Este texto faz uma leitura da conferência de Vigotski sobre a questão do meio na pedologia buscando as implicações pedagógicas das ideias aí contempladas para a educação das crianças, especialmente das crianças pequenas. Destaca inicialmente a metodologia do autor que ensina seus ouvintes e leitores a pensar dialeticamente, desafio a ser enfrentado por aqueles leitores que, acostumados a pensar com a lógica formal, se propõem a compreender os estudos de Vigotski. Toma, especificamente, duas questões trazidas por Vigotski na referida conferência para refletir sobre seu significado para as práticas pedagógicas com as crianças pequenas: a linguagem oral como aspecto que condiciona a influência do meio sobre o desenvolvimento humano na infância e a especificidade do desenvolvimento cultural na infância que faz da forma ideal ou final das objetivações humanas um elemento essencial na formação e no desenvolvimento das qualidades humanas desde suas etapas mais elementares. Em ambos os casos, as reflexões desenvolvidas por Vigotski nessa conferência deflagram uma revolução no pensar e agir docentes, especialmente para a educação da pequena infância.
RESUMOConsiderando a recente preocupação de estabelecer programas de formação em serviço para educadores de creche, estudamos oito creches municipais de Botucatu (SP). O objetivo foi conhecer as condições de trabalho e de formação dos educadores com base em dados que permitissem avaliar os procedimentos de educação inicial e continuada a que foram submetidos, as concepções subjacentes à sua prática profissional, suas expectativas sobre os programas de formação em serviço, assim como as efetivas necessidades a que esses programas precisam responder em vista dos parâmetros de qualidade estabelecidos para a educação infantil. A partir dos resultados obtidos, traçamos um panorama e esboçamos sugestões que possam subsidiar uma proposta de formação inicial e continuada para esses educadores, valendo-nos de algumas contribuições da teoria histórico-cultural enriquecidas com reflexões críticas e recentes na área, e do contraponto com as propostas defendidas por documentos oficiais em vigor propalados nacionalmente. CRECHES -FORMAÇÃO PROFISSIONAL -BOTUCATU-SP -PROFISSIONAIS DE EDU-CAÇÃO INFANTIL ABSTRACT WORK AND EDUCATION OF DAY CARE CENTER EDUCATORS IN BOTUCATU:CRITICAL REFLECTIONS. Considering the current concern to create on-the-job training programs for day care center educators, we have studied eight municipal day care centers in O projeto de pesquisa que originou este artigo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo -Fapesp -, mediante concessão de bolsa de mestrado.
ResumoA compreensão de que o desenvolvimento humano procede das experiências de vida e educação nos remete a buscar maneiras de promover esse desenvolvimento. À medida que se estuda a teoria histórico-cultural, percebe-se a complexidade desse processo que envolve a formação da personalidade humana desde os primeiros contatos da criança com o mundo que a rodeia. Ao mesmo tempo, pro ssionais e pesquisadores da educação infantil procuram compreender como se dá esse processo quando as crianças são ainda pequenininhas. Percebe-se na teoria histórico cultural um conjunto de diretrizes que orientam a produção de uma nova prática possível com os pequenininhos que, de um modo geral, sem que se compreenda a complexidade desse processo, são tratados como objetos do trabalho dos adultos e não como sujeitos em formação a partir das experiências que vivem. Quando se pensa nas características das práticas que podem surgir dessas diretrizes teóricas, pensa-se no trabalho desenvolvido pelo Instituto Pikler-Loczy e considera-se que as práticas aí desenvolvidas podem mediar a concretização das diretrizes da teoria histórico-cultural. É disso que trata este artigo. Com ele busca-se uma aproximação entre as práticas de educação das crianças pequenininhas criadas naquele instituto, na Hungria, a partir dos anos 1940 e a teoria desenvolvida por Vygotsky e seus colaboradores a partir dos anos 1920, na então União Soviética. A perspectiva é buscar elementos mediadores que concretizem a teoria, de modo que a apropriação dessa abordagem sócio-histórica do desenvolvimento humano se concretize desde a educação dos pequenininhos.
Resumo: O objetivo do artigo é discutir os temas da brincadeira de papéis sociais na Educação Infantil, revelados por meio de análise conduzida com base nos estudos da Psicologia Histórico-Cultural. Para Elkonin, na idade pré-escolar a brincadeira atinge o auge de seu desenvolvimento, e se caracteriza pela criação de uma situação imaginária, pela presença de regras e de papéis sociais. Foram observadas situações de brincadeira de crianças de quatro anos e meio a cinco anos e meio em 11 escolas da rede municipal de uma cidade de médio porte do interior paulista. A partir do registro das observações, foram identificadas 27 cenas de brincadeira de papéis. A análise dos dados colhidos confirma a tese de Elkonin de que o desenvolvimento da brincadeira de papéis relaciona-se com o que a criança conhece de sua realidade, e indica a necessidade do estabelecimento de certas condições para que esse desenvolvimento ocorra na Educação Infantil. Nesse sentido, discute-se a necessidade de uma mediação do professor calcada na compreensão da riqueza de implicações que a brincadeira de papéis tem para a formação da pessoa. Palavras-chave: Educação Infantil. Brincadeira de Papéis. Psicologia Histórico-Cultural. Desenvolvimento infantil. Abstract:The goal of this paper is to identify themes of role play in Early Childhood Education. The analysis was based on studies of historical-cultural psychology. For Elkonin roleplay in preschool reaches its maximum development when children create an imaginary situation to interpret social roles oriented by rules. We observed role play situations with children from 4 ½ to 5 ½ years old in 11 municipal schools in a medium size city in the state of São Paulo. From the observations, we constructed 27 episodes of role play. The collected data analyses confirm Elkonin's thesis that role play development is related to the child social reality and indicate the necessity to establish certain conditions for this development in early childhood education. To overwhelm this condition, we argue that the teacher's mediation must be grounded on the understanding of the implications that role play has in the formation of children's personality.
Ao defender a necessidade da voz das crianças nas pesquisas sobre a infância, busco, neste artigo, um argumento essencial da abordagem histórico-cultural do desenvolvimento humano: a compreensão de que ao se relacionar com a cultura, a criança atribui um sentido pessoal ao que conhece. Esse sentido conforma a concepção com a qual a criança, a partir daí, se dirige à cultura para novas apropriações e aprendizados que são promotores do desenvolvimento de sua consciência em processo de formação. Em outras palavras, esse sentido produzido pela criança condiciona seus processos de aprendizagem. Desse ponto de vista, parece fundamental que a pesquisa sobre a criança pequena contemple sua participação também como informante e não apenas como objeto desse processo. Palavras-chave: Abordagem histórico-cultural; concepção de criança; pesquisa com criança pequena.
ResumoA Psicologia Histórico-Cultural afirma a tese da experiência social como base da formação humana e aponta a unidade afetivo-cognitiva como mediadora nas relações do sujeito com o conhecimento no desenvolvimento das funções psicológicas. Este artigo apresenta alguns elementos que apontam para a constituição dos processos afetivos a partir das relações que o sujeito mantém com as objetivações humanas. Parte da crítica ao pensamento organicista e subjetivista que, tanto na Psicologia quanto na Educação, separa as emoções das demais funções no conjunto da consciência humana -tratando-as como um impeditivo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar -e assinala a importância de se (re) pensar as relações que o sujeito estabelece com a realidade, o papel do conhecimento e das condições concretas de vida e de educação que produzem os processos afetivos. Defende que pensamento e sentimento são processos psicológicos desenvolvidos a partir da história de apropriação e objetivação de signos e instrumentos que cada sujeito realiza, e afirma a educação escolar e o caráter intencional do trabalho docente -na organização e condução da prática pedagógica -como elementos determinantes na transformação dos modos de pensar e sentir. Palavras-chave: Psicologia. Afeto (Psicologia).
Por meio deste artigo, queremos refletir sobre os processos que medeiam a relação entre teoria e prática educativa na escola de Educação Infantil. Entendendo que o meio constituído pela herança cultural da humanidade é a fonte das máximas qualidades humanas postas como possibilidade de apropriação para as novas gerações em cada momento histórico, procuramos formas de promover a concretização deste pressuposto nas experiências oferecidas às crianças de uma escola infantil na periferia de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Nossa hipótese inicial, orientada pelo enfoque histórico-cultural do desenvolvimento humano, defendida por Vigotski nos textos que fundamentam este artigo, era de que as qualidades humanas específicas que quiséssemos ver desenvolvidas nas crianças ao final do processo de educação deveriam estar presentes já no início de seu desenvolvimento, orientando esse desenvolvimento. Dessa forma, a convivência das formas iniciais de objetivação da criança com as formas mais elaboradas da objetivação humana deveria promover, no desenvolvimento das formas culturais de objetivação das crianças, saltos qualitativos significativos em direção ao mais elaborado. Para isso, acompanhamos a atividade das crianças de uma turma de cinco anos em uma unidade pública de Educação Infantil onde uma das autoras é coordenadora pedagógica, procurando observar as linguagens por meio das quais as crianças se objetivavam. A partir daí, procuramos ampliar o universo de referência das crianças, inserindo sua experiência cotidiana no seio da cultura mais elaborada. O resultado observado foi a promoção de saltos de qualidade na objetivação das crianças em direção às formas mais elaboradas a que passaram a ter acesso, demonstrando a apropriação que realizaram, tendo a cultura elaborada como fonte de sua humanização.Palavras-chave: Educação Infantil. Relação teoria e prática. Teoria histórico-cultural. Escola infantil e cultura.
Resumo: Partimos do princípio de que a escola tem como função promover a humanização das crianças e alunos em suas máximas potencialidades e o professor é o mediador mais experiente nessa relação. Desse ponto de vista, a formação inicial e continuada de professores deve ter como princípio o estudo de uma teoria que sustente a prática pedagógica, visando à potencialização do desenvolvimento humano. Defendendo, então, que toda prática pedagógica deve ser alicerçada em uma teoria, buscamos conhecer e estudar uma teoria para fundamentar a prática nos encontros de formação de professores. Adotamos, para esta abordagem, a Teoria Histórico-Cultural por sua explícita relação com uma educação humanizadora e desenvolvente, ao entender a escola como processo promotor do desenvolvimento humano. Objetivamos, nesse artigo, refletir sobre as implicações pedagógicas dessa Teoria para a formação de professores utilizando como referencial teórico Vygotsky, Davydov, Leontiev, dentre outros. Palavras-chave: Formação de Professores. Teoria Histórico-Cultural. Educação.
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