Resumo: O objetivo do artigo é discutir os temas da brincadeira de papéis sociais na Educação Infantil, revelados por meio de análise conduzida com base nos estudos da Psicologia Histórico-Cultural. Para Elkonin, na idade pré-escolar a brincadeira atinge o auge de seu desenvolvimento, e se caracteriza pela criação de uma situação imaginária, pela presença de regras e de papéis sociais. Foram observadas situações de brincadeira de crianças de quatro anos e meio a cinco anos e meio em 11 escolas da rede municipal de uma cidade de médio porte do interior paulista. A partir do registro das observações, foram identificadas 27 cenas de brincadeira de papéis. A análise dos dados colhidos confirma a tese de Elkonin de que o desenvolvimento da brincadeira de papéis relaciona-se com o que a criança conhece de sua realidade, e indica a necessidade do estabelecimento de certas condições para que esse desenvolvimento ocorra na Educação Infantil. Nesse sentido, discute-se a necessidade de uma mediação do professor calcada na compreensão da riqueza de implicações que a brincadeira de papéis tem para a formação da pessoa. Palavras-chave: Educação Infantil. Brincadeira de Papéis. Psicologia Histórico-Cultural. Desenvolvimento infantil. Abstract:The goal of this paper is to identify themes of role play in Early Childhood Education. The analysis was based on studies of historical-cultural psychology. For Elkonin roleplay in preschool reaches its maximum development when children create an imaginary situation to interpret social roles oriented by rules. We observed role play situations with children from 4 ½ to 5 ½ years old in 11 municipal schools in a medium size city in the state of São Paulo. From the observations, we constructed 27 episodes of role play. The collected data analyses confirm Elkonin's thesis that role play development is related to the child social reality and indicate the necessity to establish certain conditions for this development in early childhood education. To overwhelm this condition, we argue that the teacher's mediation must be grounded on the understanding of the implications that role play has in the formation of children's personality.
Este artigo visibiliza a temática currículo nas creches e pré-escolas brasileiras, tendo como referência as proposições da Resolução CNE/CEB n. 5, de 17 de dezembro de 2009, e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEIs). Metodologicamente, exploramos ideias e conteúdos advindos de levantamento realizado via questionário a respeito do brincar antes e no período que as escolas estiveram fechadas devido a pandemia da COVID-19, respondido por docentes participantes de cursos de formação continuada e atualização oferecidos por duas universidades federais, buscando tanto conhecer quanto comunicar repertórios e criações em torno do brincar e da docência, como também identificar e problematizar desafios e contribuições que circunscrevem as práticas atuais, atentando aos marcadores da diferença.
O artigo é um estudo bibliográfico que analisa as teses centrais da Teoria Histórico-Cultural do Jogo desenvolvida por D.B. Elkonin e colaboradores. O objetivo é identificar elementos que possam subsidiar a organização da educação na infância tendo o jogo como atividade-guia. As teses configuram uma sólida teoria sobre o jogo infantil, apresentando como elementos originais a concepção histórica do surgimento do jogo e seu caráter social na ontogenia. Conclui-se que, para a Teoria Histórico-Cultural do Jogo, o eixo de uma educação na infância que leve em conta o jogo como atividade-guia deve incidir sobre a apresentação das várias esferas da vida social e do conteúdo das atividades humanas. Entende-se que o objetivo da intervenção pedagógica no jogo protagonizado é o desenvolvimento do papel social representado. Discute-se que o jogo protagonizado não deve se opor a outras atividades, tampouco deve ser considerado como atividade a preponderar sobre as demais.
RESUMO O artigo apresenta resultados de pesquisa de pós-doutoramento com objetivo de verificar se a apresentação de objetos sem significação lúdica específica articulada à retirada gradual de brinquedos cria uma circunstância em que o uso dos primeiros potencializa processos psicológicos em desenvolvimento na criança. O referencial teórico é a Psicologia Histórico-Cultural, mais precisamente a teoria de D. B. Elkonin sobre a brincadeira. A metodologia inspira-se na experimentação pedagógica: cria-se uma condição semelhante ao contexto pedagógico e realizam-se ações com vistas a conhecer seus efeitos. Participaram da pesquisa crianças entre 4 e 5 anos. Os resultados apontam que a retirada de brinquedos provoca a utilização de objetos sem significação específica e potencializa o uso da palavra nas situações nas quais a criança procura um objeto substituto para o brinquedo ausente. Essa ação da criança é indício que está dando passos rumo ao pensamento conceitual.
Este artigo apresenta uma revisão sistemática de literatura sobre currículo na Educação Infantil, com base em levantamentos realizados no Portal de Periódicos da Capes e nos Anais das Reuniões Nacionais da Associação Nacional de Pesquisa em Educação (ANPEd). O objetivo é elaborar um panorama da produção acadêmica sobre o assunto nos últimos cinco anos (2017-2022) para contribuir com a construção de problemas de estudo. Foram realizadas leituras exaustivas dos textos, acompanhadas de uma ficha com os seguintes índices: (i) temas e problemáticas de pesquisa; (ii) concepção de currículo; (iii) referencial teórico; e (iv) metodologia. Os resultados apontam que os problemas de pesquisa se referem às políticas e às práticas pedagógicas; que são utilizados referenciais teóricos de fora da pedagogia, como a filosofia, a sociologia e a política; e que, por fim, uma tendência é o uso de metodologias como a cartografia e a etnografia. Concluímos que, em comparação com os resultados de revisões de períodos anteriores, cresce o interesse sobre o currículo na Educação Infantil, e nesse contexto teorias críticas e pós-críticas de currículo podem auxiliar no aprofundamento do tema.
Entrevista com a professora doutora Suelly Amaral Mello sobre as linguagens expressivas das crianças pequenas.
O objetivo do artigo é verificar como um tipo de arranjo espacial na Educação Infantil, os cenários para brincar, impacta a brincadeira. A análise foi conduzida com base nos estudos da Psicologia Histórico-Cultural sobre a brincadeira. Para essa teoria a brincadeira é atividade guia do desenvolvimento da criança pré-escolar e, quanto mais a criança conhece sobre o mundo e as relações entre as pessoas, mais rica será a situação imaginária criada na brincadeira. Foram realizadas 12 sessões de brincadeira com crianças de cinco anos de uma escola pública de Educação Infantil, nas quais construímos, junto com elas, variados cenários para brincar. Os resultados indicam que os cenários se constituíram como apoio para a situação imaginária, permitindo o desenvolvimento de argumento, ampliando as ações e relações dos papéis interpretados na brincadeira.http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v26i2.3349
RESUMONa escola de Educação Infantil o fato da brincadeira acontecer em um coletivo de crianças, a torna mais rica, pois há múltiplas possibilidades para constituir e reconstituir os mais diversos vínculos entre os personagens. Cabe conhecer, nos grupos de crianças com idades diferentes, como crianças mais velhas podem afetar a brincadeira das mais novas. Observamos as brincadeiras em uma sala do Movimento Pedagógico da Escola Moderna Portuguesa (MEM) que acolhe crianças de dois a cinco anos. Para análise, tomando os papeis assumidos pelas crianças e suas ações como unidade de estudo da brincadeira, buscamos verificar se ocorrem transformações no que diz respeito à forma como as crianças mais novas interpretam os papéis. Constatamos que, na brincadeira com crianças mais velhas, as mais novas passam a assumir papéis e registramos também o aumento do número de ações na interpretação dos personagens da brincadeira. As mais novas tomam as mais velhas como modelos e passam a imitá-las o que nos remete ao conceito vigotskiano de zona de desenvolvimento próximo. Palavras-chave: Brincadeira. Educação Infantil. Psicologia Histórico-Cultural. ABSTRACTIn the school of early childhood education, the fact that playing takes place in a group of children makes it richer, because there are multiple possibilities to constitute and reconstitute the various links between the characters. It is necessary to understand, concerning to groups of children of different ages, how older children can affect the play of the younger ones. we observed the plays in a room of the pedagogical movement of the portuguese modern school (MEM) wich receives children from two to five years old. By taking the children's roles, as well as their actions, as the study units of playing, we sought to determine whether transformations occur on how the younger children role-play. We notice that when young children are interacting with the older ones, they start to assume roles. We also noticed increasing in the number of actions in the interpretation of the characters. The younger children take older ones as role models and start to imitate them, which brings us to the Vygotskian concept of zone of proximal development.
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