm em comum a narrativa em primeira pessoa, muitas das quais autobiográficas.Essas narrativas são motivo de interesse de uma gama enorme de leitores já há bastante tempo. São autores que se expõem deliberadamente nas suas obras, vivendo a experiência de tornar público o seu cotidiano, seja ele banal ou não. Dentre eles, cito alguns que voltaram ou estão em moda não só no Brasil como também no exterior.logs e o crescimento das trocas simbólicas na rede B Tarcisio Torres SilvaBacharel em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda pela ESPM/São Paulo e em Ciências Sociais pela USP. Aluno do curso de pós-graduação em artes da UNICAMP, professor universitário e membro da agência de notícias do I Encontro Internacional para o Estudo da Semiosfera (PUC-SP/Belas Artes). tartorres@gmail .com; http://tartorres.weblogger.com 1 As narrativas autobiográficas em primeira pessoa 1 Palavras-chave: Blog, interação, subjetividade. 1Abstract: As the immersion of users in interactive environments has grown bigger, given the popularization of technologies, other ways of interaction appear with the spreading of new tools. Among them, it is highlighted here the weblogs (virtual journals) and their recent hypermedia extensions. These individual web pages have amplified the ways how one expresses experiences in first person, traditionally literature study field and that now gains new meanings inside the web.Key words: Blog, interaction, subjectivity. Dois primeiros exemplos são do pós-guerra e relatam experiências juvenis. O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, conta a história do jovem de 16 anos Holden Caulifield, que é expulso da escola e passa alguns dias perambulando pelas ruas antes de voltar para a casa dos pais, envolvendo-se com sexo, drogas e encrencas. O autor usa de gírias e uma linguagem juvenil até então pouco explorada pela literatura. O sucesso do livro pode ser descrito numa fala do personagem que diz que é difícil um livro que, quando se acaba de ler, dá vontade de ficar amigo do autor, para poder telefonar pra ele toda vez que se quiser. A leitura de O Apanhador causa essa estranha identificação, tão bem colocada, que traz o personagem pra muito...
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