No ano 2000, foram estabelecidos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que tiveram como quarta meta a redução da mortalidade na infância (em menores de 5 anos). Desde 2010, o Brasil alcançou a meta proposta. O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento da mortalidade na infância e a correlação com os indicadores assistenciais, socioeconômicos e sanitários das regiões brasileiras que contribuíram para o país atingir os ODM. Trata-se de um estudo ecológico, com o uso de dados secundários do Brasil, por Regiões Intermediárias de Articulação Urbana (RIAU), no período de 2001 a 2017. Foram realizadas análises de tendência por meio do joinpoint e modelos de regressão linear múltipla. Constatou-se uma tendência de redução da taxa de mortalidade em menores de 5 anos nos períodos estudados, com maior inflexão estatisticamente significativa entre os anos de 2001 a 2010 (AAPC = -3,95; IC95%: -4,3; -3,6), com menores valores de 2011 a 2015 (AAPC = -2,35; IC95%: -3,7; -1,0) e estabilização em 2016 e 2017 (AAPC = -0,07; ICC = -4,2; +4,3). A baixa renda (extrema pobreza) das famílias das crianças e a ausência de escolaridade feminina foram as variáveis que mais se correlacionaram com a taxa da mortalidade na infância (r = 0,649, p < 0,001 e r = 0,640, p < 0,001, respectivamente). O cumprimento da quarta meta dos ODM pelo Brasil fez com que o país alcançasse um evidente progresso na redução da taxa de mortalidade na infância, porém percebe-se uma possibilidade de estabilização nesta taxa nos últimos anos. Por outro lado, indicadores sociais e ações assistenciais de saúde foram de grande importância nessa redução, constituindo um desafio ao país a manutenção e evolução das políticas públicas.
Resumo Objetivou-se analisar o perfil das teses e dissertações sobre travestilidade, transexualidade e saúde nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu do Brasil, por meio de um estudo fundamentado no referencial teórico-metodológico da análise bibliométrica. Os 65 trabalhos selecionados foram extraídos do Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Constata-se que a maioria das produções são dissertações (82%) advindas dos Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (27%) e de Instituições Federais de Educação Superior (65%), localizadas nas regiões Sul e Sudeste (70%). A abordagem qualitativa foi a mais utilizada (82%) e o processo transexualizador no Sistema Único de Saúde foi o tema predominante (35%). O estudo revelou que as teses e dissertações brasileiras sobre a tríade travestilidade-transexualidade-saúde estão em ascensão nos últimos vinte anos, com diminuição no enfoque no adoecimento das travestis e de transexuais e aumento do foco nos aspectos sociais, organizacionais e políticos que interferem no acesso dessas pessoas aos serviços de saúde. Ainda assim, é preciso expandir as pesquisas sobre a temática para as demais regiões do país, impactando positivamente na produção científica e em um sistema de saúde mais equânime e universal.
INTRODUÇÃO: Os Programas de Residência Multiprofissional em Saúde (PRMS) configuram-se como estratégia para a formação de força de trabalho para o Sistema Único de Saúde (SUS). OBJETIVO: Investigar a proporção de egressos de PRMS voltados à Atenção Primária à Saúde (APS) inseridos no SUS e fatores associados. MÉTODOS: Trata-se de um estudo seccional desenvolvido com egressos de PRMS voltados à APS de todo o Brasil, referente ao período de 2015 a 2019. Os participantes responderam a um questionário on-line com informações pessoais gerais, inserção na pós-graduação stricto sensu, no mercado de trabalho e especificamente no SUS. Foram aplicados o teste qui-quadrado de Pearson, para análises bivariadas, e Regressão de Poisson, para a análise múltipla. RESULTADOS: Participaram do estudo 365 egressos de Programas de todas as regiões brasileiras. Destes, 80,2% relataram inserção no mercado de trabalho e 47,9% informaram estar trabalhando no SUS. A inserção no SUS esteve associada às profissões que compõem a Equipe de Referência para a APS (RP = 1,87; IC95% 1,54–2,28) e à não inserção em programas de pós-graduação stricto sensu (RP = 0,77; IC95% 0,61–0,97). Quanto às características de inserção, prevaleceram o cenário da APS (47,4%) e o trabalho voltado à atenção à saúde (84,9%). Quase 40% dos egressos inseridos no SUS estão trabalhando por intermédio de vínculos instáveis, além de frequente não valorização do título da residência no recrutamento (56,9%). Entre os inseridos no SUS, 8,7% relataram terem sido selecionados para o enfrentamento da pandemia de covid-19. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo reforçaram a necessidade de política de incentivo à manutenção, criação e valorização dos PRMS e alertaram para possível aumento da dificuldade de inserção das categorias profissionais, frente ao cenário de desfinanciamento da saúde.
Resumo Este estudo tem como objetivo investigar a formação de profissionais de saúde em programas de Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) direcionados à atenção básica no Brasil. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura conduzida nas bases de dados SciELO, BVS e PubMed no ano de 2019, registrada sob número CRD42019134350. A busca ocorreu utilizando descritores relacionados à RMS e à atenção básica, sendo incluídas pesquisas empíricas sobre o tema sem alto risco de viés. Dos 700 registros recuperados no processo de busca, 13 artigos foram incluídos na revisão. Todos os estudos apresentaram abordagem qualitativa, predominando estudos realizados no estado de São Paulo e com baixo risco de viés (69%). Os principais resultados foram categorizados em: contribuição de dispositivos para a formação pelo trabalho; estratégias balizadoras da formação; potencialidades da residência para a formação em saúde; e dificuldades experienciadas no processo de formação. A formação nos programas estudados tem proporcionado um novo perfil de profissional de saúde, apesar das limitações vivenciadas no processo. Torna-se necessário investimento na qualificação dos atores envolvidos na formação, uma vez que essa foi uma das principais dificuldades relatadas.
Background At the global level, transgender people (transvestites and transsexuals) live in worse health and living conditions due to the stigma and violence they face, including within health services. In Brazil, the Unified Health System must offer comprehensive care to the population, regardless of social class and gender. The aim of this article is to establish a systematic review protocol to analyze how health care occurs for the transgender population in the Unified Health System. Methods This protocol was guided by PRISMA-P and the bases SCIELO, LILACS, BVS and PUBMED will be consulted. Empirical studies, with a qualitative or quantitative approach, that deal with health care for the transgender population in the Unified Health System, where the respondents are transgender people, health professionals or health managers, will be included in the systematic review. For the definition of the final sample, the articles will undergo an assessment of methodological quality and risk of bias, with the help of the critical assessment tools of the Joanna Briggs Institute, using a specific checklist for each type of study. The synthesis of the findings will be carried out through the formal narrative and the presentation of tables with summarized data, with the final writing of the review guided by PRISMA. Discussion Based on scientific evidence, it is intended to present an overview of health care for the transgender population in the Unified Health System. In addition, to point out possible strategies to qualify the political, organizational and attitudinal aspects related to health care for that population. Systematic review registration: PROSPERO CRD42020188719.
Neonatal screening is essential for child health and has the following purposes: (1) pulse oximetry screening to evaluate congenital heart diseases; (2) red reflex examination to investigate eye diseases; (3) newborn hearing screening test to evaluate congenital hearing diseases; (4) tongue test to evaluate the lingual frenulum and identify communication and feeding problems; (5) the Guthrie test to screen for metabolic diseases. This study investigated the prevalence of the five neonatal screening tests and its associated institutional and socio-cultural factors using a cross-sectional study with 415 mother and baby binomials from public maternity hospitals in Natal, RN, Brazil in 2019. Pearson’s chi-squared, Mann-Whitney and Poisson regression tests were used, with a significance of p ≤ 0.05 and a 95% confidence interval. The sample loss was 71 mothers (17%). The prevalence in the first week and at the end of 28 days was 93% and 99.5% (pulse oximetry screening), 60% and 97.6% (red reflex examination), 71.9% and 93.6% (Guthrie test), 35.5% and 68.2% (hearing screening test), and 19% and 48.9% (tongue test). Only 152 newborns (36.6%) underwent all five tests. The performance of the tests was associated in the final model (p ≤ 0.05) with the residence of the mothers in the state capital (PR = 1.36; 95% CI = 1.18–1.56) and the provision of guidance for mothers about the five tests in maternity hospitals (PR = 1.30; 95% CI = 1.08–1.67). None of the tests met full coverage, and regional inequities were identified indicating the need to restructure the institutions, training and qualification procedures to improve of the work processes and longitudinal care.
Introdução O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) faz parte da Política Pública que preconiza a promoção de alimentação saudável e restrição de alimentos ultraprocessados, tendo o nutricionista papel fundamental na garantia de suas diretrizes. A promoção de hábitos alimentares saudáveis em idade precoce (infância e adolescência) favorece a redução de DCNT na vida adulta, sendo a escola ambiente privilegiado para isto. Objetivo O objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade técnica, operacional e econômica da substituição dos sucos prontos servidos atualmente na alimentação escolar em uma escola pública federal por sucos naturais, com base nas diretrizes dispostas pela PNAE. Método Trata-se de um estudo de viabilidade realizado no Restaurante Universitário da Escola Agrícola de Jundiaí, vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foram analisadas três grandes variáveis: econômicas, que avaliam o custo para produção dos sucos; operacionais, que visam verificar os pontos mais relevantes a serem considerados para que se tenha efetividade de produção de sucos; e técnicas, que analisam a qualidade nutricional e sanitária dos sucos Resultados Para todas as variáveis estudadas a oferta do suco natural comparativamente ao suco industrializado se apresentou como melhor escolha. Economicamente o suco industrializado apresentou custo unitário maior que 200% em relação ao suco natural. Em relação a variável técnica, nutricionalmente o suco natural apresentou maior percentual de fibras, vitaminas e minerais, além de um menor teor de sódio. Não houve limitações estruturais, nem de equipamentos e utensílios ou mudanças significativas no fluxo de produção da unidade com a inserção do suco natural. Conclusões O estudo apoia a decisão do nutricionista, gestor desse processo, na viabilização da substituição na oferta do suco industrializado pelo natural, favorecendo a melhor utilização dos recursos públicos e a oferta de uma alimentação nutricionalmente mais adequada, contribuindo para efetivação do PNAE enquanto Politica Pública.
OBJECTIVE To describe feeding practices and the risk factors for the mixed breastfeeding and early weaning in the neonatal period. METHODS Cohort study, which we collected socioeconomic, demographic, health care and feeding data from 415 mother/child binomials born in four public maternity hospitals in Natal/Brazil. They were followed-up at 48 hours, 7 and 28 days after birth. The association was established using Pearson’s Chi-square test and Poisson’s regression, after adjusting it to other variables. RESULTS The prevalence of mixed breastfeeding in the first 2 days was 47,2% and early weaning in 7 and 28 days was 8,4% and 16,2% in that order. The main reasons for mixed breastfeeding and early weaning were: colostrum deficiency (33.8%), difficulty in latching/sucking (23.5%) and “little milk” (70.0%). The use of formula/milk/porridge remained associated with maternal age ≤ 20 years (RR = 0.64; 95%CI: 0.47–0.86), age 20–29 years (RR = 0,70; 95%CI: 0,57–0,87), primiparity (RR = 1.37; 95%CI: 1.11–1.60) and cesarean delivery (RR = 1.20; 95%CI: 1.00–1.45) at 2 days; absence of paternal support (RR = 4.98; 95%CI: 2.54–9.79) and pacifier use (RR = 3.21; 95%CI: 1.63–6.32) at 7 days; and only pacifier use (RR = 2.48; 95%CI: 1.53–4.02) at 28 days. CONCLUSIONS Early weaning was associated with maternal and health care factors, thus suggesting the need to readjust good practices and educational actions to achieve the exclusive offer to the maternal breast in the neonatal period.
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